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Daens - Um grito de Justiça. Stijn Coninx. BEL/1992; Bibliografia/drama.

Por:   •  7/5/2017  •  Resenha  •  640 Palavras (3 Páginas)  •  739 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

SERVIÇO SOCIAL

RESENHA DO FILME

DAENS: UM GRITO DE JUSTIÇA

Jacira de Jesus S. Nunesb

                                                            São Luís - MA

2017

RESENHA

Daens - Um grito de Justiça. Stijn Coninx. BEL/1992; Bibliografia/drama.

A segunda metade do século XIX é marcada pela consolidação do sistema de produção capitalista. Este período, considerados por historiadores como a Segunda Revolução Industrial, caracterizou-se pelo grande avanço tecnológico e científico e, devido a esses avanços, o mundo do trabalho sofrera profundas transformações. Sob essa nova ordem socioeconômica, homens, mulheres e crianças, para sobreviverem, viram-se obrigados a vender o único bem que lhes restavam: sua força de trabalho.

O filme Daens desenvolve-se com esse contexto histórico como pano de fundo e conta a história do Padre Adolf Daens que é designado para a paróquia da cidade belga de Aalst durante os anos de 1890. Ao chegar na cidade, depara-se com pessoas trabalhando em uma indústria têxtil sem quaisquer medidas de higiene e segurança e com uma jornada de trabalho de até 16 horas por dia. Os salários recebidos eram baixos e os trabalhadores não conseguiam suprir as necessidades básicas de suas famílias. Em virtude disso, esses indivíduos viviam em condições de miséria, morando em casas velhas e sem qualquer estrutura de conforto.

A situação dos trabalhadores contrastava com a situação da elite industrial, que vivia ostentosamente à custa da exploração da mão-de-obra dos operários. A exploração era tão alarmante que chegou a alcançar até mesmo mulheres e crianças. Era comum ver crianças e mulheres grávidas trabalhando e recebendo salários inferiores aos dos homens. Nas fábricas não haviam vasos sanitários, janelas e nem mesmo um refeitório, os trabalhadores eram obrigados a comer no chão.

Diante desta realidade, o padre Daens lutava para conseguir melhores condições de vida aos trabalhadores, atuando a favor dos operários e contra o trabalho infantil. Daens passou a escrever artigos contra a política e o sistema de trabalho da época, e desta forma despertou na população o espírito de luta e coragem para lutar pelos seus direitos. Na igreja da pequena cidade Aalst, ele citava trechos da doutrina social da Igreja católica: a Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, a qual revelava a necessidade da harmonia entre patrões e a classe operária.  No entanto, os ideais de sua luta vão de encontro ao que os proprietários industriais e o restante da elite da cidade desejam. Para seguir adiante com o que acreditava teve de enfrentar desde os industriais, que o consideravam uma ameaça, até a própria igreja que não demonstrava interesse em concretizar as regras da encíclica que tratava da chamada “Questão Social”, e o acusava de incitar a violência entre as classes sociais.

        O padre Daens se candidatou a deputado, sem o apoio da igreja católica, no intuito de defender os interesses dos trabalhadores instruindo a população e principalmente os analfabetos a usarem o poder do seu voto para garantir melhorias de vida. E consegue ser eleito. A repressão da própria igreja católica chega ao ponto de lhe tirar a batina, o que não impediu Daens de continuar sua luta pelos direitos que sempre foram negados aos trabalhadores. Esses por sua vez, vislumbraram a possibilidade de obter uma voz real que os representassem entre os governantes na perspectiva de uma nova ordem social.

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