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Manifestações Populares De Protesto E A Realidade Atual Brasileira

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Por:   •  9/11/2014  •  2.394 Palavras (10 Páginas)  •  361 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Ao analisarmos a história das manifestações brasileiras vamos descobrir que após reunirem milhares de pessoas algumas dessas manifestações conseguiram ter suas reinvindicações atendidas. Foi assim em 1992 nas manifestações compostas principalmente por jovens denominados “Caras Pintadas” e que pediam a saída do então Presidente Fernando Collor de Melo através do impeachment. Após a forte pressão causada pelas manifestações Collor renunciou ao cargo.

No governo de João Goulart, na década de 1960, o contexto politico conturbado também levou o povo às ruas. As manifestações começaram após um comício do presidente no Rio de Janeiro defendendo as chamadas Reformas de Base. As forças politicas que formaram os setores conservadores e que lutavam para a saída de então presidente conseguiram assim o fim de seu governo.

As manifestações puseram fim ao pretenso comunismo de João Goulart, que poderia subtrair parte do poder econômico das classes dominantes do país. Sob esse argumento os militares, afirmando ter o apoio popular derrubaram o presidente e abriram caminho para que restringissem a participação politica e instauraram uma Ditadura Militar.

Mesmo nos casos em que não alcançaram os objetivos desejados as manifestações geraram debates sobre a situação politica do país e estimularam um numero maior de pessoas a se envolver nesse assunto. Foi o caso das “Diretas Já, que foi uma manifestação buscando uma lei que proporcionasse eleições do presidente da republica pelo voto direto. O país ainda vivia anos de ditadura e mais um presidente ainda foi eleito pelo colégio eleitoral, de forma indireta, mas apesar de não alcançar o objetivo a que se propuseram as manifestações, o país começou a viver um novo contexto politico onde a liberdade para a participação politica aumentou.

Neste trabalho acadêmico será apresentada uma análise sobre as manifestações populares que se realizaram no Brasil a partir de junho de 2013.

2 DESENVOLVIMENTO

Manifestações Populares de Protesto no Brasil

Manifestações populares de protesto são reações individuais ou coletivas contra ou a favor de algum assunto ou situação. Eles podem acontecer através de marchas, greves, protestos de rua, ocupação de determinados espaços, interrupção do trafego de veículos, entre outras ações pacíficas ou não. O manifestante usa o protesto público como forma de chamar atenção para suas opiniões a fim de influenciar a opinião de outras pessoas e/ou gerar discussões politicas para conseguir alcançar as mudanças desejadas.

Em junho de 2013 começaram no Brasil uma série de manifestações que inicialmente protestavam contra o aumento no valor do transporte público em várias capitais. Ao contrário de várias outras acontecidas no país ao longo da história, estas não foram suscitadas por partidos políticos, apesar de algumas bandeiras de partidos terem tentado se envolver nas manifestações a fim de conseguir de alguma forma estar inclusas na “assinatura” das mesmas sendo, porém enfaticamente repudiadas pelos manifestantes.

Após seu início em São Paulo, as manifestações se espalharam pelo país, mas deixaram de protestar apenas contra o transporte público, sua má qualidade e o aumento de tarifas para abranger toda a insatisfação da população brasileira em relação às politicas públicas ineficientes, à corrupção, aos gastos públicos com obras que não beneficiavam a população em suas necessidades básicas, aos péssimos resultados e poucos investimentos na educação, falta de moradias, entre outros muitos problemas que fazem parte da realidade brasileira e que a participação social não conseguiu mudar de fato.

A participação social ou participação popular é a participação de entidades representativas da sociedade civil que buscam transformações efetivas nas realidades da população em relação aos serviços que o Estado é responsável por oferecer. Porém na maioria das vezes essas entidades não têm conseguido mudar de fato tais realidades e ao contrario do que se espera cada vez mais o país apresenta crises em diversos setores.

As manifestações de 2013 então podem ser vistas como a maneira que a nação brasileira encontrou para trazer à luz as diversas mazelas e necessidades que fazem parte do seu dia-a-dia e também como a maneira encontrada para pressionar os governantes no sentido de que tais necessidades se tornem pauta para efetiva discussão no âmbito político de forma que venham a ser sanadas de fato.

Justiça Social no Brasil

Se analisadas pela ótica de que vêm mostrar a realidade e buscar mudanças, as manifestações vêm contrariar a crença do sistema de que as classes marginalizadas são ignorantes e passivas em razão das desigualdades de renda do país. Os grupos marginalizados vieram através das manifestações colocarem em foco os problemas que os afligem, buscando além de outras coisas emprego, renda digna, e acesso aos serviços de obrigação do Estado e que sanam as necessidades básicas dos cidadãos.

A prestação de serviços básicos é um dever do Estado e por isso um dever dos políticos que foram eleitos para representar a população. Muitas vezes existe falta de ética e de congruência com as necessidades e desejos públicos por parte desses representantes. Por essa razão, as manifestações não aconteceram só reivindicando melhorias nas condições de vida da população em geral, mas também buscando a transparência, honestidade e ética na politica.

Desejando fomentar discussões para gerar justiça social no país os manifestantes foram às ruas em 2013, com reinvindicações que somadas buscavam o equilíbrio entre o âmbito econômico e o social no Brasil.

O Brasil é um país com grande riqueza em recursos naturais e tem o Produto Interno Bruto – PIB – entre os 10 maiores do mundo. Apesar disso ainda é um país com extremas desigualdades sociais e injustiças na distribuição dos recursos que possui, ocupando pela outra ponta do ranking a posição entre os 10 países com maiores índices de disparidade social. A principal causa dessas desigualdades é a falta de acesso à educação que atinge grande parte da população. Mas várias outras razões contribuem para esse contexto social, podendo se destacar a falta de acesso a serviços básicos que quando são oferecidos pelo Estado tem pouca ou nenhuma qualidade, injustiças na área das politicas fiscais acompanhadas de baixos salários.

Tais desigualdades, porém não vêm acontecendo a partir de recentes

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