Magia ou Cultura - Como explica a ciência
Por: Karinny Marques • 4/7/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 9.545 Palavras (39 Páginas) • 192 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
Centro de Ciências Humanas – CCH
Curso de Ciências Sociais
Disciplina: Antropologia I
Professor: Gleidson Vieira
Antônia Karinny do Nascimento Marques
Francisca Cleide Mendes Paiva
Maria Gleiciane Fontenele Pereira
TRABALHO ETNOGRÁFICO: MAGIA OU CULTURA: COMO EXPLICA A CIÊNCIA
Sobral 2012
ANTÔNIA KARINNY NASCIMENTO MARQUES
FRANCISCA CLEIDE MENDES PAIVA
MARIA GLEICIANE FONTENELE PEREIRA
MAGIA OU CULTURA: COMO EXPLICA A CIÊNCIA
Trabalho apresentado ao professor Gleidson da disciplina de Antropologia I da turma do 4º período, turno noite no curso de Ciências Sociais.
UVA
SOBRAL – DEZEMBRO DE 2012
SUMÁRIO
Metodologia.......................................................................................................................3
Resumo..............................................................................................................................4
Introdução..........................................................................................................................5
Desenvolvimento.............................................................................................................11
Relatos do campo ............................................................................................................11
Um primeiro contato........................................................................................................11
Segundo contato: Descrição do local pesquisado............................................................12
O mapa astral formação de todos os baralhos.................................................................13
Iniciando o jogo (ritual)...................................................................................................13
Primeira personagem Soraia............................................................................................13
Segunda personagem Luana............................................................................................19
Terceira personagem Vívia..............................................................................................20
A experiência pós campo.................................................................................................25
Conclusão........................................................................................................................26
Anexos............................................................................................................................27
Referências bibliográficas...............................................................................................29
Metodologia
Compreendendo que o ambiente pesquisado é permeado de significações que não podem ser percebidas por meio de uma análise quantitativa, foi desenvolvida nesta pesquisa uma abordagem qualitativa que se caracteriza pela participação no campo que se deseja observar e compreender (MELUCCI, 2005). No entanto, a abordagem quantitativa não foi de toda excluída, de modo que ao longo da pesquisa nos utilizamos de dados mais estatísticos para reforçar o que está sendo apresentado.
Ao nos propormos a observar tal ambiente, vimos a necessidade de auxilio para podermos desenvolver nossas observações e interpretações. Para tanto, procuramos nos utilizar dos sentidos que Roberto Cardoso de Oliveira mostra-nos como instrumentos fundamentais à maneira de conhecer das Ciências Sociais, o Olhar, o Ouvir e o Escrever. (OLIVEIRA, 1998).
Foram usadas como técnicas de pesquisa o que André (1995) chama de técnicas antropológicas, mas, que não são exclusivas da antropologia, quais sejam observação, entrevistas e registros de campo. Estas são, na verdade, técnicas escolhidas por quem tem pretensões de compreender a realidade dos sujeitos que estão estudando por meio do contato direto com os mesmos.
Malinowski (1984) nos mostra a importância de se fazer uma observação participante numa pesquisa deste tipo, haja vista que somente o contato persistente com o grupo estudado pode proporcionar uma penetração nas práticas desenvolvidas e principalmente nos significados que são atribuídos a tais práticas pelos sujeitos. Pensando nesta abrangência dos significados Ângela Linhares nos fala que uma boa maneira de alcançar este propósito é através da observação das falas e dos rituais dos indivíduos (LINHARES, 1999). A fala, como já citada anteriormente, nos ajudou a entender a construção dos discursos dos sujeitos. E foi também por meio da escuta destas falas que pudemos compreender os significados e representações que permeavam o campo pesquisado.
As entrevistas foram desenvolvidas objetivando justamente a apreensão da fala dos sujeitos que no caso a da cartomante e por vezes das personagens, para entendermos as posturas foram adotadas diante dos fatos. Quando nos envolvemos tão diretamente com aqueles que estamos querendo compreender é necessário que não nos deixemos tomar completamente pelo ambiente de maneira a perder o foco da pesquisa. Rosália Duarte (2002) nos alerta para que tenhamos sempre o cuidado de não deixarmos a entrevista escapar de nossas mãos e nos distanciamos do que de fato queremos, tornando o ato da entrevista em uma conversa como uma troca de experiências, como afirma Portelli (2007) dizendo que “a entrevista é um momento no qual se encontram experiências de vida diferentes” (PORTELLI: 2007, p.04), neste caso, a entrevista se deu de maneira que os envolvidos compartilharam suas experiências, e mais do que isso, por isto Portelli nos alerta para a importância de não somente saber fazer as perguntas, mas principalmente saber ouvir as respostas e aceitá-las mesmo que não estejam de todo situadas no contexto das perguntas.
O que foi percebido se encontra relatado em forma de etnografia onde nos utilizamos, como parafraseia Ítalo Calvino (2000), a “palavra escrita”. No qual foi exatamente o que pretendemos ao optar por desenvolver um estudo sobre a leitura das cartas do tarô e a influência na vida das pessoas que as procuram.
Ao optar pelo método etnográfico levamos em conta também o que Magnani destaca ao dizer que na etnografia o que se tem não é uma obsessão por detalhes, mas sim uma atenção especial a estes (MAGNANI, 2002). E quando se fala em entrevista, o que sempre deve vir à cabeça do entrevistador é que ele não detém um conhecimento acima do entrevistado, de uma vez que, se fazemos uma entrevista é “porque o entrevistado sabe de coisas que nós não sabemos.” (PORTELLI: 2007, p.05)
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