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HUMILHAÇÃO SOCIAL

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Por:   •  9/6/2013  •  2.150 Palavras (9 Páginas)  •  764 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHAGUERA – UNIDERP

CURSO: SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: PSICOLOGIA SOCIAL

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

PROFESSOR EAD: LINDILDO A. MARTELLI

04/05/2013

INTRODUÇÃO

O objetivo desta atividade é analisar, refletir e compreender a humilhação que compreende a desigualdade social, além da invisibilidade que vários trabalhadores enfrentam no seu dia a dia. O psicólogo Fernando Braga da Costa e o sociólogo Jessé Souza apontaram, em seus estudos, os problemas ligados à história da identidade do provo brasileiro que desde o início sofre com a escravidão e nos dias de hoje padece pela falta de reconhecimento em algumas áreas profissionais, o que acaba se refletindo na camada mais pobre da população por falta de opção ou por falta de preparo.

As desigualdades e humilhações, muitas vezes, são tão graves que atos como xingamento, apelidos, falta de informação e a falta de solidariedade acaba obrigando inconscientemente o indivíduo a viver isolado na sociedade, como um ser invisível, e que o mesmo, muitas vezes, nem tem consciência sobre sua situação.

O estudo específico do psicólogo Fernando Braga da Costa expõe sua experiência, enquanto aluno, ao trabalhar como gari na universidade que estudava, vivenciando a experiência da humilhação, onde seus próprios amigos e professores não o reconheceram enquanto exercia a profissão.

Fechamos a atividade com a realização de uma entrevista na qual o grupo conversou com um coveiro que nos auxiliou para melhor compreendermos essa “invisibilidade social”, a dependência da profissão que o indivíduo abraça, mostrando como raras vezes tem reconhecimento e ainda como sofre discriminação dentro e fora do local de trabalho.

Temos em mente que o aprofundamento na discussão e reflexão apresentada nesta atividade nos ajudará em nossa formação de futuros profissionais do Serviço Social.

O texto, “Humilhação Social – um problema político em psicologia”, de Jessé Moura Gonçalves Filho, aborda a humilhação social causada pela diferença entre as classes sociais, o rebaixamento constante e profundo sofrido pelos pobres e seus antepassados, o efeito da desigualdade política que indica a exclusão de uma classe inteira de trabalhadores. Essa humilhação vale como uma modalidade de angústia que assume internamente o corpo, o gesto, a imaginação e a voz do humilhado. Na visão marxista a questão da humilhação social é vista pela ótica socialista, isto é, do indivíduo vivendo em sociedade capitalista, e na visão da psicanálise a discussão do problema é visto através da ótica do próprio indivíduo internamente, para depois exteriorizar e passar a influenciar a sociedade na qual vive.

O estudo também nos mostra o impacto sofrido por pessoas de uma cultura mais simples, talvez até rudimentar, de uma vida no campo, que passam a viver em uma cultura mais agitada, mais agressiva das grandes cidades.

Essas pessoas acabam enclausuradas em bairros mais pobres e sofrem com a discriminação, no entanto elas têm em sua consciência o merecimento dessa situação porque a herdaram, permanecem com a auto-estima baixa e acabam se isolando cada vez mais. Falta-lhes ou lhes é restrito muitas vezes coisas extremamente necessárias como: alimento, educação de qualidade, trabalho, entre outros e, estão mais suscetíveis à violência.

Outro exemplo narrado se refere ao sofrimento dos escravos africanos que foram arrancados da sua terra de origem e tiveram sua cultura reprimida e vidas tiradas, e os que não morreram continuaram escravizados, obrigados a viver nas favelas das grandes cidades, pela falta de condições financeiras.

O capitalismo dos grandes centros incita as pessoas a restringirem o convívio, a amizade, a solidariedade, as relações sociais tornando-se cada vez mais individualistas. Tudo gira em torno do dinheiro e da competição diferentemente da forma de vida do campo e das pequenas cidades. Nele está presente o intenso mercado consumidor, para o qual os indivíduos são atraídos e um sistema onde as pessoas são tratadas como simples clientes, que são vistos como seres iguais, com as mesmas personalidades, mesmos sentimentos, etc.

Um dos exemplos citados é o depoimento de um trabalhador que realça o pensamento da maioria da classe trabalhadora de baixa renda: “... mas eu to vivo, to trabalhando, to trabalhando... eu acho que vai dar tudo certo, ta todo mundo com saúde...”. O indivíduo vende sua força de trabalho apenas para sobreviver, pois ganha muito pouco para adquirir bens. O trabalho mercantil, de certa forma, acaba alienando o trabalhador que se tornam submisso e dependente de forma automática mediante sua necessidade de trabalho. Por outro lado, esta classe trabalhadora é afetada emocional e psicologicamente no que diz respeito à forma que é tratada diante da classe dominante e seus privilégios, sentindo-se isolada, indigna, privada, invisível, rebaixada e alheia a todos os benefícios que o dinheiro proporciona, porque na verdade se encontra do outro lado: servindo os mais favorecidos.

Vivem em uma sociedade capitalista dividida em classes, onde o ser humano é visto e reconhecido pelo que possui e não pelo que é; onde o pobre não pode se misturar aos ricos e vice versa, causando a separação e exclusão da classe oprimida que sofre intensa angústia e sentimento de inexistência em lugares distintos de sua realidade social. Entretanto, apesar de tudo, essa classe “dominada” se sente bem quando está em comunidade, interagindo com “iguais”, acomodam-se e acham essas situações até naturais, acreditam não possuírem direitos e que ninguém os vê, nem os ouve.

Na sociedade todos têm direito à liberdade e igualdade independente de sua classe social, não apenas tê-las no papel, é vital que haja a prática, dentre todos os problemas enfrentados pela classe excluída o pior deles é a humilhação social.

Assim “Humilhação Social – um problema político em psicologia” como resultado de pesquisa de campo da psicologia social realizada em Centros de Juventudes, na Vila Joanista-SP, com pessoas ligadas aos trabalhos comunitários, onde o tema foi abordado e pesquisado, o autor concluiu que: “... a humilhação social não pode deixar de ser traumática e internalizar-se... Uma força incoercível

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