DIVERSIDADE E VIOLENCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA.

1 DESIGUALDADE, DIVERSIDADE E VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA.

As desigualdades sociais no Brasil tomam corpo através da acumulação do capital visível em todo o cenário histórico reportando a chegada dos portugueses quando se apossaram dos índios e das riquezas aqui existentes, ou seja, iniciando no colonialismo de Portugal, se estendendo no período imperial, passando pela escravidão, que predominou por mais de três séculos no país refletindo o regime de exclusão social por excelência que se propaga até os dias atuais.

No período republicano o Brasil mergulha em várias crises estruturais, incluindo os altos índices de miséria e desemprego originados pela concentração desigual de renda. No decorrer da historia constata-se a implantação de políticas publicas e leis que visavam melhorar a situação de milhões de brasileiros, tais como a implantação do salário mínimo, da carteira assinada, da aposentadoria, entre outras, mas não foi possível se alcançar a erradicação das desigualdades sociais, tida com a chaga social.

Pochmann afirma que, “a redemocratização, a aprovação da Constituição de 1988 e a expansão das políticas sociais nas esferas estadual e municipal contribuíram para uma melhoria dos indicadores de educação e saúde”. No entanto, ao mesmo tempo a exclusão social foi reforçada por novos processos nas últimas décadas. Ressalta-se que as desigualdades sociais no Brasil não podem ser encaradas como produtos naturais ou fatalismo, mas sim como resultado de um conjunto de relações que envolvem toda sociedade, moldando o cenário excludente ainda vivenciado nos dias atuais.

Conforme pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA, a desigualdade social é a grande causa da violência entre os jovens no Brasil. Dados de outras pesquisas apontam que a desigualdade no acesso a direitos, a superposição de carências, mantém a violência. A continuidade dessas carências e do acesso escasso a direitos parece decorrer da baixa capacidade de resposta do poder público na manutenção dos altos índices de violência.

Nos dias atuais é possível perceber a desigualdade social que existe no mundo contemporâneo, principalmente nos países subdesenvolvidos onde a má distribuição de renda e a falta de oportunidade de educação geram bolsões de pobreza principalmente nas periferias dos centros urbanos, onde a violência aumenta cada dia.

Por outro lado, os processos históricos, entre outros fatores são responsáveis em grande parte pelas diferenças culturais, no caso brasileiro, a essência da cultura é composta por uma diversidade cultural resultante da aproximação ocorrida desde os tempos de colonização, cujo processo não foi amistoso entre colonizadores e colonizados, brancos e índios, brancos e negros. Essa aproximação foi marcada pela exploração e pela violência impostas a índios e negros pelos europeus colonizadores, que tentavam impor seus valores, sua religião e seus interesses.

De acordo com Ribeiro, mesmo diante desse contato invasivo entre as etnias, “o processo de mestiçagem contribuiu para a diversidade da cultura brasileira no que diz respeito aos costumes, práticas, valores, entre outros aspectos que poderiam compor o que alguns autores chamam de caráter nacional”. Assim, compreende-se o Brasil como um país de grande diversidade cultural, social e econômica, devido principalmente, a mistura de raças durante sua colonização.

As diferenças de cor, costumes, hábitos alimentares, vestuário, língua tornaram-se causas para preconceitos. A ignorância e o desejo de mostrar-se superior e inferiorizar os outros no campo religioso, racial, econômico, sexual transformou essa diversidade na desigualdade que se constata atualmente. Essa diversidade muitas vezes é motivo de casos de violência e agressões física, simbólica e psicológica.

Portanto, se faz necessário repensar a diferença entre desigualdade e diversidade, onde o respeito e a consciência de que cada indivíduo é ímpar e tem tanta importância quanto qualquer outro; que formamos uma sociedade mestiça, de valores distintos para cada grupo. Estes são aspectos que devem ser construídos no projeto educativo, político e social.

2 A QUESTÃO DA HOMOFOBIA E DIVERSIDADE SEXUAL.

Homossexualidade é um tema bastante complexo a ser abordado numa sociedade em que a heterossexualidade é instituída como padrão,