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Educação no Maranhão: retratos do caos

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Por:   •  16/9/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.084 Palavras (5 Páginas)  •  349 Visualizações

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Educação no Maranhão: retratos do caos

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caritasma setembro 10, 2012 Educação

[Matéria publicada no jornal Vias de Fato, ano III, nº. 33, de junho/2012]

Vias de Fato volta a viajar pelo interior do Maranhão para verificar in loco o tratamento dispensado por gestores municipais à educação. A reportagem visitou os municípios de Altamira do Maranhão, Brejo de Areia e Vitorino Freire.

A reportagem do jornal Vias de Fato viajou novamente ao interior do Maranhão para, a exemplo de matéria publicada mês passado [Santa Luzia do Tide vive um caos na educação, Vias de Fato, ano III, nº. 32, p. 9], ver de perto a situação da educação no estado.

O quadro é desolador: é a real tradução do cartaz da Campanha Popular Estadual pelo Direito Humano à Educação Pública, Gratuita e de Qualidade, das Redes e Fóruns de Cidadania do Maranhão, que conta com apoio da Cáritas Brasileira Regional Maranhão, da Associação de Saúde da Periferia e de diversas organizações municipais. No cartaz os dizeres “apesar de distantes a mesma triste realidade. É preciso revelar outra educação” ladeiam fotografias de barracos que servem de escolas em várias cidades. Calamidade e vergonha.

“A maioria das escolas são de taipa, funcionando em casas particulares, até mesmo nas casas dos professores. Tem escola aqui em que chove sobre professores e alunos. Em outras não há lâmpadas, é muito escuro. Eu não sei como aqueles meninos enxergam as letras no escuro”, relata indignado Clézio Varão, professor da rede pública municipal de Brejo de Areia e presidente do Sindicato dos Servidores Públicos daquele município.

“Aqui há professores dando aulas de inglês sem nunca terem visto inglês na vida. Há um número excessivo de contratos, já se vão mais de quatro anos sem um concurso público. Os professores têm medo de falar ou fazer qualquer denúncia. Crianças de três e quatro anos caminham grandes distâncias, sem alimentação adequada. O transporte escolar roda é aos fins de semana, carregando a população para os arraiais”, continua, numa fala aparentemente desordenada, que junta vários problemas e dá ideia do caos em que está mergulhada a educação no interior do estado – na capital São Luís não é diferente, com diversas escolas sequer tendo iniciado o ano letivo.

O poço que abastece a creche Cazuza Chapeuzinho Vermelho não é um conto de fadas

Clézio Varão apontou ainda problemas no fornecimento de água à Creche Cazuza Chapeuzinho Vermelho, que, mesmo unindo no nome os personagens do pirapemense Viriato Corrêa e do francês Charles Perrault, está longe de garantir às crianças que ali estudam e são cuidadas – cerca de 700 – uma vida de contos de fadas. Retirada de um poço descoberto, onde toda sorte de imundícies se junta a ela, a água, consumida pelas crianças sem nenhum tratamento, leva, além de hidrogênio e oxigênio, lixo, fezes de animais e impurezas outras.

Aurino Moraes, professor das redes municipal e estadual em Altamira do Maranhão, lamenta a cooptação de sindicalistas por administrações municipais – nunca é demais lembrar: estamos em ano de eleições. Para ele, é difícil travar a luta, pois “a maioria dos sindicalistas aliou-se ao prefeito” Arnaldo Gomes (PT), chamado à boca miúda de “o ditador da educação”, alcunha cravada por profissionais da educação que resistem a ofertas como contratos, privilégios e até dinheiro. “Há funcionários em excesso. Há escolas em que há professores, salas de aula, alimentação escolar, mas não há alunos”, conta Aurino, explicando o inchaço da máquina municipal às vésperas das eleições municipais, a administração pública entupida de cabos eleitorais. Para ele, “todo ato é enxergado como um ato político de oposição e não como uma reivindicação de direitos”. Um aumento salarial previsto foi vetado após manifestação pacífica de professores. Estes relataram ao Vias de Fato: educação e saúde eram as grandes bandeiras de Arnaldo Gomes quando candidato – em 2012 ele tentará a reeleição.

A última colocada entre

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