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Fichamento Martin Carnoy - Estado e Política

Por:   •  8/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  941 Palavras (4 Páginas)  •  476 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

DOCENTE: ROBERT BONIFACIO DA SILVA

DISCENTE: RAQUEL VARELA DA SILVA

MATÉRIA: CIÊNCIA POLÍTICA 4

DATA ENTREGUE: 25/10/2019

FICHAMENTO: ESTADO E TEORIA POLÍTICA – MARTIN CORNOY

CAPÍTULO 3 - GRAMSCI E O ESTADO

Neste capítulo, Martin Cornoy explana a respeito da teoria política do Estado em Gramsci, sendo assim, ele irá se debruçar sobre as diferenciações que Gramsci traz com seu novo enfoque na teoria marxista. O primeiro tópico é sobre a conceituação de sociedade civil: Cornoy explica que a maior contribuição de Gramsci, foi dar um lugar de maior destaque e importância ao papel que as relações de superestrutura, contidas na hegemonia burguesa, tem em moldar a consciência dos proletariados. Gramsci não irá negar que as condições estruturais são determinantes na análise da produção e reprodução da vida humana, o que Gramsci faz é ir além, ao perceber que não é apenas a coerção legitimada ou violência que coage os trabalhadores a permanecerem no status quo, é preciso considerar a alienação da consciência dos proletários, que ocorre através da propagação dos valores e ideais burgueses. Entretanto, em Gramsci a sociedade civil não é um componente estrutural, como o é em Marx, para ele, sociedade civil e sociedade política são por si mesmas superestruturais, pois não correspondem somente as “relações de produção”, correspondem a um todo complexo e emaranhado das relações “ideológicas e culturais”, que tomam foco central na análise Gramsciana.

Marx e Engels logicamente reconheciam que a classe dominante no plano material, também teria os meios de dominação no campo intelectual ou mental, segundo Cornoy, já no segundo tópico do cap.3, “hegemonia e Estado”, o acréscimo de Gramsci a essa ideia, estaria relacionado ao seu conceito de hegemonia, ele pretendia explicar o consentimento que se forma na mentalidade proletária a respeito da dominação capitalista sobre suas mentes e corpos, para Gramsci seria insuficiente pensar que tal “aceitação” ou “conformação” viria apenas pela força ou coerção material, daí poderia se entender que, a partir de diversas instituições sociais, o Estado produz uma alienação ideológica e cultural na consciência proletária, assim como poderia se pensar que, a partir da revolução ideológica,  poderiam criar-se estratégias para a modificação e transformação de todo um sistema. Com essa inversão, o Estado passa a ser uma “variável” primária na “compreensão da sociedade capitalista”. Cornoy explica mais a frente, na pág. 102, que Gramsci não pretende provocar uma cisão entre o que é superestrutural e aquilo que é estrutural, mas sim estabelecer uma “relação dialética entre ambos”, uma vez que, caso a burguesia seja lesada na alienação da consciência das massas, é justamente ao poder coercitivo que ela recorrerá para controla-las.  Outro conceito Gramsciano interessante, que Cornoy nos introduz, é o conceito de “revolução passiva”, a revolução passiva seria uma forma do Estado burguês cumprir certas exigências das massas, sempre que estas apresentem algum impulso revolucionário que ponha a hegemonia em ameaça, o óbvio intuito da burguesia é refrear qualquer possível transformação radical. Um grande exemplo é o conhecido reformismo, onde as concessões/ acordos realizados e a aparente “preocupação” pelo bem-estar social das massas, servem apenas para que o Estado burguês consiga permanecer vivo diante das diversas crises políticas e econômicas.

No último tópico, o autor expõe as possibilidades de transformação da sociedade que Gramsci aponta, tendo em vista toda importância que o mesmo atribui as condições superestruturais. Cornoy divide tais possibilidades em 3:

  1. “ O conceito de crise de hegemonia, derivado em parte da análise de Marx no Dezoito Brumário”

Sinteticamente, a crise de hegemonia ocorreria com a perda de autoridade da classe dominante, as massas deixam de se comportar passivamente e abandonariam gradativamente as ideologias apregoadas pela classe antes considerada “dirigente”, Gramsci explica que isso pode acontecer por diferentes causas e condições, sendo a principal, a falta de controle da burguesia em gerir crises econômicas e políticas através dos meios legais e jurídicos, esse cenário poderia dar origem a uma disseminação de ideias contrarias aos dirigentes do Estado, propiciando o desenvolvimento de um pensar revolucionário seja porque “a situação de bem-estar está ameaçada pelo egoísmo estreito de uma classe rival, seja porque a miséria tornou-se intolerável e não há força visível na velha sociedade capaz de mitigá-la (...) (Gramsci, 1971, 184-185).”

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