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Movimentos Sociais

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Por:   •  10/10/2014  •  787 Palavras (4 Páginas)  •  232 Visualizações

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Os textos clássicos relacionam movimentos sociais com mobilizações e reivindicações que envolvem causas particulares ou grandes projetos de mudança social, como os socialistas ou anarquistas (SCHERER-WARREN, 1987; FOWERAKER, 1995; CHAZEL, 1995; GOHN, 1997). A forma de estudar os movimentos também se diferencia, não apenas pelas abordagens, mas também pela impossibilidade de esgotar a complexidade do objeto (MELUCCI, 2003).

O conceito de movimento social surge no seio dos revolucionários, do movimento operário (BOTTOMORE, 1981). Há certo consenso de que os movimentos sociais propiciam a difusão dos ideais de emancipação, alimentam os desejos de liberdade, mas também podem ser vistos como agentes que anunciam o novo ao denunciar as contradições existentes e desafiar os códigos culturais dominantes (MELUCCI, 1989, 2003). Nesse sentido, dentre a gama de conceitos possíveis, hegemonia, ações coletivas e cultura política têm sido utilizados para refletir sobre as tensões que se verificam entre o que está sedimentado e as possibilidades de mudanças culturais (KRISHCKE, 2003).

Paralelamente, encontramos em Marx (1995) uma distinção entre emancipação política e social que reflete as possibilidades de mudança. A emancipação política é expressa pela cidadania e não muda as desigualdades econômicas, sendo, por isso, parcial; a emancipação social refere-se à possibilidade de liberdade humana plena com igualdade social e, por isso, exige um ato político (uma revolução). Essas reflexões vão aparecer, posteriormente, nas formulações sobre ―consciência de classe‖, em Lukács (1974), e na ―reforma intelectual e moral‖, em Gramsci (1984), e estão relacionadas com os ideais revolucionários. Essa perspectiva vai ficar clara na distinção entre movimentos ―verdadeiros‖ e movimentos ―reformistas‖, feita por Lojkine (1981), que considera como movimento social apenas a mudança radical no sistema capitalista proposta pelo grupo. A crítica ao capitalismo permanece, muito embora não haja consenso sobre os caminhos e possibilidades de uma revolução socialista. Nesse sentido, o conceito de hegemonia surge fortalecido para incluir na análise a articulação entre a práxis política e a perspectiva cultural, conforme preconizava Gramsci (1984).

MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL

A análise dos movimentos sociais no Brasil revela forte enfoque teórico oriundo do marxismo sejam eles vinculados ao espaço urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço urbano possuíam um leque amplo de temáticas como, por exemplo, as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico etc. Quanto ao espaço rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de boias frias (das regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários. Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, no entanto, todos expressavam as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.

No início do século XX, era muito mais comum à existência de movimentos ligados ao rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da realização de manifestações

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