Marx - Teoria Da Dialética: Contribuição Original à Filosofia De Hegel
Ensaios: Marx - Teoria Da Dialética: Contribuição Original à Filosofia De Hegel. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mayaraganeo • 1/3/2014 • 1.057 Palavras (5 Páginas) • 587 Visualizações
A recente crise financeira que abalou os mercados comerciais do mundo todo e que, muito provavelmente, em maior ou menor grau, provocará uma recessão econômica em escala global, em nada surpreenderia Karl Marx (1818-1883), que, no século 19, previu abalos semelhantes.
No entanto, diferente da análise de Marx, as crises parecem, hoje, ser mais um processo de acomodação do sistema capitalista do que o prenúncio de seu fim, como queria o pensador alemão na época.
Contradições como estas são lugares comuns na leitura da extensa e complexa obra de Marx. Se, depois da queda do muro de Berlim e da falência dos regimes socialistas no Leste Europeu, no final da década de 1980, foi o próprio marxismo que entrou em crise, pode-se, apesar disso, dizer que é impossível entender o século 20 e, também, entrar no século 21 sem conhecer as revolucionárias ideias de Marx.
Por que, afinal, Marx é tão importante e controverso? Será que suas ideias continuam atuais?
Ao final das Teses contra Feuerbach (1845), Marx escreveu sua célebre frase: "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de várias formas; cabe transformá-lo". E, realmente, poucos teóricos realizam tal proeza: foi com base em suas teorias que, por mais de 50 anos, o mundo esteve dividido em dois antagônicos blocos políticos e econômicos, um capitalista e outro socialista.
Nas mãos de políticos e estudiosos marxistas, o pensamento de Marx converteu-se em doutrina que, ainda hoje, orienta partidos políticos no Brasil, como o PCdoB e o PSOL, e movimentos sindicais e populares, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra).
Mas, em sua maior parte, a doutrina marxista é de "segunda mão", ou seja, originária de interpretações dadas por dirigentes soviéticos como Lênin, Trotsky e Stálin, ou o chinês Mao Tsé-Tung. Poucos, na verdade, se aventuraram a desbravar a obra de Marx, que trouxe contribuições originais para a filosofia, a sociologia, a economia política e a história.
A seguir, abordamos apenas a teoria da dialética de Marx.
Método dialético
Para os filósofos gregos, dialética era a arte do diálogo. Para um dos filósofos mais influentes na carreira de Marx, Hegel, dialética é uma forma de pensar a realidade em constante mudança por meio de termos contrários que dão origem a um terceiro, que os concilia.
A dialética compõe-se, assim, de três termos:
tese;
antítese e
síntese.
Tese (A) é uma afirmação; antítese (B), é uma afirmação contrária, e síntese (C), como o nome indica, é o resultado da síntese entre as duas primeiras. A síntese supera a tese e a antítese (portanto, é algo de natureza diferente), ao mesmo tempo em que conserva elementos das duas e conduz a discussão, nesse processo, a um grau mais elevado. E, na sequência, dá origem a uma nova tese, que inicia novamente o ciclo.
Por exemplo, eu tenho uma ideia a respeito de algo, é minha tese (A): "Países com climas quentes são melhores para se viver". Meu interlocutor não concorda e contra-argumenta: "Não, são países com climas frios que são melhores para se viver". Esta é a antítese (B). Depois de alguma discussão, chegamos a uma conclusão - a síntese (C): "Países com climas amenos são mais agradáveis para se morar."
Pode parecer bobagem, mas é justamente assim que, em nosso cotidiano, usamos a dialética mesmo sem o saber, toda vez que conciliamos ideias opostas - em casa, no trabalho, na comunidade, etc. - em assuntos diversos. E é por isso que nos jornais que lemos costumamos encontrar ao menos dois pontos de vistas divergentes sobre um determinado tema, para que possamos fazer uma síntese do que de melhor cada um deles nos apresenta.
A originalidade de Hegel foi fazer desta lógica dialética uma lógica do ser, isto é, que rege o próprio modo de ser das coisas que, para ele, é um perpétuo vir-a-ser, um realizar-se contínuo. Assim, também, a própria história, em que o Estado moderno
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