Hegel e a Dimensão Objetiva
Por: Anna Caroline Tomaz • 13/5/2024 • Exam • 886 Palavras (4 Páginas) • 61 Visualizações
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Centro de Ciências do Homem Ciências Sociais | [pic 1] |
Disciplina: Politica II Cursando: Anna Caroline dos Santos Tomaz |
Fichamento
COUTINHO, Carlos Nelson. “Hegel e a Dimensão Objetiva da Vontade Geral”; in. Coutinho, C. N. –De Rousseau à Gramsci, cap. 2, São Paulo: Boitempo, 2011.P.41-55
Hegel ao longo de sua juventude, foi um grande leitor das obras de Rousseau, já em sua maturidade, ao contrário, passou a polemizar a obra do mesmo através do conceito da vontade geral, que considerava algo abstrato e subjetivista, mas ainda assim, considerava a importância central do conceito, em sua nova versão.
É na Filosofia do direito que Hegel apresentou sua tentativa de superar o difícil subjetivismo de Rousseau, e ao fazer isso, ele abandona alguns aspectos do conceito moderno de democracia, porém, isso não impede que o avanço de Hegel determine de modo mais concreto o conceito da vontade geral.
Hegel quando jovem, era entusiasta da Revolução Francesa e iniciou sua atividade teórica como admirador de Rousseau. Em seus “escritos teológicos” Hegel criticava a sociedade cristã burguesa de sua época, aonde apontava um predomínio da esfera privada sobre a pública, o que para ele resultava na decadência da “bela eticidade”; Hegel irá propor um modelo político de comunidade humana solidária, como o modelo político grego, fundado no predomínio do público sobre o privado, bastante próximo da proposta de Rousseau no Contrato Social.
“ A evolução de Hegel para a maturidade – um movimento que ele mesmo chamou de “reconciliação com o real” – consistiu, em grande parte, no empenho teórico de superar essa sua problemática juvenil “rousseauniana”... Hegel se dá conta de que, no mundo moderno, haviam se consolidado figuras sociais que tornavam inviável a proposta de retorno ao modo de organização social da polis Greco – romana. ” P.42
Para melhor compreender a dialética do seu mundo social, Hegel elabora um novo conceito, o de eticidade ou vida ética: “ não mais se tratava de condenar sumariamente a “sociedade civil – burguesa”, o mundo da particularidade ... mas, ao contrário, tratava-se de compreender essa “sociedade civil burguesa” como um momento essencial da totalidade social moderna ...” p.43.
Ao contrário de Rousseau, Hegel “ buscava mostrar que , entre esses dois momentos , tinha lugar agora uma mediação dialética através da particularidade , mediação que teria seu principal espaço de explicitação precisamente na “sociedade civil – burguesa”... Hegel se capacitava a cumprir a tarefa central que propusera para sua filosofia política: a conciliação entre , por um lado , a liberdade individual ( ou a autonomia do sujeito ) ... e por outro , a reconstrução de uma ordem social fundada na prioridade do público ( do universal) sobre o privado ( particular) ...” P.43.
Hegel coloca em evidencia um problema real: a vontade geral sofre um processo de determinações histórico – genéticas que ultrapassa a ação dos indivíduos e suas vontades, ela se apoia “ ... numa comunidade objetiva de interesses, que o movimento da realidade produz e impõe aos indivíduos, independentemente da consciência e do desejo deles ...” P.45.
A primeira forma objetiva de comunidade universal de interesses é a família, que para Hegel é a figura natural da “eticidade”, isto é, ali ocorrem as normas comunitárias para as ações dos indivíduos, com base nas interações entre os indivíduos. A terceira figura da eticidade aparece como o Estado, a segunda figura aparece como um “sistema de carecimento” e do “trabalho dividido”, mais precisamente a esfera “da sociedade civil burguesa”.
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