Formação da Burguesia Brasileira
Por: macaconatalino • 29/11/2015 • Resenha • 980 Palavras (4 Páginas) • 409 Visualizações
Análise de fragmentos do texto "A formação do Brasil contemporâneo", de Caio Prado Júnior
Sentido da colonização
[a]Neste texto, Prado expressa a diferença entre as colônias tropicais e as europeias, de modo que, a diferença está atrelada ao fato de que a ocupação das colônias tropicais, sobretudo o Brasil (visto que algumas das colônias tropicais[b] foram de povoamento e não somente de exploração), volta-se ao externo, aos interesses do colono branco, o que se resumia a interesses comerciais baseados em mercadorias produzidas com a exploração do trabalho escravo. Isto evidencia que a ocupação e a exploração do Brasil não ocorreu por motivos próprios, voltados para si (o que acabou por contribuir na fragilidade da construção da consciência nacional brasileira). Caio Prado Junior também relata que este tipo de colônia foi destinada para a exploração dos recursos naturais a fim de utilizá-los para o comércio europeu.[c] Em contrapartida, as "irmãs da zona temperada" têm seus interesses sempre voltados a si, desde negócios mercantis dentro de seu próprio território até em relação às suas colônias[d], no sentido de que estas tinham que estarem voltadas a sua metrópole; em outras palavras, as nações europeias ditaram o desenvolvimento das colônias tropicais, em que estas últimas seriam as empresas que as nações europeias possuíam, de modo que abarcariam novos arranjos aos seus moldes tradicionais (de sempre explorar territórios em detrimento do mercantilismo europeu).[e]
Brasil, como exemplo, agrega as técnicas do sistema moderno, mas ainda persiste sua estrutura de matriz colonial. E esta persistência pode ser explicada pelo fato de que a sociedade e economia brasileiras foram moldadas a partir de interesses do mercado o qual essa colônia atendia (o europeu) e, desse modo, a razão de ser dessa sociedade colonial fora pautada em bases orgânicas[f], ou seja, com base em exploração (do trabalho - mão de obra escrava, como exemplo), visto que nesse sistema orgânico, o que é de viés de grande exploração prospera. A caracterização da sociedade brasileira, então, deve-se aos princípios aqui adotados desde sua colonização e que ao transcorrer do tempo essa caracterização perdurou.
Agricultura[g]
A agricultura brasileira pode ser dividida em duas: uma que é voltada para o mercado externo (grande lavoura) e a outra voltada para mercado interno, de subsistência (espécie de empresa acessória à grande lavoura). A primeira caracteriza-se como o "nervo da agricultura colonial", ganhando mais importância, o que é um tanto quanto contraditório, visto que seria mais lógico que um país voltasse sua produção principalmente para abastecer a si próprio do que ao mercado externo, o que não ocorre no Brasil.
Essa divisão da agricultura brasileira mantém uma relação de dependência, em que o mercado externo acaba comandando o de subsistência mesmo este mantendo sua produção autônoma[h].
Artes e indústrias
As artes são as atividades manufatureiras que mesmo sendo independentes da agricultura ou de um ciclo econômico específico, merecem destaque dadas as suas particularidades. As atividades rudimentares são entendidas por "indústrias", as quais carregam grande parcela de políticas metropolitanas que estão baseadas naquele sistema de matriz colonial e que, aos obstáculos e entraves que a indústria e manufatura brasileiras carregam devido a esta matriz, a distinção entre as atividades urbanas e rurais acabam sendo estreitas entre as si, em que nossa indústria não desenvolvida representaria nossa frágil manufatura[i].
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