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Fusão Da Cultura

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Por:   •  6/11/2013  •  Seminário  •  595 Palavras (3 Páginas)  •  225 Visualizações

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Baudrillard da Critica a economia política do signo, que, no retorno á etimologia da palavra fetiche, procurou compreender o processo de fetichização em termos estruturais e, por esse caminho, acabou colocando em questão a teoria da ideologia. Em outras palavras, o autor parte da teoria do fetichismo da mercadoria em Marx para daí compreender como se dá o processo da ideologia, que está não na projeção de uma consciência alienada nas superestruturas, mas na própria generalização, a todos os níveis, de um código estrutural. Trata-se antes da paixão do código do que de objetivos como instancias retificadas, dotadas de força, nas quais o sujeito se projeta e aliena. É desse código generalizado de signos e de modo nenhum do valor de uso, nem de suas virtudes infusas, que vem o fascínio que eles exercem”.

Com a noção de complexo de castração, Freud refere-se á ameaça de uma perda, por sua vez, á angustia da perda do objeto. E o fetichismo pode ser visto, a partir daí, como um processo em que uma falta é percebida e negada pelo sujeito, pois no conflito entre o peso da percepção desagradável e a força

seu contradesejo chegou-se a um compromisso, tal como só é possível sob o domínio das leis inconscientes do pensamento. Dessa perspectiva, o fetichismo deixa de ser abordado a partir da falta do pênis, no sentido escrito da dimensão da inveja fálica, para estar relacionado a uma incompletude fundamental do sujeito e é a partir dessa noção do sujeito não todo que podemos retornar a questão do vazio, que minha analise da realidade atual, a partir do fetichismo das imagens, me forçou a enfrentar.

Nesse sentido, há uma forte relação entre culturas e fetiche na teoria psicanalítica que pode nos ajudar a esclarecer a questão do fetichismo das imagens na época contemporânea. Depreende-se, dessa perspectiva teórica, que a cultura é imprescindível para que nos tornemos sujeitos e que o fetiche participa, estruturalmente, desse processo de subjetivação; ou seja, ele é constituído da própria formação da subjetividade, como uma busca de preencher esse vazio em torno do qual a cultura se instaura. Mas, de um ponto de vista sociológico, tudo isso torna-se muito vago se tal processo não pode ser localizado na e relacionado á historia sociocultural de uma época, até mesmo porque, como já vimos, os objetivos fetiche são eleitos a partir do que é

valorizado socialmente em determinado momento da historia.

Nesse sentido, tudo o que podemos concluir é que a cultura descartável, consequência de um capitalismo acelerado, apresenta problemas concretos para a questão da angustia do vazio, do informe, ao mesmo tempo em que ela oferece instrumentos, embora terrivelmente comprometedores, para o preenchimento dessa falta. E é aqui que se localiza a marca como fetiche. Com efeito, se é em torno do vazio que a cultura deve se implantar, e se isso está comprometido pela atual descartabilidade da cultura, a consequência é uma crise na condição de acesso do sujeito, o que recrudesce o desamparo humano.

Daí por que foram proféticas as palavras de Adorno e Horkheimer de que, diante da realidade concreta posta pelo capitalismo tardio, a cultura já poderia ate se permitir a indignação com esse sistema econômico, mas jamais poderia abdicar da ameaça de castração, na medida em que está constituída a sua própria

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