Esfolio de Sociologia A Preencher Pelo Estudante

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UNIDADE CURRICULAR: Sociologia Geral

CÓDIGO: 41100

DOCENTE: 

A preencher pelo estudante

NOME: Alberto Soares de Figueiredo Pereira

N.º DE ESTUDANTE: 2104309

CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 11 de abril de 2022

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Devo começar por dizer que este e-fólio e esta notícia do Público, e a decorrente investigação que fiz sobre a cultura intensiva de morangos e outros frutos, já me fez repensar por completo aquilo que até há bem poucos dias era uma atividade banal, comer morangos! Longe vão os tempos em que comer morangos era algo que apenas se podia fazer sazonalmente. As minhas primeiras memórias de comer morangos, são da infância, talvez com 4 ou 5 anos, quando ia acompanhar os meus pais para o campo, de vez em quando, em determinados locais, que ainda recordo, apareciam umas morangueiras selvagens que davam uns morangos pequenos, mas muito doces. Hoje em dia, em qualquer altura do ano, facilmente encontramos num qualquer hipermercado umas caixinhas de plástico, com uma quantidade normalizada de morangos, enormes e brilhantes, que até chegam a parecer envernizado! É caso para dizer que a globalização também chegou aos morangos!

Analisando este fenómeno de uma forma mais aprofundada, ou seja, usando a Imaginação Sociológica, que pretende analisar os fenómenos “para além do superficial”, chego à conclusão de que também tenho alguma responsabilidade nisto, ou seja, é por existirem pessoas como eu, que gostam de comer morangos em qualquer altura do ano, que há uma exploração intensiva da agricultura! Ou seja, o meu ato individual, também contribui para este fenómeno global.

Para comentar esta notícia usando a Imaginação Sociológica, e de acordo com o autor da mesma, C. Wright Mills, é necessário colocar três tipos de perguntas:

1. quais são os tipos de estruturas sociais que caracterizam uma sociedade concreta?
2. como é que esta sociedade se enquadra no processo histórico de desenvolvimento humano mais vasto?
3. que tipos de indivíduos são prevalecentes nesta sociedade?

Começando pelas de estruturas sociais subjacentes a este fenómeno relatado na notícia, temos por um lado, a classe trabalhadora portuguesa na agricultura, praticamente inexistente e temos a classe dos proprietários/empresários das explorações agrícolas, por outro lado, temos os imigrantes, na sua grande maioria, provenientes de países de fora da União Europeia, e pelo meio temos as agências de trabalho temporário (nome demasiado pomposo para empresas muitas vezes de legalidade duvidosa).

Enquadrando esta sociedade de uma forma mais vasta, a classe trabalhadora portuguesa (agrícola), que praticamente não existe, ou não tem interesse em trabalhar na agricultura, e isso acontece eventualmente por vários motivos, por exemplo, porque é uma atividade mal remunerada, tendo em conta os padrões nacionais e outras oportunidades existentes; porque é uma atividade com condições de trabalho muitas vezes precárias, que exige muito esforço e que provavelmente, por estas razões, é uma atividade ainda vista por muitos, com um certo estigma “não é muito nobre”.