Escola Americana De Antropologia Ou Culturalismo
Artigos Científicos: Escola Americana De Antropologia Ou Culturalismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Adsonn • 24/3/2015 • 951 Palavras (4 Páginas) • 9.241 Visualizações
A Escola Americana de Antropologia ou Culturalismo
Características Gerais
Enquanto o evolucionismo crescia na antropologia inglesa por volta do Século XIX, na América começava a se formar a escola de antropologia americana, conhecida como culturalismo. A figura fundamental desse momento foi o geógrafo e físico alemão Franz Boas (1859-1942).
Boas nasceu em 1858 e acaba-se naturalizando nos EUA em 1886, após fazer pesquisa com o povo esquimó da Bahia de Baffin, no Canadá. Sua preocupação era com questões relacionadas ao determinismo geográfico, mas foi nessa viagem de campo, que se transformará na sua conversão em antropólogo, que reconhece a importância da cultura no processo de adaptação dos grupos sociais ao meio-ambiente.
A antropologia que Boas defendia se fundamentou numa forte oposição aos grandes esquemas evolucionistas; seu interesse não se dirigia para encontrar um grande esquema explicativo que abrangesse todas as culturas, mas se perguntava pelas diversidades e pela mudança cultural. E para isso devemos olhar para os indivíduos e grupos reais, do ponto de vista da psicologia e história. Esses interesses levam a que o conceito de cultura deixe de ser utilizado no singular e passe a se falar em culturas no plural.
No pensamento de Boas, quando oferece como alternativa às explicações evolucionistas unilineares a ideia de que cada povo possui uma história própria e particular, está introduzindo a idéia do relativismo cultural. Ou seja, cada cultura segue seu caminho, e teríamos assim várias histórias e não apenas uma.
Essa perspectiva relativista foi fundamental para passar de uma visão da cultura no singular para a cultura no plural. Mas é importante ressaltar que para de Boas essa perspectiva relativista era metodológica; isto é, ao estudar uma cultura particular temos que abordá-la sem preconceitos, sem aplicar nossas categorias culturais para compará-las com aquelas da cultura estudada.
Boas não se opunha à explicação histórica, mas, em oposição aos evolucionistas, ele defendia um novo método histórico que tinha sua novidade em estudar pequenas áreas e não em fornecer grandes sínteses explicativas. Por essa preocupação metodológica, para entender o ponto de vista boasiano temos que ressaltar a importância dos estudos empíricos e indutivos e históricos.
Se cada cultura pode seguir um rumo particular fica clara então a explicitação de Boas de que o objetivo da pesquisa antropológica tem que ser o “estudo dos processos pelos quais certos estágios culturais se desenvolveram. Os costumes e as crenças, em si mesmos, não constituem a finalidade última da pesquisa. Queremos saber as razões pelas quais tais costumes e crenças existem – em outras palavras, desejamos descobrir a história de seu desenvolvimento.
Para Boas, então, o importante era o estudo dos processos sociais pelos quais uma determinada cultura adquire sua forma; e esse processo é específico para cada micro-área. Por esta razão sua abordagem foi chamada também de particularismo histórico.
OBRAS:
Nessa oposição ao evolucionismo é que Boas pontuou, no texto clássico As limitações do método comparativo da antropologia, de 1896, a importância fundamental das diferenças e não das semelhanças.
Pontos chave
Enfoque indutivo.
Estudos de pequenas áreas geográficas.
Ênfase nos processos históricos particulares.
Embora existam historiadores da antropologia que afirmam que Boas não criou uma tradição antropológica, ou uma escola, mas que ajudou a organizar institucionalmente a antropologia americana (ROHNER, 1969), consideramos que a sua importância reside na formação da geração da antropologia americana que produziu suas pesquisas na primeira metade do Século XX. Isto transparece nas preocupações que ele demonstra no texto de
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