Movimentos Sociais
Artigo: Movimentos Sociais. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: soniaadriano • 27/10/2014 • 2.301 Palavras (10 Páginas) • 298 Visualizações
RIO CLARO,
MAIO DE 2014
Movimentos Sociais
O texto discutido revela que houve certa redefinição na sua própria identidade e na qualificação do tipo de suas ações, no que se refere às questões dos movimentos sociais. Esta mudança está menos focada em pressupostos ideológicos, como no passado, e mais nos vínculos de integração com esferas da sociedade, organizadas segundo critérios de cor, raça, gênero, habilidades e capacidades, bem como de conscientização e geração de saberes. Além disso, os movimentos sociais da atualidade, ao atuarem num cenário contraditório, em que políticas, programas e projetos podem engessá-los, discutem e problematizam a esfera pública com vista à construção de novos modelos organizativos.
De acordo com a autora, os movimentos do passado possuíam papel essencialmente universalizante, uma vez que lutavam pelo “direito a ter direitos” (p. 17). Mas, hoje, o que se busca é o reconhecimento e o respeito às diferenças e às demandas e características particulares, representados pelos movimentos indenitários. Atualmente existe grande variedade de organizações, articulações, projetos e experiências, refletindo a ampliação do leque dos movimentos sociais.
Segundo essa mesma autora, o próprio Estado está reconfigurando as suas relações com a sociedade e gradualmente reconhecendo a existência desses novos sujeitos coletivos ao estabelecer relações com os movimentos sociais, o Estado passa a exercer uma influência política “de cima para baixo”, retirando deles o seu caráter político e de pressão. Em outras palavras, os movimentos sociais passam a sofrer forte influência e até mesmo controle das estruturas políticas do Estado, que transformam as identidades políticas dos movimentos, e fazem com que a demanda coletiva seja suplantada por uma série de outras demandas específicas, isoladas e débeis. E, em decorrência, o Estado torna-se o único ponto de integração e convergência.
Com a alteração do formato das mobilizações neste milênio e a ampliação dos sujeitos coletivos, os movimentos sociais estão agora dispostos em redes associativas, graças à profusão de novas tecnologias de comunicação. Isso decorre também do alargamento das fronteiras dos conflitos, como a questão migratória e imigratória e de acesso a recursos estratégicos, como água, energia, terra, etc. Esses conflitos, por sua vez, deixam de ter somente como eixo os Movimentos Sociais x Estado, e referenciam-se em novos eixos, incluindo corporações e outros agentes econômicos interessados em tais recursos.
Continuam prevalecendo grandes lacunas na produção teórica e acadêmica acerca dos movimentos sociais, apesar de sua recorrente presença na literatura das Ciências Sociais. Tais lacunas dizem respeito ao próprio conceito de movimento social e englobam: a sua qualificação como novos; a sua distinção de outras ações coletivas ou organizações sociais, como as ONGs; as conseqüências de sua institucionalização; e o seu papel no atual momento histórico. Estas lacunas têm dificultado o entendimento e o mapeamento corretos da categoria movimentos sociais, a qual se vê suplantada pela categoria mobilização social, que pode ser entendida como simples participação e cooperação muitas vezes induzidas por estruturas políticas externas a ela.
SUBSOLO. Preso à liberdade. In: Álbum Ordem de despejo. 2009. Disponível em:
<http://letras.mus.br/subsolo/1476733/>. Acesso em: 12 out. 2012.
[...]
Pé pra que, se eu não posso caminhar?
A mão pra que será se eu não posso trabalhar?
Eu quero tudo do que tem de bom pra poder sobrar
Eu fui longe demais pra querer recuar
Tudo bem, irmão, sou livre mas até onde?
Nesse pequeno detalhe é onde o mal se esconde
Cumpadi, tua liberdade deduzida é vigiada
A grade tá presente mermo que não dê pra ser tocada
Sáparada
A verdade vem direta pra só depois ser trabalhada
A volta é certa a corrente aprisiona, não liberta
Às vezes o que não é pra dormir também não disperta
Fica nisso mermo
Absurdo por absurdo
Video pra cego, som pra surdo
Ninguém tá entendendo nada
Eu vejo tudo às claras com a luz apagada
[...]
2Após a fruição da música, registrar individualmente as percepções entre seu conteúdo e o tema abordado neste desafio.
A música reflete a verdadeira condição a que todos nós, brasileiros, estamos expostos: vivemos num país democrático. Mas que democracia é esse que nos impede de, de fato, caminhar, de soltar a nossa voz. Somos livres, mas até onde? Somos livres, mas, ironicamente, estamos sempre sendo vigiados; seguir em frente é necessário, mas sempre tem alguém para querer nos enganar, mostrar aquilo que não é verdade e querer que aceitemos essas coisas como elas não são.
O governo do povo
A democracia é um método político, isto é, um certo tipo de arranjo institucional para chegar a uma decisão política (legislativa o administrativa) e, por isso mesmo, incapaz de ser um fim em si mesmo, sem relação com as decisões que produzirá em determinadas condições históricas. E justamente este deve ser o ponto de partida para qualquer tentativa de definição.
Sendo um método político, a democracia não pode, mais do que qualquer outro método, ser um fim em si mesma. Pode ser alegado também que, por questões de lógica, um método desse tipo pode ser um ideal absoluto ou um valor último. Pode, realmente. É possível sustentar que, embora criminoso ou estúpido o objetivo que a norma democrática pode alcançar em um determinado conjunto de fatores históricos, a vontade do povo deve prevalecer, ou, pelo menos, que não deve ser contrariada, exceto da maneira sancionada pelos princípios democráticos. Mas, nesses casos, é muito mais natural falar da ralé em vez de povo, e combater-lhe a criminalidade ou estupidez por todos os meios disponíveis.
A democracia,
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