Homofobia, hierarquização e humilhação social

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Resenha Crítica do artigo:

" Homofobia, hierarquização e humilhação social. ”

Antonio Erisvando Vieira da Costa - 397988
Bacharelado em Ciências Sociais – Noturno
Disciplina: Compreensão e Produção de Texto
Profº João Miguel Moreira Auto

A presente resenha tem por objetivo
analisar criticamente o referido artigo, a fim de apresentar
apontamentos sobre a questão da homofobia
dentro do ambiente acadêmico.

Fortaleza - Ce

2017

Marco Aurélio Máximo Prado
Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisador do CNPq/Fapemig. integra a equipe de pesquisa do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG.

Rogério Diniz Junqueira
Pesquisador do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Doutor em Sociologia das Instituições Jurídicas e Políticas (Universidade de Milão e Macerata - Itália). Foi assessor do Ministério da Educação no âmbito da implementação do Programa Brasil sem Homofobia (2005-2008).

Temos um problema em minha escola:
um garoto afeminado demais, com muitos trejeitos.
Ele é ótimo dançarino! Ele apanha sempre dos colegas, e todos
os professores riem dele. Está com 6 anos. Eu já
lhe disse: "Tu és gay mesmo, tudo bem,
eu respeito, mas para de desmunhecar, pois estás
atraindo a ira dos outros sobre ti".
Já mandei chamar a mãe dele.
[...] Que fiz com os outros? Nada! Fazer o que?
(Coordenadora pedagógica de uma escola pública)

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        O referido artigo tem por objetivo apresentar as relações entre a homofobia, hierarquização e humilhação social, posteriormente focarei na aplicação do estudo dentro do campo acadêmico.

        Retirado do livro "Diversidade sexual e homofobia no Brasil", da fundação Perseu Abramo em pareceria com o Instituto Rosa Luxemburg Stiffung, o texto que é de autoria de dois Professores especialistas no assunto traz uma abordagem divida em:

        1 - "Homofobia e faces do preconceito" que apresenta uma primeira definição sobre homofobia e como ela se caracteriza em seus primeiros momentos, fala ainda sobre o sistema de opressão criado e mantido até hoje – sistema esse alimentado por grandes instituições, históricas, que se acham no direito de julgar o certo e o errado baseando-se em seus próprios parâmetros, valores, normas e crenças, reduzindo assim a figura do “outro” que , por ser diferente, é julgado menor, inferior, ruim, doente, pervertido, anormal etc.
        A abordagem traz que os detentores de comportamentos que fogem à dita heteronormatividade sofrem tratamentos preconceituosos, medidas discriminatórias, ofensas, constrangimentos, ameaças e até mesmo agressão física de forma constante em praticamente todas as fases da vida sejam quando crianças, jovens e até mesmo na fase adulta.

                2- “É suficiente falar em homofobia?” nesta parte do texto se apresentam as definições do termo homofobia e quais as implicações sobre o combate a ela. Trata-se de um enfoque direto no conceito e nas ressignificações que o termo sofreu. Outros grupos dentro do grande grupo chamado LGBTT questionam desde muito cedo o termo “HOMOFOBIA”, a exemplo dos movimentos de lésbicas e transgêneros que a fim de corrigir a tendência “gaycentrica” que o termo homofobia pode trazer, falam em “lesbofobia” e “transfobia”.

 

                3 – Instituições, normalização dos corpos e hierarquização: no terceiro ponto o artigo nos fornece comentários sobre as Instituições que mais discriminam, sejam, a igreja, a escola e a família como principais. São, notoriamente, instituições formadoras de pensamento e reprodutoras de comportamento e a escola, como dito no texto, é um local privilegiado onde se reproduz e se dissemina, ao mesmo tempo que, se enfrenta e se desestabiliza a homofobia. Temos a família e a escola como piores espaços de discriminação homofóbica.

                4 – Homofobia e sistema de humilhação: entre o privado e o público: Por fim, e não menos importante, temos o último ponto abordado no texto, vemos a relação entre a inferiorização social e os mecanismos de naturalização das desigualdades históricas. Temos ainda a comparação de homofobia com outras formas de discriminação sejam: xenofobia, racismo e o antissemitismo, pois consistem em considerar o outro como desigual, inferior, anormal. A discriminação homofóbica se articula em torno das emoções, um instrumento que cria e reproduz um sistema de diferenças para justificar a exclusão.