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Divversidade,desigualdade E Violencia No Brasil

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Por:   •  9/5/2013  •  609 Palavras (3 Páginas)  •  444 Visualizações

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O atual estado da saúde coletiva mundial coloca em tela os fatores que permitem a ocorrência e a disseminação das doenças em escala planetária, muitas vezes relegando a um opaco segundo plano as condicionantes regionais. Nesse aspecto, os historiadores, dentre outros especialistas das Ciências Humanas, têm oferecido uma preciosa contribuição para os questionamentos elaborados sobre os enigmas das enfermidades, colocando em destaque exatamente as "faces" locais dos eventos epidêmicos. Insiste-se, assim, na composição de uma equação que leva em conta tanto as dimensões biológicas quanto sociais das doenças grupais, conferindo maior consistência à afirmação Camusiana de que as epidemias revelam seu poderio em sociedades doentes devido a disfunções em série.

A historiadora Christiane Maria Cruz de Souza seguiu à risca essa tendência que já se tornou regra entre os historiadores nos últimos trinta anos, inclusive com a utilização de uma multiplicidade de fontes documentais, as quais abrangem desde os relatórios administrativos e médicos e os registros cemiteriais até a intensa cobertura que a imprensa forneceu sobre a doença enigmática. Ao analisar a experiência baiana com a gripe espanhola, ocorrida no Brasil no segundo semestre de 1918 e nos primeiros meses do ano seguinte, ela não se limitou - como fazia a historiografia mais tradicional - em apenas descrever os fatos mais espetaculares instruídos pelo contato social com uma doença letal. Em vez disso, buscou estabelecer o contexto que tornou a Bahia um território propício para a disseminação da doença que, se fez mortes entre as elites daquele estado, cobrou proporcionalmente muito mais vidas dentre as classes menos privilegiadas.

Sob essa orientação, a primeira preocupação da autora foi focar as condições sanitárias e políticas da Bahia nas primeiras décadas do século XX. Mesmo que situado na periferia do poder, o estado baiano vivia naquele período um processo modernizador, inclusive em sua estrutura sanitária, o que não implicava a existência de um serviço sanitário que favorecia a proteção da saúde de toda a população. O que se observa é que a modernidade proposta visava mais garantir a fluidez das atividades econômicas do que garantir as condições mínimas que fossem para a proteção da saúde popular, colocando em declarado confronto não só os excluídos frente aos donos do poder, mas também os vários segmentos da elite política.

A vulnerabilidade da cidade de Salvador e especialmente do seu porto favoreceu que a epidemia gripal chegasse à capital do estado e se disseminasse em tempo curto. Em um primeiro momento, a administração pública mostrou-se quase que totalmente apática ao fenômeno sanitário, como se ele não existisse, apesar da ocorrência de mortes nos setores sociais menos afortunados que, por sua vez, reclamavam a pronta tomada de decisões por parte das autoridades. Em vez de responder aos apelos populares, os grupos políticos preferiram inicialmente lançar acusações recíprocas, atribuindo aos seus opositores a presença gripal e os estragos que já estavam impondo ao povo baiano.

A falta de ação do estamento político-administrativo rimava com os desencontros do setor médico em definir a identidade da nova enfermidade. Os diagnósticos variavam, deixando a população órfã de socorro imediato. Para uma parte dos médicos, a doença

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