O filme Daens um grito de justiça
Por: Maryya Maryya • 18/11/2015 • Resenha • 1.154 Palavras (5 Páginas) • 3.280 Visualizações
Resumo
O filme Daens um grito de justiça tem a sua trama retratada no final do século XIX em Aalst uma cidade da Bélgica. Esse período histórico é marcado pelo domínio das ciências, vistas de forma clara na Revolução Industrial momento em que há uma transição da produção artesanal para a maquinaria.
De autônomos, os artesãos foram rebaixados para funcionários dos empresários donos das fábricas. Sendo escravizados por um sistema altamente capitalista, que prioriza não só o acumulo de riquezas, mas também o poder politico e social.
Adolf Daens padre Belga volta à cidade e se transforma num justiceiro da classe oprimida. Embora, seja maioria, a massa trabalhadora é dominada por essa minoria composta de burgueses, empresários, políticos e principalmente a Igreja. Uma das principais vilãs do enredo.
Diversas correntes politicas e sociais são manifestadas, entre elas estão o socialismo e o radicalismo. O socialismo buscava uma transformação social através da distribuição equilibrada de riquezas, não deveria haver classes sociais e uma reforma precisaria ser feita, o que de fato não foi bem aceito por essas classes dominantes. Já os radicais eram oriundos da massa que estavam insatisfeitos com o trabalho exaustivo nas fábricas.
As grandes indústrias tomaram o bem mais precioso dessas pessoas, que era a sua força de trabalho. Não existiam leis trabalhistas, pessoas chegavam a trabalhar mais de 16 horas por dia, com fome e em condições insalubres, muitos não sobreviviam, pois não conseguiam voltar para casa e morriam congeladas.
É inverno, os moradores dessa pequena cidade, precisam se aquecer para não morrer de frio, o carvão é a fonte energética utilizada por esses indivíduos. Mas nem todos tem a chance de chegar sã e salvo em casa e esse foi o caso de uma pequena menina chamada Nini.
Nini estava grávida, mas não foi amparada por sua família, ao invés disso foi humilhada e subjugada. Por quem deveria dar a mão, no entanto, é jogada no abismo da solidão. Morreu como uma indigente, muitos diziam que não era gente como a gente, nem sabiam o que fazer com o seu corpo, então entra ai a figura do grande personagem da história.
Daens se revolta, chega a pagar para que essa pequena garotinha seja enterrada como deve ser feito. Mas sua indignação não fica por ai, na gráfica do seu irmão Peter, escreve a seguinte manchete: CHEGA DE CRIANÇAS MORTAS EM AALST. Num artigo ainda cita que ‘‘crianças morrem de frio diante de fábricas de roupas para ricos’’.
Logo, as classes dominantes se revoltam com o conteúdo da matéria, cogitam a possibilidade de falar com o Woeste presidente do partido católico e defensor dos interesses da burguesia no parlamento. Eugene Borremans dono da fábrica é um dos mais insatisfeitos e busca reduzir o salário de 1,60 francos por 14 horas, para 1,40 na mesma faixa de tempo.
Um comitê é chamado para investigar a presença dessas crianças na indústria de tecidos, mas estas são trancadas em um armário e só saem quando Schmitt as chama. Este por sua vez é mandachuva dos poderosos, mesmo sendo de classe baixa.
Nette Scholliers até tenta alertar os investigadores, mas estes não entendem a sua língua Flamenga e fica por isso mesmo. Logo, a extensa rotina de trabalho é mantida e as crianças voltam aos seus postos no serviço. As mulheres e crianças são contratadas em grande escala por serem mãos de obra baratas. E milhares de homens são proibidos de voltar para as suas antigas funções.
O estupro é visto como uma prática comum nesses ambientes, tanto é que ela sobre um abuso pelo contramestre Schmitt. De lá pra cá muitas coisas mudaram em relação a isso, mas em alguns países é legalizado pela constituição que mulheres sejam estupradas, um deles é o Estado Islâmico que permitiu o direito de estuprar uma adolescente de 12 anos só porque possuía uma religião diferente.
...