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NOSSAS ELECÇÕES, SEUS LIMITES E REPRESENTAÇÕES

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Por:   •  9/6/2014  •  Artigo  •  939 Palavras (4 Páginas)  •  718 Visualizações

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NOSSAS ESCOLHAS, SEUS LIMITES E REPERCUSSÕES

Quando nascemos, já encontramos prontos valores, normas, costumes e práticas sociais. Também encontramos uma forma de produção da vida material que segue determinados parâmetros. Muitas vezes, não temos como interferir nem como fugir das regras já estabelecidas.

A vida em sociedade possível, portanto, porque as pessoas falam a mesma língua, são julgadas por determinadas leis comuns, usam a mesma moeda, além de ter uma história e alguns hábitos comuns, o que lhes dá um sentimento de pertencer a determinado grupo.

O fundamental é entender que o individual, que é de cada um, e o comum, o que é compartilhado por todos, não estão separados; formam uma relação que se constitui conforme reagimos às situações que enfrentamos no dia a dia. Algumas pessoas podem ser mais passivas, outras mais ativas; algumas podem reagir e lutar, ao passo que outras se acomodam às circunstâncias. Isso tudo é fruto das relações sociais. E justamente nesse processo que construímos a sociedade em que vivemos. Se as circunstâncias formam os indivíduos, estes também criam as circunstâncias.

Existem vários níveis de interdependência entre a vida privada, a biografia de cada um, e o contexto social mais amplo. Em uma eleição, por exemplo, o candidato no qual votamos está inscrito num partido, que, por sua vez, é organizado de uma forma previamente determinada pelas leis vigentes naquele momento em nosso país. Ou seja, votamos em alguém que já foi escolhido pelos membros do partido, os quais se reuniram para decidir quem deveria ser seu candidato.

Quando decidimos votar ou não em alguém, prestamos atenção à propaganda política, conversamos com parentes e amigos, participamos de comícios, acompanhamos as notícias nos meios de comunicação. Portanto, as decisões que tomamos, em nossas relações com outras pessoas, têm ligação com decisões que já foram tomadas. As leis que regem os partidos políticos e as eleições foram decididas por pessoas (no caso, deputados e senadores) consideradas representantes da sociedade. Mas, muitas vezes, o cidadão não sabe como essas leis foram feitas, tampouco quais foram os interesses de quem as fez.

Assim o indivíduo está de alguma maneira condicionado por decisões e escolhas que ocorrem fora de seu alcance, em outros níveis da sociedade. Entretanto, as decisões que a pessoa toma a conduzem a diferentes direções na vida. Seja qual for, a direção seguida sempre será resultado das decisões do indivíduo.

As decisões de um indivíduo podem levá-lo a se destacar em certas situações históricos, construindo o que costuma classificar como uma trajetória de vida notável. No entanto, ao considerarmos as características individuais e sociais, bem como os aspectos históricos da formação de uma pessoa, podemos afirmar que não existem determinismos históricos ou sociais que tornam alguns indivíduos mais “especiais” que os outros, pois a história de uma sociedade é feita por todos os que nela vivem, uns de um modo obstinado à procura de seus objetivos, outros com menos intensidade, mas todos procurando resolver as questões que se apresentam em seu cotidiano, conforme seus interesses e seu poder de influir nas situações existentes.

De acordo com Norbert Elias, a sociedade não é um baile à fantasia, em que cada um pode mudar a máscara ou a fantasia a qualquer momento. Desde o nascimento, estamos presos às relações que foram estabelecidas antes de nós e que existem e se estruturam durante nossa vida.

DAS QUESTÕES INDIVIDUAIS ÀS QUESTÕES SOCIAIS

Podemos chamar de questões sociais alguns problemas

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