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Liderança é Algo Que Se Pode Aprender?

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Por:   •  26/4/2014  •  2.294 Palavras (10 Páginas)  •  412 Visualizações

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Nos tempos atuais não se discute a importância da liderança no desenvolvimento das instituições, sejam do setor público ou privado. O termo está intimamente ligado ao nível de produção ou excelência dos serviços prestados por determinado setor, tendo em vista que se relaciona diretamente com o poder de influenciar as pessoas a fazerem aquilo que o líder entende como o necessário à sua instituição e aos seus seguidores. Líderes fazem a diferença e determinam a história e o sucesso de uma organização.

Mas para respondermos ao questionamento ora apresentado precisamos necessariamente identificar os elementos conceituais do termo liderança, assim como o processo psicológico de aprendizagem, sem os quais a presente tarefa, além de empírica, não seria completa.

Ao longo dos anos, no contexto organizacional, o tema liderança fora amplamente abordado e discutido. Inicialmente os estudos buscavam identificar traços e características dos líderes e, também, os seus comportamentos e estilos (YUKL, 1998; BERGAMINI, 1994; BRYMAN, 1995; apud TECHIO et al, 2010). Posteriormente predominaram abordagens contingenciais/situacionais (BERGAMINI, 1994; KENT; CROTTS; AZZIZ, 2001, apud TECHIO et al, 2010). E a partir da década de 80, surgiram as “novas abordagens de liderança”, com as teorias relacionais, transacionais e transformacionais, focando muito mais na relação entre líderes e seguidores.

Por haverem várias abordagens durante os anos, não é simples a conceituação do termo liderança, cabendo-nos, neste contexto, adotar a definição mais moderna. Liderança é um processo que envolve a influência intencional de pessoas sobre pessoas com a finalidade de criar condições e facilitar relações, de modo que elas possam realizar atividades que contribuam para a consecução de objetivos comuns. (HEIFETZ, 1994).

Para NORTHOUSE (2004) liderança é o processo de influenciar os outros com o intuito de alcançar objetivos coletivos.

Líder é a pessoa, liderança é a atividade que ele executa. E para o desempenho dessas atividades o líder precisa ter ou desenvolver determinadas características, traços, que possibilitem ou facilitem o exercício de sua liderança. Dentre essas características, ainda que existam muitas outras elencadas na literatura, podemos citar: o desejo de liderar; ter ambição e energia; ser honesto e íntegro; autoconfiante; inteligente e ser conhecedor do seu trabalho. Resta-nos saber, portanto, se é possível aprendermos tais características ou modificarmos nosso comportamento no sentido de desenvolvermos certas habilidades.

Poucos cientistas acreditavam, até pouco tempo, que se pudesse empreender seriamente no estudo da mente humana. O assunto constituía, em grande parte, a uma área reservada aos filósofos. Entretanto, nos últimos anos, várias linhas de investigação – que partiram da filosofia (especialmente da filosofia da mente, da filosofia da matemática e da filosofia da ciência), da psicologia (especialmente através da psicologia cognitiva), da neurociência, da linguística, da ciência da computação e da inteligência artificial (em particular do ramo de redes neurais) – convergiram, dando origem a este novo campo altamente interdisciplinar – o das Ciências Cognitivas. (GARDNER, H. 1995)

Existem diversos modelos que visam explicar o processo de aprendizagem pelos indivíduos, cujos quais são denominados “teorias da aprendizagem”. Vários desses estudos estão intimamente ligados ao desenvolvimento do processo de aprendizagem na infância. O aprimoramento intelectual e comportamental do ser humano inicia-se na mais tenra idade, mas serve para definir suas características na fase adulta.

Piaget dizia que as crianças dão sentido às coisas, principalmente, por meio de suas ações com o ambiente. Concebeu o desenvolvimento intelectual como processo contínuo de organização e reorganização de uma estrutura, cada nova organização integrando a anterior a si mesma. Embora esse processo seja contínuo, seus resultados são descontínuos: são qualitativamente diferentes, de tempos em tempos. Entretanto, observa-se cuidadosamente, que cada um desses cortes transversais do desenvolvimento é descrito em termos do “melhor” que a criança pode fazer, na época. Muitos comportamentos, anteriormente aprendidos, ocorrerão mesmo que ela seja capaz de novas e melhores ações. (PULASKI, 1986)

Já VYGOTSKY (1999) destacou o valor da cultura e o contexto social, que acompanha o crescimento da criança, servindo de guia e ajudando no processo de aprendizagem. Partia da ideia que a criança tem necessidade de atuar de maneira eficaz e com independência, e de ter a capacidade para desenvolver um estado mental de funcionamento superior quando interage com a cultura. A criança tem um papel ativo no processo de aprendizagem, entretanto não atua sozinha. Aprende a pensar criando, sozinha ou com a ajuda de alguém, e interiorizando progressivamente versões mais adequadas das ferramentas “intelectuais” que lhe apresentam e lhe ensinam ativamente os adultos a sua volta.

Um destaque importante nas ideias de Vygotsky é dado à linguagem, que é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, demonstrando que as crianças dispõem de palavras e símbolos, e são capazes de construir conceitos muito mais rapidamente. Acreditava que o pensamento e a linguagem convergiam em conceitos úteis que ajudavam o pensamento. Observou que a linguagem era a principal via de transmissão da cultura e o veículo principal do pensamento e a autorregulação voluntária. (MOREIRA, M. A., 1999)

Para Bruner o aluno tem uma grande participação no processo de aprendizagem. O professor não expõe os conteúdos de maneira explícita, mas gera condições para que os alunos conheçam uma meta a ser alcançada e serve como mediador e guia para que os próprios alunos percorram o caminho e alcancem os objetivos propostos. Em outras palavras, a aprendizagem por descoberta ocorre quando o professor apresenta todas as ferramentas necessárias ao aluno para que ele descubra por si o que deseja aprender. (BRUNER, 2001)

Bruner afirma que o desenvolvimento psicológico não é independente do meio ambiente social e cultural e defende que a educação tem a função de mediar o aluno e o meio histórico-cultural no qual este se desenrola (BARROS, 1998).

A teoria da assimilação de David Paul Ausubel , ou teoria da aprendizagem significativa, é uma teoria cognitivista e procura explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente humana com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento. Diferentemente de Piaget, cujo foco principal de pesquisa não era a aprendizagem que ocorria na sala de aula, Ausubel concentra-se principalmente numa proposta concreta para o cotidiano

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