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Intervenção Social

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Por:   •  5/8/2013  •  3.037 Palavras (13 Páginas)  •  733 Visualizações

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INTERVENÇÃO SOCIAL:

Um dos fatores da Questão Social acontece no processo da acumulação do capital e no seu rebatimento na classe trabalhadora, provocando aumento do desemprego, da pobreza social e intelectual fazendo com que a população encontre alternativas para sua sobrevivência. Dentre esse fator podemos encontrar também o alcoolismo, a drogadição, os problemas de saúde mental, o abandono dos vínculos familiares, essa combinação de elementos que estão presentes na produção da resistência e na produção da desigualdade que estão presentes os moradores de rua e os migrantes. intervenção social constitui um dos mais fortes instrumentos da política social e exige uma reflexão profunda acerca dos seus pressupostos teóricos e epistemológicos e da validade dos seus modelos mais consolidados perante as transformações no nosso modo de entender a vulnerabilidade social.

As famílias multiproblemáticas pobres encontram-se entre os grupos populacionais com mais dificuldades, ao mesmo tempo em que se incluem nos grupos mais difíceis de ajudar. Assim, é fundamental repensar as formas de intervir com estas famílias, sendo que esta transformação terá de se efetuar de modo complementar a diversos níveis: a compreensão do funcionamento e estrutura das famílias, a reformulação das estratégias de intervenção com as famílias e as políticas sociais que organizam os apoios disponíveis. Nota-se aqui que, mesmo do ponto de vista mercadológico, o conceito de intervenção social caracteriza-se por uma ação que visa ao bem-estar da sociedade, o que implica numa perspectiva de longo prazo, de modo a alterar possíveis expectativas imediatistas de retorno e lucro rápidos como resultado desta ação. O que antes eram ações sociais temporárias, hoje são ações duradouras; as que não faziam parte do negócio, agora passam a integrá-lo; os compromissos com a comunidade local, hoje, são compromissos sociais mais amplos; o caráter social, que desvinculava uma ação de cunho social do negócio da empresa, hoje o integra e faz parte de sua essência.

Nesta perspectiva o objetivo desta pesquisa é contribuir para a discussão sobre um dos fragmentos das expressões da questão social, não muito difundido atualmente, mas presente na sociedade brasileira – o morador de rua. Embora o morador de rua seja tão sujeito de direitos e deveres como qualquer outra pessoa, a sociedade teima em não reconhecê-lo como tal. Essa população é o reflexo de uma sociedade excludente e está marcada por um contexto histórico de desigualdades, pauperização e marginalização.

Segundo Bezerra (1992), à proporção que aumenta o tempo de rua, se torna estável a condição de morador, neste universo é possível identificar diferentes situações em relação à permanência na rua, tais como: Estar na rua: expressa a situação daquele que, desalentado adotam a rua como local de pernoite e já não a consideram tão ameaçadoras. Ficar na rua: reflete um estado de precariedade de quem além de estar sem recursos para pagar uma acomodação, não consegue vaga em um albergue. Ser da rua: nas situações anteriores é possível alternar a rua com outros lugares de residência e com trabalhos diversos, pode acontecer ate mesmo que o individuo saia definitivamente da rua, retorne ao lugar de origem, consiga emprego, constitua família. Para que isto ocorra faz-se necessário a intervenção do Serviço Social junto a esta população que vem se ampliando cada vez mais, exigindo a busca constante de estudos visando qualificar a ação profissional, uma vez que, na bibliografia atual, o tema tem ocupado espaço restrito.

1. INTRODUÇÃO

Em meio a uma sociedade marcada pela desigualdade social e supervalorização do capital em detrimento do respeito aos direitos inalienáveis do ser humano a “População em Situação de Rua” pode ser considerada como uma das mais dramáticas manifestações da questão social. Além de sua situação de extrema vulnerabilidade social ela tem sido alvo de atos de violência que expressam a barbárie que está presente na sociedade brasileira nos dias atuais. A população assiste nos telejornais notícias de violência gratuita ou premeditada contra os habitantes “incomodativos” do espaço coletivo, nos moldes do caso do índio Gaudino, que se tornou internacionalmente conhecido, e ainda mais impactou quando os agressores, ao tentarem justificar o crime, declararam que “pensaram ser um morador de rua”, um “indigente”. Assim, aqueles jovens de classe média, repletos de conteúdo do senso comum, inspirados pela “naturalização” da violência contra esse público, deixam claro que, não fariam contra um índio, mas não havia porque “não fazer” contra um “indigente”.

Em outubro de 2010 a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República cobrou respostas rápidas para as mortes de 22 moradores de Rua no Estado do Alagoas. Os crimes foram cometidos no período de janeiro deste ano até a primeira quinzena de outubro. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, em Alagoas, oito vítimas foram mortas a tiros, sete delas foram apedrejadas, uma queimada e seis sofreram espancamento. Em Goiânia-GO, desde que os ataques começaram, em agosto passado, foram 30 assassinatos, 02 execuções flagradas por câmeras de segurança.

Para a polícia, quase todas as vítimas são usuárias de crack e morreram por brigas entre os próprios moradores de rua ou então por dívidas com traficantes. “Como se pode matar um ser humano desta forma e dizer que eles estão se matando entre si? Com tanta proporção. A morte vem de moto, a morte vem de pau, a morte vem de paulada, a morte vem de tiro”, diz Maria Madalena Patrício de Almeida, coordenadora da Pastoral do Povo da Rua. Estes são alguns dos casos que se tornaram conhecidos entre tantos outros ocultos da grande mídia e que pode evidenciar a urgência de uma política pública capaz de enfrentar a complexa realidade das pessoas em situação de rua.

A realidade da população em situação de rua põe em evidência o caráter destrutivo do sistema capitalista que cria esta situação de extrema pobreza e ao mesmo tempo provoca não só atos de crueldade, citados anteriormente, como indignação, medo e temor em outros setores sociais, que se sentem ameaçados diante da ocupação de um espaço público por pessoas que não gozam do direito de um espaço privado de moradia. Por isto, entendemos que estamos diante de um fenômeno social que denuncia de forma inconteste as desigualdades sociais resultantes das relações sociais capitalistas, que se desenvolvem a partir

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