Dialética De Hegel E Marx
Casos: Dialética De Hegel E Marx. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: D0e1b2o3r4a5 • 24/9/2014 • 3.567 Palavras (15 Páginas) • 419 Visualizações
1. Introdução
No dicionário Aurélio, encontramos dialética como sendo:
"[Do gr. dialektiké (téchne), pelo lat. dialectica.]
S. f.
1. Filos. Arte do diálogo ou da discussão, quer num sentido laudativo, como força de argumentação, quer num sentido pejorativo, como excessivo emprego de sutilezas.
2. Filos. Desenvolvimento de processos gerados por oposições que provisoriamente se resolvem em unidades.
3. Hist. Filos. Conforme Hegel (v. hegelianismo), a natureza verdadeira e única da razão e do ser que são identificados um ao outro e se definem segundo o processo racional que procede pela união incessante de contrários -- tese e antítese -- numa categoria superior, a síntese.
4. Hist. Filos. Segundo Marx (v. marxismo), o processo de descrição exata do real."
Partindo da idéia de que a dialética é a arte do diálogo ou da discussão, acaba sendo filosofia por excelência na medida em que não apenas discutimos com outras pessoas, mas também, com nós mesmos.
Sócrates, Platão, Aristóteles, Zeno de Eléia, Kant e outrso filósofos, discutiram, estudaram, apresentaram a dialética com significados os mais variados, com sentidos diversos, amparada por vários princípios.
Os mais diferentes autores que se ocupam a interpretar a dialética, entendem que estes princípios chegam a ser em número de quatro: ação recíproca (relação); mudança dialética (transformação); mudança qualitativa (de quantidade para qualidade); interpretação dos contrários (contradição).
2. A dialética de Hegel
A história da humanidade, segundo Hegel, cumpre uma trajetória dialética marcada por três momentos: tese, antítese e síntese. O primeiro momento remonta às civilizações antigas. Por considerar que o espírito está imerso na natureza, Hegel o classifica como objetivo. O segundo momento, sofre influência dos gregos mas inicia-se realmente com o cristianismo. Hegel o define como subjetivo. O espírito passa a ter o desejo de liberdade a partir da consciência de sua existência. O terceiro momento, chamado por Hegel de síntese absoluta, tem início com a Revolução Francesa, momento em que o espírito consciente controla a natureza. Aparece aí, o Estado moderno, a partir do desejo de liberdade.
Hegel nos apresenta um método que permite compreender o pensamento e a realidade como processo, o movimento como desenvolvimento com base na contradição. Parte do sentido de ser, que é a tese, a qual deverá manifestar-se através da antítese, ou o não-ser. Da contradição entre ser e não-ser, ou tese e antítese, surge a síntese, ou o vir-a-ser. Para Hegel, a ciência do pensamento, em seu modo verdadeiro, deve coincidir com a ciência do ser.
Ao detalhar o momento dialético, Hegel expõe:"O dialético, tomado para si pelo entendimento separadamente, constitui o ceticismo – sobretudo quando é mostrado em conceitos científicos: o ceticismo contém a simples negação como resultado do dialético. A dialética é habitualmente considerada como uma arte exterior, que por capricho suscita confusão nos conceitos determinados, e uma simples aparência de contradições entre eles; de modo que não seriam uma nulidade essas determinações e sim essa aparência; e ao contrário seria verdadeiro o que pertence ao entendimento. (...) Em sua determinidade peculiar, a dialética é antes a natureza própria e verdadeira das determinações-do-entendimento – das coisas e do finito em geral. A reflexão é antes de tudo o ultrapassar sobre a determinidade isolada, e um relacionar dessa última pelo qual ela é posta em relação – embora sendo mantida em seu valor isolado. A dialética, ao contrário, é esse ultrapassar imanente, em que a unilateralidade, a limitação das determinações do entendimento é exposta como ela é, isto é, como sua negação. Todo o finito é isto; suprassumir-se a si mesmo. O dialético constitui pois a alma motriz do progredir científico; e é o único princípio pelo qual entram no conteúdo da ciência a conexão e a necessidade imanentes, assim como, no dialético em geral, reside a verdadeira elevação – não exterior – sobre o finito". (Hegel, 1995: pp. 162-3)
Em cada momento dialético, encontram-se algumas ciências.
No primeiro estágio, a idéia pura passa a ser objeto da lógica, tendo como ponto de partida a universalidade do ser. Partindo da noção mais geral do ser, chega a seu oposto, o não-ser, indo de encontro a síntese de ambos.
No segundo estágio temos o objeto da filosofia da natureza, representação fora de si. A idéia caba por se multiplicar em diversas formas, mecânica (matéria e espaço), física (corpos) e orgânica (vida).
No terceiro estágio dialético, reúnem-se o objeto e o sujeito, formando a filosofia do Espírito Absoluto. É estudada como filosofia do espírito, e se divide em espírito subjetivo e individual (psicologia), espírito objetivo da humanidade em sua vida coletiva e social (moral e direito), espírito absoluto (arte, religião, filosofia).
Nos detalhes da dialética, Hegel deu especial realce ao direito, à arte ou estética, à religião. Com isso, fez com que muitos pesquisadores que o sucederam, tivessem interesses diversos, em várias formas.
As principais obras de Hegel são: A Fenomenologia do Espírito; A Lógica; A Enciclopédia das Ciências Filosóficas; A Filosofia do Direito.
3. A dialética marxista
Foi exatamente sobre a Filosofia do Direito, numa crítica considerada como uma de suas obras mais importantes, que Karl Marx fez a primeira interpretação materialista da dialética hegeliana.
Karl Marx e Friedrich Engels reformam o conceito hegeliano de dialética: utilizam a mesma forma, e introduzem um novo conteúdo. A essa nova dialética, chamam de materialista. Para eles, o movimento histórico é derivado das condições materiais da vida.
A dialética materialista analisa a história do ponto de vista dos processos econômicos e sociais. A história é dividida em quatro momentos: antiguidade, feudalismo, capitalismo e socialismo. Os três primeiros são vencidos por uma contradição interna, chamada "germe da destruição". A contradição da antiguidade é a escravidão; a do feudalismo são os servos; e a do capitalismo é o proletariado. O socialismo seria a síntese final, momento em que a história cumpre seu desenvolvimento dialético.
O método dialético desenvolvido por Marx, o método materialista
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