Movimentos Sociais
Artigo: Movimentos Sociais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Sussin • 24/8/2014 • 4.041 Palavras (17 Páginas) • 380 Visualizações
MOVIMENTOS SOCIAIS
Neste século novos sujeitos sociopolíticos e culturais entram em cena, como os movimentos sociais globais, movimentos transnacionais, entidades civis modernas, fóruns, conselhos e câmaras de participação. Várias lutas sociais se internacionalizam rapidamente, novos conflitos sociais eclodiram abrangendo temáticas que vão da biopoder, ás lutas e demandas étnicas, assim como o retorno de lutas e religiosas de diferentes seitas e crenças. Neste cenário, na América Latina, a retomada das lutas dos indígenas está sendo uma das grandes novidades, no que se refere ás ações coletivas de lutas e movimentos sociais. A sociedade fragmentada se configurou a partir dos anos de 1990, No Brasil, de um lado, passou a imperar um modismo, que tenta se desvencilhar de imagens movimentalistas dos anos de 1980 e construir novas representações sobre as ações civis agora tidas e propositivas, atuando segundo formas modernas de ação coletiva, expressas em discursos como exigência para sobrevivência. De outro lado, à medida que o cenário da questão social se alterou, novíssimos atores/ sujeitos sociais entraram em cena na sociedade civil, como as ONGS e as entidades do Terceiro Setor; as políticas ganharam destaque na organização dos grupos sociais.
Conceituando os movimentos sociais:
Um movimento social é sempre expressão de uma ação coletiva e decorre de uma luta sociopolítica, econômica, ou cultural. Usualmente ele tem os seguintes elementos constituintes, demandas que configuram sua identidade, adversários e aliados, bases lideranças e assessorias que se organizam em articuladores e articulações e formam redes de mobilizações, práticas comunicativas diversas que vão da oralidade direta aos modernos recursos tecnológicos, projetos ou visões de mundo que dão suporte a suas demandas e culturas próprias nas formas como sustentam e encaminham suas reivindicações. Os movimentos sociais propriamente ditos, criados e desenvolvidos a partir de grupos da sociedade civil, têm nos direitos a fonte de inspiração para a construção de sua identidade. Podem ser direitos individuais ou coletivos, neste último caso, aborda todo um grupo social. O conceito de movimento social se refere á ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade em um contexto específico, permeados por tensões sociais, podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. No século XIX e nas primeiras décadas do século XX, movimentos operários e movimentos revolucionários deste a revolução Francesa 1960 Estados Unidos, direitos civis, feminismo, contra a Guerra do Vietnã, estudantil etc. Na América Latina especialmente no Brasil os atuais movimentos que ocorreram na fase do regime político populista 1945-1964. São diferentes também dos movimentos ocorridos do final da década de 1970 e parte dos anos de 1980 movimentos populares reivindicatórios de melhorias urbanas articulados com pastorais, grupos políticos de oposição ao regime militar etc. Embora muitos dos atuais movimentos sejam herdeiros daqueles dos anos 1980 , naquela década, os movimentos lutavam para ter direito a ter direitos. Como só podemos falar em direitos se contemplamos o universal, aqueles momentos não estavam autocentrado não miravam apenas a si próprios. A autora adverte que as novas políticas sociais do Estado globalizado priorizam processos de inclusão social de setores e camadas tidas como vulneráveis ou excluídas de condições socioeconômicos ou direitos culturais (índio, afrodescendentes etc.) este papel é realizado de forma contraditória os sujeitos políticos e culturais da sociedade civil, antes organizados em movimentos e ações coletivas de protestos, são agora parcialmente mobilizados por políticas sociais institucionalizadas. Transformam-se as identidades políticas destes sujeitos, construídas em processos de lutas contra diferenciações e discriminações socioeconômicas em políticas de identidades pré- estruturadas segundo modelos articulados pelas políticas públicas, arquitetados e controlados por secretarias de Estado, em parceria com organizações civis tipo ONGS, que desempenham o papel de mediadores. A grande mudança observada nos estudos sobre as políticas de parceria do Estado com a sociedade civil organizada está na direção do foco central da análise do agente para a demanda a ser atendida, reconhecem-se as carências e busca-se superá-las de forma holística. A institucionalização das ações coletivas impera como regulação normativa, com regras e espaços demarcada e não como um campo relacional de reconhecimento. As novas políticas ao enfatizarem o lado dos deveres do cidadão, usualmente os reduzem a um cidadão cliente, consumidor de um serviço público. Resulta deste cenário, neste novo milênio, que as muitas ações coletivas que são movimentos sociais que de fato tiveram que alterar suas práticas e reivindicações para então ficar á margem da história. O que move um militante é o desejo de mudança, sua indignação pelas coisas como estão, é a vontade de fazer algo e contribuir para mudar aquele cenário, a seu ver, errado. Portanto, é muito natural que fiquem de peito inflamado vendo exemplos de outras manifestações que acumulam milhares e milhares de pessoas, com cartazes e gritos, enchendo as ruas. É uma inspiração. Entretanto, é preciso saber delimitar as coisas e não permitir que a inspiração se torne um obstáculo. Muitos militantes de primeira viagem vêm com aquela conhecida vontade de mudar o mundo e abraçá-lo com as pernas e ficam completamente sem chão e decepcionado quando vê seu movimento juntar de 10 a 50 pessoas até 200 é uma decepção. Eles colocam à frente aquelas fotos de mobilizações, por exemplo, que estão acontecendo em Portugal e Espanha; a mobilização estudantil que aconteceu no Chile ou protestos inflamados na Venezuela. Magnífico, lindo, maravilhoso, que mundo espetacular! E pecam deliberadamente quando bradam aos quatro ventos palavras de ordem contra as mobilizações que ocorrem no seu próprio espaço. “Por que as pessoas aqui não se mobilizam como lá? Não têm motivos de sobra? É um bando de ignorante!” E ofende a tudo e a todos, grita com tudo e todos, e se decepciona a cada movimento que participa com a pouca aderência popular. Isso somente lhes tira o crédito e desanima o próprio movimento. É uma desconstrução para si e para os outros. Não é errado ter esses movimentos bem-sucedidos como inspiração e exemplo. Errado é exigir que seja o mesmo no seu país, que tem outro quadro político, outra cultura, outra informação,
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