Movimento De Reconceituaçao

1. O Serviço Social na década de 1980 e o movimento de Reconceituação do Serviço Social

Em 1980 os assistentes sociais passaram por um movimento que representa uma grande mudança, o movimento de Reconceituação do serviço social no País. Esse movimento visa a transformação, a renovação dos conceitos e do agir profissional, que busca uma formação qualificada ,com técnicas precisas, fundamentação teórica e cientifica para a profissão.

Esse Movimento surge com a necessidade de adequar as praticas profissionais a realidade do País, e a ruptura com o conservadorismo, construindo novos métodos e técnicas a partir das necessidades populares, para um agir profissional com a identidade própria, condizente com a realidade social.

O movimento de Reconceituação foi uma tentativa de ruptura com o conservadorismo para um método critico e investigativo, uma renovação teórico-pratico social, com a proposta de intervenção e compreensão da realidade social, questionador da ordem dominante.

Disso tudo resulta na reformar curricular e na condução dos destinos das organizações profissionais e intervenções profissional que faz uma opção clara pela defesa dos direitos da classe trabalhadora.

Imaginando uma Assistente Social na década de 80, diante da história do nosso País, que passou por 20 anos de ditadura, e tentava se refazer diante de uma nova realidade, com novas propostas, com mudanças significativas para toda população do nosso País, encontro nas palavras de Maria Lucia Martinelli (2008), o melhor relato da profissão de Assistente Social nesta década :

Mas a consciência crítica da qual os agentes eram portadores e que se materializara com a ruptura da alienação, com o amplo assumir da contradição ensejada pelo Movimento de Reconceituação, intensificava-lhes o desejo e direcionava-lhes as ações no sentido de lutar continuamente por novas superações dialéticas, pela expansão da consciência política da categoria profissional, pela ampliação de espaços para a produção do novo.

A partir do momento vivido no Brasil, de modo predominante ao longo das décadas de 70 e 80, em que conseguiram se identificar como um grupo portador de um projeto profissional comum, construído com base em uma consciência política coletiva do papel que desempenhavam, e que deveriam desempenhar, na totalidade do processo social, os agentes colocavam-se em condições de ingressar no universo da “classe para si” do movimento operário, superando sua própria consciência burguesa e participando da prática política da classe operária.