Educação em direitos humanos

Educando para os Direitos Humanos: Pautas pedagógicas para a Cidadania na Universidade.

 Se a aparência física é que, num primeiro momento, nos distingue como indivíduos, a nossa singularidade como seres humanos aponta uma rede complexa de relações sociais que faz com que sejamos não apenas distintos dos outros, mas, especialmente, diferentes, em nosso comportamento, personalidade, sensibilidade, sexualidade, talentos, gênero, raça, etnia e nacionalidade.

 Assim, como processo de singularização, as chamadas “minorias”, grupos excluídos ou transgressores, representam frustrações dos mecanismos de interiorização dos valores capitalísticos modernos, uma recusa à subjetivação capitalística que forja uma identidade cultural globalizada pelos interesses hegemônicos dos países centrais e que se apresenta, paradigmaticamente, como monocultural, branca, masculina e heterossexual.

 as reivindicações dos direitos humanos dos grupos oprimidos e excluídos não se restringem ao reconhecimento do seu direito à identidade, a uma questão setorial. Todos lutam para que seus processos de singularização, seus devires, se introduzam no conjunto da sociedade.

 A experiência das formas de resistência e de luta, que estou chamando de cidadania das singularidades, representa um laboratório onde, entre acertos e erros, os novos movimentos sociais de oposição à subjetividade dominante configuram uma rede dialética que anuncia a emergência autônoma e original de novas maneiras de organização coletiva.

SANT’ANA, Alayde Avelar Freire. Educando para os Direitos Humanos: Pautas pedagógicas para a Cidadania na Universidade. Brasília, Universidade de Brasília, 2003.)