IMPORTÂNCIA DA DEFINIÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA
Ensaios: IMPORTÂNCIA DA DEFINIÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Gavini • 24/11/2013 • 2.942 Palavras (12 Páginas) • 4.840 Visualizações
IMPORTÂNCIA DA DEFINIÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA
Alberto Farias Gavini Filho*
RESUMO
O presente artigo trata da definição e construção do objeto de pesquisa, etapa na qual o pesquisador decide e delimita a abrangência do seu trabalho. A fundamentação teórica trata de assuntos relacionados à sistemática de estabelecimentos de critérios para definição da problemática que indicará o desenvolvimento da pesquisa. Trata-se de um trabalho de revisão com pesquisa bibliográfica. É importante conhecer os estudos sobre a temática e observar as bases teóricas, nas quais estão sustentadas as ideias de cada autor, que permitirá uma melhor delineação do objeto a ser pesquisado, construindo a problemática que vai guiar a elaboração do trabalho científico alinhado com as necessidades do tema e integrado ao ambiente social, visando desenvolver novos saberes para o crescimento individual e coletivo.
PALAVRAS CHAVE: Objeto de. Problema. Pesquisa. Definição. Social. Desenvolvimento.
1 INTRODUÇÃO
É de extrema relevância o conhecimento e a pesquisa científica, é um ponto de fundamental importância e sem questionamentos. Uma variável significante a considerar neste processo é a dificuldade de se iniciar no caminho da pesquisa científica, de conhecer seus passos, entender os quesitos válidos e necessários e ter sabedoria para superar as armadilhas que aparecem no decorrer do caminho.
Neste processo, a definição do objeto de pesquisa é um passo que a primeira vista pode parecer simples e fácil, mas no decorrer do caminho se constitui em uma etapa com alguma complexidade para sua definição.
O presente artigo apresenta a importância da definição do objeto de pesquisa, como chave para o sucesso do projeto de pesquisa, para isto utiliza a metodologia de revisão bibliográfica, buscando os diversos tipos de conhecimentos de eminentes autores do por que e como formular um objeto de pesquisa, considerando não apenas os critérios científicos, mas também aspectos psicológicos e emocionais de quem irá se envolver no mundo da pesquisa científica.
Para a construção do objeto é preciso definir escolhas para abordar a realidade, ou seja, saber o que pesquisar, por que motivo, por quanto tempo, enfim o objeto construído constitui uma tradução da realidade a partir da leitura. É resultado de um processo de objetivação teórico-conceitual de certos aspectos ou relações existentes na realidade. Sendo assim para a construção do objeto é necessário que esse tema tenha algo que traga importância à sociedade e novos conhecimentos.
Segundo Suely Deslandes as três dimensões são a técnica, (que se refere às regras científicas de como definir e abordar um objeto e como escolher os instrumentos mais adequados para a investigação), a ideológica (que se relacionam as escolhas do pesquisador, a partir das bases teóricas) e a científica, que articula as dimensões já citadas e busca ultrapassar o senso comum através do método científico.
Este artigo também tem como objetivos, indicar passos que possam orientar o pesquisador na construção de seu objeto de pesquisa, permitindo que consiga delimitar seus estudos e trazer profundidade em seu trabalho, formando novas bases para o saber universal.
2 DESENVOLVIMENTO
O projeto de pesquisa é dividido em partes específicas, a definição do tema é uma das partes essenciais do projeto, onde ocorrerá a seleção do objeto de estudo. “Pesquisa é o conjunto de atividades intelectuais tendentes à descoberta de novos conhecimentos” (SAAVEDRA, 2001, p. 61). A melhor definição para o projeto de pesquisa é um plano de trabalho da pesquisa a ser realizada, visando primordialmente à definição dos rumos a serem adotados de acordo com a natureza específica do seu estudo, de modo a facilitar sobremaneira seu trabalho futuro.
Na análise de projetos de pesquisa constata-se um erro muito comum que compromete o conjunto da proposta, que é a imprecisão com que se apresenta, fundamenta e delimita o objeto de estudo. Segundo o professor Elias Machado da Universidade Federal da Bahia, em primeiro lugar, depois de definido o tema, deve ser feita uma criteriosa revisão da bibliografia levantada na etapa anterior, repassando artigos publicados em revistas científicas, bancos de teses e dissertações, comunicações em anais de congressos e livros publicados catalogados em bibliotecas de centros de excelência na área da pesquisa.
O professor ainda explica que caso o projeto seja de natureza teórica, pode-se passar de imediato a revisar a discussão do tema nos textos de referência, antes de entrar na delimitação do objeto de estudo e na definição do problema de pesquisa. Se for uma pesquisa que pressupõe a delimitação de um corpus empírico para análise ou pretende o desenvolvimento de um produto, processo ou inovação a situação é bem mais complexa, pois é muito comum que na falta de uma competência metodológica mais sistemática o pesquisador pense que basta descrever um corpus empírico para definir e delimitar o objeto. Um equívoco porque a construção conceitual e a delimitação do objeto de estudos são dependentes de uma análise exploratória prévia que possibilite identificar as características, regularidades ou rupturas na área da temática em questão.
Sem este procedimento preliminar não se pode definir teoricamente o objeto, delimitar o corpus da pesquisa empírica e muito menos caracterizar um problema que seja relevante para se discutir e elaborar hipóteses para comprovar, refutar, complementar ou, o que é mais raro, propor uma área inédita de pesquisa.
Quando o pesquisador renuncia ao estudo preliminar exploratório o que se tem é apenas uma justaposição, muitas vezes, desconexa de conceitos ou autores relacionados com a temática mais ampla, acompanhada da indicação de um corpus em estado bruto, pré-teorético. Este tipo de atitude impede qualquer discussão epistemológica que permita um movimento direcionado para construção conceitual do objeto e a proposição de um problema digno de relevância científica (MACHADO, 1995).
Toda vez que for capaz de fazer o dever de casa, sem abrir mão de aproximar-se por etapas da bibliografia de referência e da realidade empírica, uma vez que o domínio abstrato do objeto requer um processo lento e gradativo, o cientista aumenta o grau de controle sobre os fenômenos estudados. Não chega a garantir que as metas serão totalmente atingidas, mas demonstra ser um profissional em pleno exercício de
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