Gravidez na Adolescência
Por: Quedima Kedma • 10/5/2015 • Artigo • 7.653 Palavras (31 Páginas) • 187 Visualizações
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: NÚMEROS E PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO *
Deysivânia Costa do Rego de Paula1
Engracia de Carvalho Domingues Vasco1
Quêdima Alves dos Reis1
Prof.: Ubiracy Pereira Lima2
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar o quantitativo de adolescentes grávidas registradas no censo de 2010 no Brasil, bem como descrever e caracterizar aspectos do perfil sócio–demográfico da amostra, por meio do seu estado civil, renda domiciliar, domicílio, cor da pele, grau de instrução e analisar como essas variáveis impactam diretamente na maternidade precoce A adolescência é uma etapa da vida compreendida entre os 10 e 19 anos de idade, compreendendo a pré-adolescência, o período etário entre 10 a 14 anos e a adolescência propriamente dita, dos 15 aos 19 anos. Nessa fase o adolescente vive um período em que o indivíduo se desenvolve física e emocionalmente, dando início a sua vida sexual e adotando comportamentos, que podem ser influenciados pelo meio social em que vive. A metodologia adotada na pesquisa realizada é de objetivo exploratório, ou seja, foi concretizada através de levantamento bibliográfico na literatura. O método de abordagem utilizado foi o dedutivo, que parte de leis gerais para observações específicas. Os dados fruto da revisão de literatura desse trabalho mostram que são as diferenças sociais, ou seja, o meio em que essas adolescentes vivem aumentam o risco da gestação precoce. No Brasil, desde 1991, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam uma tendência de redução do número de filhos por mulher em idade reprodutiva e um envelhecimento do padrão de fecundidade. O declínio dos níveis de fecundidade no Brasil foi resultante da queda nas taxas específicas por idade em todas as faixas etárias no período de 2000 a 2010. Contudo, o número de adolescentes grávidas é alarmante e requer atenção, pois essa diminuição foi maior nos grupos mais jovens. No último ce nso de 2010, foi observada uma reversão dessa tendência, tendo as mulheres apresentado uma estrutura de fecundidade mais envelhecida.
Palavras-Chave: Adolescente; Fecundidade; Fatores sociais; Políticas Públicas.
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, desde 1991, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam uma tendência de redução do número de filhos por mulher em idade reprodutiva e um envelhecimento do padrão de fecundidade.
O declínio dos níveis de fecundidade no Brasil foi resultante da queda nas taxas específicas por idade em todas as faixas etárias no período de 2000 a 2010. Contudo, o número de adolescentes grávidas é alarmante e requer atenção pois essa diminuição foi maior nos grupos mais jovens.
A tendência observada no Brasil até o ano 2000 era de um rejuvenescimento do padrão da fecundidade, indicado pelo aumento da concentração das taxas específicas de fecundidade nas idades mais jovens dentro do período fértil, de 15 a 24 anos.
No último censo de 2010, foi observada uma reversão dessa tendência, tendo as mulheres apresentado uma estrutura de fecundidade mais envelhecida.
Essa mudança recente se deu principalmente em função da mudança no comportamento reprodutivo das mulheres residentes em áreas urbanas, já que nas áreas rurais a estrutura da fecundidade se manteve inalterada, apresentando, inclusive, um ligeiro rejuvenescimento.
A situação da fecundidade para o conjunto da população brasileira ainda apresenta uma tendência de as mulheres terem filhos em idades mais jovens. (IBGE, 2010).
A adolescência é uma etapa da vida compreendida entre os 10 e 19 anos de idade, abrangendo a pré-adolescência, o período etário entre 10 a 14 anos e a adolescência propriamente dita, dos 15 aos 19 anos uma fase caracterizada por grandes transformações físicas, psicológicas e sociais. (PORTAL DA SAÚDE, 2013).
Nessa fase o adolescente vive um período em que o indivíduo se desenvolve físico e emocionalmente, dando início a sua vida sexual e adotando comportamentos, que podem ser influenciados pelo meio social em que vive. Ou seja, reflexos de vivências por suas experiências e por conhecimentos pregressos de seus familiares, amigos e pessoas que o cercam.
A adolescência é uma fase de autoconhecimento muito importante, pois na maioria das vezes a falta de informação desses adolescentes pode gerar uma gravidez inesperada ou mesmo a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DST). (PORTAL DA SAÚDE, 2013). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2012) trazem que 22% dos adolescentes têm sua primeira relação sexual aos 15 anos de idade. A falta de informação e a fragilidade da educação sexual são aspectos considerados como problemáticos.
A gravidez na adolescência é considerada um importante problema de saúde pública no Brasil, e nas últimas décadas esse número vem aumentando numa progressão inversa, a idade das adolescentes grávidas, ou seja, vem ocorrendo cada vez mais cedo.
Nos últimos anos, o número de adolescentes grávidas vem aumentado e este é um dado preocupante na sociedade, pois acarreta sérias consequências para a adolescente, seus familiares e para a vida da criança. Na maioria das vezes essa adolescente não está preparada emocionalmente, financeiramente, fisicamente, e muitas vezes por não terem o apoio do pai da criança e dos pais, são obrigadas a deixar os estudos, e vivem à margem. Portanto, uma fase marcada por muitas transformações físicas, psicológicas, comportamentais e sócias.
Os jovens de maneira geral na sociedade atual estão iniciando sua vida sexual mais precocemente, trazendo várias consequências dentre elas, a gravidez na adolescência. Este tipo de gravidez de alta incidência geralmente não é planejada e pode estar associada a múltiplos fatores.
Este trabalho tem como objetivo apresentar o quantitativo de adolescentes grávidas registradas no censo de 2010 no Brasil, bem como descrever e caracterizar aspectos do perfil sócio–demográfico da amostra, por meio do seu estado civil, renda domiciliar, domicílio, cor da pele, grau de instrução e analisar como essas variáveis impactam diretamente na maternidade precoce e na saúde.
O Brasil é um país de grandes extensões e que apresenta grandes desigualdades. As diferenças sócio-econômicas, entre outras, como culturais apresentam grandes diferenças que vão desde o modo de vida, até suas crenças e valores.
Quando falamos em acesso aos serviços de saúde esses se tornam mais limitantes ainda. Num contexto geral trabalhar a saúde sexual e saúde reprodutiva requer estratégias que assegurem o acesso aos serviços e ao direito à saúde, com respeito ao seu modo de vida.
A saúde não se incide na ausência de doenças, esta é um processo contínuo de garantia de condições amplas de qualidade de vida, satisfação pessoal e fortalecimento para a vida social. Engloba um conjunto de direitos que são condições essenciais para o bem-estar físico, psicológico e social, e para o enfrentamento de desigualdades estruturais que impedem as plenas condições de desenvolvimento humano. (BRASIL, 2006).
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