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EDUCAÇÃO MULTICULTURAL: Uma reflexão sobre um espaço social construído por diferenças

Por:   •  9/11/2018  •  Artigo  •  2.826 Palavras (12 Páginas)  •  127 Visualizações

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EDUCAÇÃO MULTICULTURAL: uma reflexão sobre um espaço social construído por diferenças.

EVA CRISTIAN SILVA DOS SANTOS BARBOSA

O presente artigo tem como objetivo, fazer uma reflexão sobre a educação popular e a escola pública como um espaço construído por personagens das mais diferentes culturas, valores, cor, experiência de vida... Enfim, a escola é um dos equipamentos públicos, formado por uma por indivíduos que trazem em suas mochilas alem de livros, suas culturas e sua história. Essa realidade escolar é importante para a formação dos jovens na perspectiva de desconstrução do preconceito e discriminação nas suas mais variadas manifestações. Esse artigo abordará também reflexões realizadas em maravilhosos encontros de aulas ministradas pelo Dr. Munanga, durante o primeiro semestre de 2018 do curso de mestrado em Ciências Sociais da UFRB do campus de Cachoeira Recôncavo da Bahia.

Esse trabalho será dividido em quatro partes, a começar pela introdução, em um segundo momento fará uma breve retomada no processo histórico do acesso a educação para crianças negras no Brasil, seguindo para um terceiro capitulo que abordará a escola como um aparelho reprodutor da ideologia burguesa, que tem no Estado  seu comitê de representantes. No quarto capítulo trará a luz para o leitor, o complexo espaço social denominado escola e sua multiculturalidade, que é um fator importante e positivo para a construção de  uma sociedade mais inclusiva e aberta a aceitação das diferenças. Mas, porém, pode significar uma ferramenta utilizada pela classe dominante, para fortalecer sua  ideologia burguesa, que marginaliza a população negra e pobre, impedindo-as de ter acesso a uma educação ampla, que respeite sua ancestralidade, sua cultura, sua religião e que materializa uma educação elitista, branca, erudita e excludente para meninos e meninas negros e negras.

Palavras-chaves: escola, multiculturalismo, educação.

Introdução

A sociedade brasileira é formada por um imenso  quadro cultural, que é a matéria-prima da formação da nossa sociedade. E imprescindível, que  não se esvaziem debates sobre os currículos escolares para o fortalecimento de disciplinas que falem da história do negro no Brasil, assim como todos os povos que ajudarem a construir o estado brasileiro. Configura-se o caminho para que seja colocado um ponto final, em toda forma de expressão contra outras culturas, que não sejam as impostas politicamente corretas e aceitáveis, e a escola, como o espaço formal de educação, é onde há uma fusão de culturas: línguas, religião, saberes, conhecimentos, cor, gênero, pensamentos... que dependendo de um projeto pedagógico,pode harmonizar relações sociais que são construídas por indivíduos em formação de personalidade, conceitos, mente, corpo ou incidir de maneira violenta, ações preconceituosas e de não aceitação as diferenças, aprofundando  cada vez mais, as raízes do preconceito em que a sociedade brasileira foi formada.

 O acesso ao espaço escolar de meninos e meninas negros e negras.

A escola pública é um aparelho estatal, construído por crianças e adolescentes em sua maioria de classe pobre, que moram em periferias brasileiras, sem luxos e que muitas vezes essas crianças têm que trabalhar para ajudar financeiramente nas despesas de suas famílias.

        

Mas, retomando o inicio da história da infância no Brasil, escola não era um espaço que pertencia a um coletivo de crianças brasileiras. Segundo Rizzini(2011), a educação era somente para crianças de classe rica e branca. As crianças negras e pobres eram tidas como um problema social e o Estado as deixavam a margem de política pública de proteção e educação, além de sofrerem as punições e coerção do Estado pelo seu estado de pobreza.

Ao invés de frequentarem as escolas, crianças pretas e pobres, eram colocadas para o trabalho a favor do sistema exploratório em indústrias e fábricas, como um mecanismo de resgate da moral, de higiene social, de crianças que eram tidas como problema ou possíveis problemas para o Estado, que naquele momento histórico, buscava entrar no rol de países desenvolvidos e fortalecimento de relações econômicas com o grande império americano.

O que os dirigentes do Brasil (classe elite dominante) almejavam, era sanear, civilizar e moralizar o país, incidindo de maneira cruel sobre a camada pobre da sociedade, violentando de maneira vil todas as crianças e adolescentes. (RIZZINI, 2011).

Diante dessa realidade histórica, é possível imaginar quanta dificuldade e sofrimento foram impostos a essa parcela da sociedade, que para além do estado de pobreza, às vezes não tinha uma convivência familiar, pois seus pais já haviam morrido ou estavam acometidos de doenças, vícios, que entre outros fatores dificultavam ainda mais a convivência de famílias negras no Brasil.

 Imagina-se que, o espaço escolar para a classe negra era algo difícil de acessar, visto que, crianças consideradas pelo Estado, eram os filhos e filhas do grupo burguês. O impedimento à educação para os meninos e meninas negros e negras, servia como meio de dominação e controle desse extrato social.

Escola como aparelho representante da ideologia do estado burguês

A escola brasileira segundo Silva (1980), destacava-se por um ensino de características  eurocêntrica, que fortaleciam valores que destacavam a classe branca como superior a classe negra, e que de maneira folclórica e caricatural, estereotipada difundia toda a história e cultura de negros, índios e mestiços no Estado.Toda essa dinâmica, não impactava positivamente os estudantes, fragilizando a construção de sua identidade, levando-os a desistirem da escola, o que significava um fracasso para esses indivíduos, os colocando num lugar de inferioridade.

Depois de muitas denúncias sobre as desigualdades raciais na educação, entre as décadas de 80 e 90 (SILVA, 1980), criaram-se ações e projetos educacionais, objetivando uma pedagogia que contemplasse as pluriculturas que formavam o corpo de estudantes do sistema educacional e que fossem anti - racistas.

Há um discurso na sociedade, que no Brasil não há preconceito nem discriminação de cor. O espaço escolar é universal, diferente do quadro apresentado de início neste artigo. Mas, apesar de uma legislação em vigor, que contempla que todos somos iguais perante a lei e que o Estado tem a obrigação de oferecer condições de desenvolvimentos social para todos de maneira igualitária, estudos e pesquisas revelam que, professores são os profissionais que tem salários mais baixos no pais. Escolas públicas são estruturas que muitas vezes não apresentam condições estruturais para se desenvolver trabalhos escolares e nem de abrigar estudantes. A mídia a todo o momento denuncia desvio de verbas destinadas pelo governo para a educação. Os números de crianças e adolescentes negros (as) pobres, que conclui o nível médio são absolutamente inferiores aos números de brancos. Dados sinônimos entre brancos e negros de repetências, evasões escolares, são maiores para os negros. Alunos brancos conseguem terminar o ensino médio, enquanto negros ficam no meio do caminho.

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