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Democracia De Cooptação E O Apassivamento Da Classe Trabalhadora

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Por:   •  20/11/2014  •  442 Palavras (2 Páginas)  •  681 Visualizações

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Democracia de cooptação e o apassivamento da classe trabalhadora

Mauro Luis Iasi

“O Nada de qualquer coisa é uma nada determinado”

Hegel (Grande Lógica)

O capital cumpriu sua tarefa, mundializou-se, estendeu suas garras dissolvendo as

mais ternas ilusões românticas no frio calculo egoísta, subordinou ou campo à cidade, a

ciência à indústria, a estética ao mercado, mercantilizou todas as esferas da vida. Na sua

forma madura e parasitária, bem diversa daquela pela qual os ideólogos liberais

projetavam seus mitos futuros, o capital assume a forma de sua negação tornando-se um

enorme entrave à vida humana.

Bom, então... “o invólucro rompe-se, soa a hora da propriedade capitalista” e...

Nada! Os expropriadores continuam expropriando e ideologicamente se produz uma

inversão fantástica: é o projeto socialista que parece perder a atualidade sendo

apresentado como anacrônico.

O capital em sua forma madura, parasitária, exige que seu domínio implique em

um grau cada vez maior de cooptação do proletariado. Nas palavras de Gramsci, um

“transformismo”, ou seja, uma “absorção gradual mas contínua, e obtida com métodos de

variada eficácia, dos elementos ativos surgidos dos grupos aliados e mesmo dos

adversários e que pareciam irreconciliáveis inimigos” (Gramsci, 2011: 318).

É certo que pelo centro do sistema, nos EUA e Europa, os trabalhadores andam

indignados, saindo as ruas e protestando, mas a ordem parece resistir à seus sinais de

agonia e a esquerda declama Saramago numa profética sentença: “a juventude não sabe o

que pode e os velhos não podem fazer o que sabem”.

Por aqui as coisas são mais prosaicas. O capital alcança taxas de acumulação

inimagináveis (a Petrobrás lucrou R$ 35.189 bilhões em 2010, com elevação de 17% ante

o ano anterior; o Bradesco obteve um lucro líquido de R$ 10 bilhões em 2010, resultado 25, 1% maior que o registrado em 2009, a Vale triplicou seu lucro chegando a 30,1

bilhões no mesmo ano) que refletem uma intensificação brutal da exploração

acompanhada dos ajustes necessários à boa saúde das relações capitalistas, flexibilizando

direitos e impondo perdas históricas aos trabalhadores. No entanto, diante de tal

massacre, estamos no ponto mais agudo de uma defensiva da classe trabalhadora que

parece respaldar os rumos da ordem capitalista,

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