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Entrevista em Ciências Sociais

Por:   •  12/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.786 Palavras (8 Páginas)  •  160 Visualizações

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A entrevista ocorreu na assembleia da república às 14 horas, cheguei com duas horas de antecedência e de seguida fui recebida no gabinete da senhora deputada Sónia Ferreira. Levei um guião em papel para não me esquecer de nada e gravei a entrevista com um gravador. A senhora deputada foi bastante simpática e atenciosa. Respondeu a todas as questões abertamente e mostrou-se disponível.

O meu nome é Luana Alexandre Vergas Coelho, tenho 18 anos e moro em Vila Chã de Ourique. Neste momento estou a tirar a licenciatura em ciência politica no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas.

Foi me pedido, pela professora Cláudia Vaz, no âmbito da unidade curricular de Métodos Qualitativos para a Ciência Politica que elaborasse uma entrevista relativamente à temática O Uso Politico das Redes Sociais tendo como objetivo conhecer os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento de trabalhos de natureza qualitativa no contexto da ciência política. Dentro da temática apresentada vou abordar O Marketing Politico nas Redes Sociais.

Tema: Marketing político nas redes sociais

Guião:

1.Para iniciar a entrevista poderia fazer uma pequena apresentação?

Eu sou a Sónia Ferreira, sou natural de Benavente, distrito de santarém, estou a exercer estas funções pela primeira vez. Já ocupei durante alguns anos cargos autárquicos no conselho de Benavente, onde fui eleita pelo psd. Sou casada, tenho duas filhas, resido em Benavente e estou agora a ter aqui esta experiencia no parlamento. Estou muito grata por isso, está a ser uma experiencia muito enriquecedora.

2.Qual a sua opinião sobre o uso das midias sociais por políticos?

Antes de tudo é uma realidade, hoje em dia a política já não se faz como se fazia há 10, 15 ou 20 anos atras, portanto hoje quem não esta nas redes sociais acaba por estar fora. É uma ferramenta importantíssima para qualquer político e partido politico, seja cá em Portugal, seja no mundo inteiro, todos utilizamos e podemos ver todos os dias nas notícias que o presidente x pôs um poste no twitter, facebook e por ai fora, portanto hoje em dia é uma realidade e não vale a pena fugir dela.

3.A senhora usa redes sociais? Se sim, para quê?

Sim, uso facebook e o instagram, não tenho twitter. Uma grande parte é para fins políticos, mas obvio que também partilho coisas da minha família, fotografias, locais que visito. A parte politica tem uma componente muito grande mas não utilizo exclusivamente para isso.

4.Como classifica a participação política e social dos portugueses nas redes sociais?

O facebook, o twitter, o instagram, veio aproximar muito as pessoas, os políticos do eleitorado, portanto nós conseguimos partilhar, por exemplo, se eu estou neste momento a fazer uma visita eu posso publicar em direto, posso colocar logo as fotos da visita, posso fazer um vídeo em direto para qualquer uma das redes, o que me permite estar a partilhar logo com o eleitorado. Eles ficam a saber, não precisam, como antigamente, de esperar que saísse a noticia no jornal e comprar o jornal no dia a seguir ou seja nós no fundo estávamos a ler no dia a seguir as noticias que já tinham acontecido antes mas agora conseguimos ver em tempo real tudo o que se passa.

5.Há uma discussão enorme em torno da manipulação da informação, das fake news, como evitar que isso aconteça?

Como é óbvio, as redes sociais, como têm coisas boas têm más, e temos aqui a questão da veracidade de algumas informações que muitas vezes andam a circular e como podemos constatar muitas das vezes as noticias não são verdadeiras e muitas pessoas acabam por nem se dar ao trabalho de perceber se a noticia e verdadeira ou não e portanto acabam por se disseminar pelas redes sociais e no fundo acabam por fazer um estrago e muitas vezes não tem nada, é um contexto completamente vazio. Daí ate aquele programa agora que existe numa estação de televisão, o Poligrafo, que já nos vai dando a indicação, e quantas vezes é que estamos a assistir o programa e conseguimos perceber que determinada noticia que anda há 6 meses a circular não tem fundo de verdade, portanto como é obvio o acesso mais facilitado a informação depois também tem esse problema. É aqui depois o trabalho do cidadão de perceber ate que ponto é que aquelas notícias são verdadeiras ou não e também tentar fazer o seu trabalho de casa pois nem tudo aquilo que nos dão é verdadeiro, é o correto. Podemos estar a fazer juízos de valores, podemos estar inclusivamente a tomar alguma atitude baseada em factos que não são reais. Eu durante o governo de Pedro Passos Coelho estive a trabalhar num gabinete governamental e assistíamos, não tanto como agora, porque as coisas tem evoluído mas já nessa altura apareciam as noticias inclusivamente em publicações do diário da republica que não eram verdadeiras. O que é certo é que elas duravam semanas, meses, e as pessoas acabavam por falar nelas e não eram verdade. Eu considero que às vezes as pessoas têm toda esta informação disponível tão facilmente que depois acabam por se acomodar e não fazer qualquer tipo de trabalho, é mais fácil acreditar às vezes em noticias com um titulo mais apelativo do que se calhar numa noticia que é real, que é muito mais chata. Portanto já sabemos que determinados jornais e determinadas revistas vendem muito mais por isso mesmo, tem na capa qualquer coisa que a pessoa disse na entrevista e que descontextualizam e isso vai fazer com que vendam muito mais. Já se sabe que dizer mal dos políticos, do trabalho dos políticos, é fácil, as pessoas publicarem esse tipo de noticias porque se criou em Portugal a imagem que nenhum presta e não podemos ir por aí, como em todas as profissões há bons profissionais e há maus profissionais, como em todas, como há bons médicos, que agora estamos tanto nessa discussão, infelizmente devido aqueles problemas que houve com aquelas crianças que nasceram com deficiências, portanto infelizmente há bons professores, há maus professores, tens bons médicos maus médicos, advogados, juízes, há de tudo, mas lá está há profissões que são mais alvo de noticia.

6.Que papel tem a internet e a interação que se dá nas redes sociais nas campanhas políticas?

Hoje em dia tem um papel fundamental, cada vez mais aquilo que se fazia há uns anos atras deixa de se fazer e deixa de fazer sentido. Já não se colocam os outdoors que se colocavam por todo o país, já não se colocam aqueles cartazes pequeninos a distribuir pelas feiras, por tudo, porque a maioria das pessoas, mesmo as mais velhas, estão nas redes sociais e se não estão acaba por haver um neto, haver um filho, um sobrinho que partilha, que lhes mostra “não, isso não é assim é de outra forma, pode ver aqui”. As redes sociais, como sabe, melhor que eu de certeza absoluta, nós conseguimos trabalha-las, não só na ótica de utilizador mas também numa ótica profissional e portanto eu consigo perceber quem são as pessoas que me seguem, onde é que elas moram, qual é a faixa etária, e portanto consigo também segmentar a mensagem que quero passar. Se calhar se eu quero passar uma mensagem para o publico alvo mais sénior, a partir dos sessenta e tal anos talvez o facebook poderá resultar, mas o twitter e o instagram já não, portanto todas as redes sociais dão nos ferramentas para conseguir segmentar e poder ai passar a mensagem. A mensagem, como eu lhe disse há bocado, hoje em dia é diária, a toda a hora eu consigo partilhar aquilo que estou a fazer, coisa que antes não era possível e isso faz com que cada vez mais nos aproximemos dos eleitores. Portanto hoje em dia eu acho que é quase impossível fazer uma campanha sem recorrer, mas isto tem de ser também muito monitorizado e estudado, porque também não podemos publicar qualquer mensagem a qualquer hora, pois às vezes uma mensagem mal interpretada, mal colocada pode ter risos grandes e graves consequências. Portanto isto não faz com que as pessoas deixem de ser importantes, agora há pessoas especialistas para nos indicarem e para fazerem esse trabalho, que são especialistas nessas arias, que nos ajudam também a dizer “não se publica a essa hora”, “atenção a essa mensagem, que essa mensagem pode ser interpretada de outra forma” e temos vários casos em que às vezes há pessoas mais impetuosas, que querem dar a sua opinião e que isso por vezes depois é prejudicial.

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