Da necessidade à liberdade: Uma nota sobre as propostas de Diderot e Condorcet para o Ensino Superior
Por: Mariana Pimenta • 23/6/2018 • Trabalho acadêmico • 708 Palavras (3 Páginas) • 418 Visualizações
Nome: Mariana Cristina Pimenta Negri
RA: 181123991
Disciplina: Introdução à Sociologia
Texto: PIOZZI, Patrizia. Da necessidade à liberdade: Uma nota sobre as propostas de Diderot e Condorcet para o Ensino Superior.
Em seu texto “Da necessidade à liberdade: Uma nota sobre as propostas de Diderot e Condorcet para o Ensino Superior”, Patrizia Piozzi apresenta as ideias de Diderot e de Condorcet em comparação com as de outros sociólogos/filósofos como John Locke e Platão, mostrando como seus conceitos são diretamente contrários aos de Diderot e de Condorcet.
Platão, por exemplo, divide a sociedade em Ouro, Prata e Bronze, nesse caso as pessoas dessa sociedade seriam divididas por sua capacidade intelectual e não por sua classe social. Esse método pretendia usar as habilidades pessoais para o progresso e evolução de uma sociedade
Exemplificando o método de Platão:[pic 1]
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O Iluminismo vem completamente em contramão a esse método, pois os homens das luzes visavam a universalização do conhecimento, a fim de diminuir as desigualdades e conflitos sociais.
John Locke, conhecido como “pai do liberalismo”, defende “a desigualdade natural dos talentos”, ou seja, a ascensão por mérito. Segundo Locke, todos nascemos livres, iguais e dotados de razão, mas somos separados de acordo com o uso que faz dessa razão. Sendo assim, os que dominam a propriedade privada possuem uma razão superior, não melhor, e os que não dominam trabalham para aqueles que detém o domínio, sendo assim dotados de uma razão inferior.
O modelo de estudo defendido por Locke dirigido aos filhos dos proprietários (os gentlemans) baseia-se em aulas de administração para que pudessem conduzir o patrimônio da família. Já para os filhos dos não-proprietários, as aulas seriam de artesanato e costura, para que pudessem produzir sua subsistência e não depender do governo, em troca receberiam pão e água, no inverno (se necessário) receberiam mingau quente. A única aula que teriam além das atividades manuais seria a moral religiosa, com o intuito de doutrinar e explorar os indivíduos, como diz Diderot, aplicando também a punição física (açoite), servindo assim sob total obediência.
Para Diderot, tal método de ensino seria apenas mais uma forma de doutrinação e exploração, onde os pobres aprenderiam a trabalhar e obedecer e não a pensar, tornando-se “comediantes, soldados gatunos, jogadores, velhacos, escroques e vagabundos”. Também evidencia que o conhecimento mais necessário é menos útil, e o mais útil, inacessível.
Diderot e Condorcet estabelecem a educação como responsabilidade do governo, defendem o ensino dos princípios da ciência natural e moral, incentivando o entendimento sobre a natureza e a vida e não apenas habilidades mecânicas, assim fortalecendo as capacidades analíticas e críticas. Diderot defende o ensino da filosofia e da política, pois segundo ele são “limas silenciosas de todos os pré-conceitos populares” e também defende que o esforço e o talento de um estudante deve ser o único critério para promover a classe social de uma pessoa. O pai da Enciclopédia também é contra a mercantilização da Medicina, pois transforma um direito de todos, que é dominar a ciência e o tratamento de doenças, um privilégio para poucos.
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