INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA E SERVIÇO SOCIAL
Relatório de pesquisa: INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA E SERVIÇO SOCIAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 19742004 • 7/12/2014 • Relatório de pesquisa • 1.733 Palavras (7 Páginas) • 283 Visualizações
CAPÍTULO III – INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS E SERVIÇO SOCIAL
A partir de 1937, a fase que se abre é marcada pelo aprofundamento do modelo corporativista e por uma nítida política industrialista. A participação da burguesia industrial na gestão do Estado aparece no quadro corporativo através de suas entidades representativas, que indicam delegados para planejar e implementar as políticas estatais.
A consolidação progressiva da supremacia industrial, baseada numa aliança com as forças políticas e econômicas ligadas à grande propriedade rural, traduz o caráter não antagônico de suas contradições ao nível econômico e político. O afluxo continuado de populações advindas da agricultura altera a composição política e social da cidade. E a utilização delas é um elemento dinâmico que a estrutura corporativista canaliza para o fortalecimento de seu projeto, neutralizando seus componentes autônomos e revolucionários.
A Legislação Social tem papel essencial nessa integração ao regulamentar e disciplinar o mercado de trabalho, trazendo o avanço da subordinação do trabalho ao capital.
A repressão varguista ataca os componentes autônomos e revolucionários do proletariado e, sobre tudo aquilo que ameace fugir aos canais institucionais criados para absorver e dissolver esses movimentos dentro da estrutura corporativa.
O Estado, por sua vez, procura a integração e a mobilização controladas dos trabalhadores urbanos pela incorporação e falsificação burocrática de suas reivindicações. A paz social do Estado corporativo pressupõe o surgimento constante de novas instituições: Seguro Social, salário Mínimo, Assistência Social, Justiça do Trabalho, dentre outras.
A Legislação Sindical (1939) e o Imposto Sindical estão ligados à preocupação de impedir o esvaziamento dos sindicatos e de recriar em seu interior condições de mobilização – controladas pelo Estado. Inclusive, em 1943, é criada a Comissão de Orientação Sindical a fim de atuar junto à massa não sindicalizada para esclarecer e aglutiná-la em torno de seus “direitos”. Os sindicatos não podem organizar e liderar lutas, mas são crescentemente dotados de equipamentos sociais, sobressaindo os Departamentos Jurídicos.
O surgimento das grandes instituições sociais está relacionado ao aprofundamento das contradições desencadeadas a partir da Segunda Guerra Mundial e à crise política e social que precede a desagregação do Estado Novo. Após 1939, assiste-se a uma retomada do aprofundamento capitalista (expansão da produção industrial, atividades produtivas e agro-exportação), que exige do Estado maior intervenção no mercado de trabalho. Surge o SENAI para responder à necessidade básica de qualificação da força de trabalho necessária a expansão industrial.
A pretexto do engajamento do país na Segunda Guerra, surge a primeira campanha assistencialista de âmbito nacional a partir da criação da Legião Brasileira de Assistência.
A desmoralização dos círculos operários e de outras formas de intervenção no movimento operário contribui para o surgimento e para a orientação de instituições assistenciais, como o SESI. As primeiras experiências de eleições democráticas – no período de 1945 a 1946 – que dão ao Partido Comunista uma votação expressiva, contribui para o aparecimento de outras instituições, como a Fundação Leão XIII.
A implantação e o desenvolvimento das grandes instituições sociais e assistenciais criam as condições para a existência de um crescente mercado de trabalho, permitindo um desenvolvimento rápido do ensino de Serviço Social. Ao mesmo tempo, implica em processo de legitimação e de institucionalização da profissão e dos profissionais de Serviço Social.
O Conselho Nacional de Serviço Social e a LBA
A primeira referência explícita na legislação federal com respeito a Serviços Sociais consta na Carta Constitucional de 1934, onde o Estado fica obrigado a assegurar o amparo aos desvalidos e se fixa a destinação de 1% das rendas tributárias à maternidade e à infância.
A Legião Brasileira de Assistência (LBA) é organizada em seqüência ao engajamento do país na Segunda Guerra Mundial. Seu objetivo inicial é dar assistência “às famílias dos convocados”, passando depois a atuar praticamente em todas as áreas de assistência social. Nesse sentido, ela se constitui em mecanismo de grande impacto para a reorganização e incremento do assistencial privado e desenvolvimento do Serviço Social. Oferecem um sólido apoio às escolas especializadas existentes e viabilizando o surgimento de escolas de Serviço Social nas capitais de diversos estados, atuando, geralmente, em convênio com os movimentos de ação social católica.
O SENAI e o Serviço Social
Em 1942, é criado o SENAI, com o objetivo de organizar e administrar nacionalmente escolas de aprendizagem para industriários. Atribuindo à Confederação Nacional da Indústria a função de geri-lo. Está entre as primeiras instituições a incorporar e teorizar o Serviço social, não apenas enquanto serviços assistenciais corporificados, mas enquanto “processos postos em prática, para a obtenção de fins determinados”, utilizando para tal as práticas e as técnicas de Caso e de Grupo.
Sobressaem dois elementos do Serviço Social no SENAI:
A ação ideológica de ajustamento;
A coordenação da utilização dos serviços assistenciais corporificados.
Há uma mudança no comportamento assistencial do Estado e do empresariado, em relação ao proletariado, de atitudes “paternalistas” a uma política mais global, representativa de uma nova racionalidade. Educação e saúde aparecem como consumo produtivo na produção, conservação e reprodução da força de trabalho. A adequação da força de trabalho às necessidades do sistema industrial
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