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Motivação

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Por:   •  11/9/2013  •  Tese  •  890 Palavras (4 Páginas)  •  296 Visualizações

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Porque você não pode desistir!

"Esse é um texto especial para aquelas que sentem que não vão conseguir continuar, ou pensam que seu aprendizado estacionou. Apenas um convite para meditar melhor acerca de seu momento."

Quando comecei minhas aulas de dança, minha professora - Sharazad - dizia que meus braços pareciam cabos de vassoura... parece brincadeira, não é? Eu via os braços dela, e me encantava com aquela graciosidade a tal ponto, que foi impossível abandonar as aulas. Pensava comigo, "nenhum bebê nasce sabendo, com certeza ela também teve seu período de aprendizado, por que não eu?"

Por diversas vezes, pensei em desistir, mas um bichinho dentro da minha cabeça de menina dizia, "você gosta tanto disso, fica só mais um pouquinho vai!"

Assim eu fui ficando, e, devagar fui descobrindo onde estavam minhas travas, aprendendo a abrir os ferrolhos e colocar lubrificantes nos lugares enferrujados, até que aquele corpo novo, mas muito duro, começou a se mostrar um pouco mais maleável.

Sinto que ao tomar contato com a dança todas nós percebemos o quanto não somos donas de nosso corpo e essa descoberta nos surpreende e assusta ao mesmo tempo. Quantas vezes já ouvi em aula a expressão: "Eu entendi a explicação e estou dizendo a meu corpo o que fazer, mas ele não me obedece...!" Na verdade, creio que num primeiro momento existe um conflito entre compreender mentalmente as ordens e senti-las em nosso corpo. Vivemos numa estrutura social que oferece pouco espaço para o afeto e menos ainda para cuidar de nossa vida interior. Correndo de um lado para o outro, oferecendo nossa eficiência no trabalho, a atenção para os amigos e afins, cuidando de filhos, quando eles já fazem parte de nossa vida... Quando chega a hora de cuidar de nós mesmas, o cansaço fala mais alto e adormecemos na primeira página daquele livro, que tanto queríamos ler, sem energia para chegar ao final do primeiro parágrafo.

As aulas de dança parecem ser um bom começo para retomar o contato perdido... lá atrás, na adolescência, quando ainda nos olhávamos no espelho com curiosidade e espanto, vendo a transformação que a maturidade trazia.

Voltamos a ficar curiosas: como será que eu fico numa roupa de dança...como será quando já souber dançar, quando estarei pronta para fazer uma surpresa para alguém??? Tantas possibilidades e tantos planos, que vão por água abaixo, depois de apenas três meses de aula!!! Nada que valha a pena, pode ser aprendido em apenas 90 dias, nenhum idioma será dominado em tão pouco tempo. A dança é a linguagem do corpo, se ele não foi treinado para falar, como estará pronto para proferir palestras depois de míseros três meses de preparação?

Dê tempo a si mesma, permita que as mudanças ocorram dentro de um ritmo normal. Nossas emoções não existem apenas em nossa mente mas deixam marcas profundas nos músculos, articulações e em toda nossa estrutura enquanto ser humano. Dançar significa permitir a soltura de nossas tensões, o relaxamento do controle, a abertura para os sentimentos. Por abrir tantas portas dentro de nós é que não é tão fácil assim...Respeitando nossos limites damos espaço para que eles afrouxem, como um elástico novo, que de acordo com o uso, fica mais macio e se alonga sem oferecer resistência.

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