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A primeira coisa que devemos entender é que a desigualdade não é um indicativo de pobreza. Países desiguais podem ter um povo próspero, assim como um povo pobre. Países onde há igualdade econômica, mesma coisa. A desigualdade econômica é baseada no coeficiente de Gini, que vai de 0 à 100. Quanto mais próximo do 100, mais desigual. E veja que engraçado, o coeficiente de Gini do Chile (o país com maior IDH da América latina) é de 52, enquanto o da Tanzânia, um país extremamente pobre, é de 37.

Mas qual a lógica disso? Colocar a desigualdade como indicativo de pobreza nos leva ao erro de diminuir a riqueza do país como um todo. Diminuindo a desigualdade sem gerar riquezas, seja colocando mais impostos para os mais ricos, ou priorizando a ascensão apenas das classes mais pobres (que na verdade crescem apenas quando a riqueza do país como um todo cresce), deixamos de lado a verdadeira solução para a pobreza, que é a produção. Explico-lhe melhor:

O dinheiro não é um recurso natural tirado da natureza. Ele não é limitado como o ouro, o petróleo, e essas coisas não renováveis. Muito pelo contrário, o dinheiro é produzido. Quem coloca a desigualdade como um problema, considera que a quantidade de dinheiro que o país tem agora será a mesma para todo o sempre. Sendo assim, nada mais justo do que distribuir isso de forma igual para todos, para pelo menos, todos começarem do mesmo ponto, já que querem tanto uma sociedade baseada no mérito. Para ter dinheiro, essas pessoas dizem, é preciso tomar ele de alguém, já que todo o dinheiro que existe já está distribuído entre as pessoas. Mas acontece que mesmo que os 10% mais ricos se afastem dos 10% mais pobres, esses 10% mais pobres podem sair da pobreza, justamente pelo fato da possibilidade de produção de dinheiro. Não confunda: produzir dinheiro não é fabricar mais notas na casa da moeda e sair distribuindo à rodo. Isso causa o enfraquecimento da moeda, já que temos a mesma quantidade de riquezas no país (o dinheiro representa essas riquezas) diluídas em mais notas. Isso é um dos tipos de inflação. Produzir dinheiro é contribuir com o PIB, ou seja, aumentar as riquezas do país.

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