História não é Bula de Remédio - Resumo Introdução
Por: karolmartins1999 • 24/3/2022 • Resenha • 440 Palavras (2 Páginas) • 356 Visualizações
História não é bula de remédio
O texto aqui analisado visa colocar em pauta as raízes do autoritarismo brasileiro, de maneira a colocar em evidência as questões que há anos tem sido varridas por debaixo do tapete na história do Brasil. para tanto a autora busca quebrar o paradigma tão disseminado que é a do país paradisíaco e pacífico que seria o Brasil por conceber a convivência de povos tão distintos, tendo em vista que esta visão ainda permeia a sociedade brasileira até os dias de hoje em uma espécie de mistificação romantizada da história.
Neste viés, Schwarcz se vale da contextualização histórica das origens do país como nação, evidenciando o abuso de poder arraigado a esta construção histórica desde a monarquia. Nesta perspectiva, Lina tece sua narrativa explicando que, a partir da independência do Brasil, estruturou-se uma nova fase na história nacional: a monarquia, que por sua vez se via cercada de repúblicas nos países ao lado, evidenciando a destoância da trajetória política do Brasil em comparação com os países de seu entorno imediato.
Neste contexto surge a tarefa de inventar uma nova história para o Brasil, que culmina na criação do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro - IGB, o qual em seu primeiro concurso público teve como tema "Como se deve escrever a História do Brasil". O ganhador escolhido foi um estrangeiro bálvaro chamado Karl Von Martius, defendendo a ideia de que o país se definia pela sua mistura, sem igual, de gentes e povos (brancos, indígenas e negros). O mito dos três rios criado por ele representava as três raças que originaram nosso país, de uma forma mascarada e quase romântica, descrevendo a diversidade como sinônimo de igualdade. Anos depois, a obra Casa Grande senzala populariza o termo de "democracia racial" inicialmente postulado pelo antropólogo Artur Ramos que teve proporções internacionais e levou a UNESCO a financiar uma pesquisa que objetivava comprovar a inexistência de discriminação racial, mas acabou descobrindo o oposto: a desigualdade social no país.
Neste viés, a autora ainda cita o paradoxo do preconceito na história do Brasil que Florestan Fernandes caracteriza como “uma espécie de preconceito reativo : preconceito contra o preconceito”, tendo em vista a tendência de preferir “negar a reconhecer e atuar” (Schwarcz). Neste diapasão a autora define também quatro pressupostos básicos falaciosos, encontradas no dia a dia, que corroboram para a continuidade das “Teorias do senso comum", a saber: O Brasil como um país harmônico e sem conflitos, o brasileiro como um ser de aversão a hierarquia, o Estado como democracia plena (sem ódios raciais de religião e gênero) e o caráter paradisíaco do país como devido a singularidade da nossa natureza.
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