Indutivismo: Ciência Como Conhecimento Derivado Dos Dados Da Experiência
Por: Leandro Santos • 17/8/2023 • Resenha • 252 Palavras (2 Páginas) • 86 Visualizações
I. Indutivismo: ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência
O primeiro capítulo do livro "O Que é Ciência, Afinal?" de A. F. Chalmers explora o conceito de indutivismo como uma visão tradicional da ciência. O indutivismo é a abordagem que considera a ciência como um processo de acumulação gradual de conhecimento através da observação e análise de dados da experiência. Essa visão sugere que as teorias científicas são construídas a partir da generalização das observações empíricas.
O capítulo começa destacando a importância do método indutivo, que consiste em inferir generalizações a partir de observações específicas. Essa abordagem é muitas vezes associada a Francis Bacon, um dos pioneiros do método científico moderno. Bacon propôs que os cientistas deveriam coletar uma grande quantidade de dados observacionais e, a partir deles, derivar leis gerais que governam o comportamento da natureza. No entanto, Chalmers aponta que essa visão tem suas limitações.
O problema central do indutivismo é o "problema da indução". David Hume, um filósofo escocês, questionou a validade do raciocínio indutivo, argumentando que não há nenhuma garantia lógica de que eventos passados se repetirão no futuro. Portanto, a ideia de que podemos extrapolar conclusões gerais a partir de observações específicas é intrinsecamente incerta.
Chalmers também destaca a chamada "falácia da generalização apressada", que ocorre quando se tira uma conclusão geral com base em um número insuficiente de observações. Ele apresenta exemplos históricos, como a suposição de que todos os cisnes eram brancos antes da descoberta de cisnes negros na Austrália, para ilustrar a armadilha da generalização precipitada.
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