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Negociando Com a Adversidade: Reflexões sobre raça,homossexualidade e desigualdade social no Rio de Janeiro

Por:   •  17/10/2019  •  Resenha  •  610 Palavras (3 Páginas)  •  281 Visualizações

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Negociando com a adversidade:; reflexões sobre’’raça’’,(homos)sexualidade e desigualdade no Rio de Janeiro.

O artigo relata a trajetória de vida de alguns homossexuais negros que vivem no subúrbio e na favela da Maré. Procurando frisar as diferenças e limitações entre eles e rapazes e moças heterossexuais da região e até mesmo lésbicas e travestis de diferentes cores que habitam na mesma área.

Mateus tem 16 anos e desde pequeno sofreu o impacto da violência nas favelas do Rio de Janeiro, seu pai morreu antes mesmo dele nascer “por engano” como o mesmo enfatiza, na favela de Vigário Geral mataram o pai dele achando ser outra pessoa.Ainda sobre a violência ele está no terceiro padrasto,pois o segundo morreu também da mesma situação. Mateus durante muito tempo dedicou-se a dança. Ao ser questionado o motivo de não procurar um curso, ele fala que chegou a ir até a favela da Maré para tentar entrar no Corpo de Dança da Maré, mas achou muito perigoso ficar entrando e saindo da comunidade: tinha medo de acontecer o mesmo que seu pai.

Já em relações afetivo-sexuais ele prefere homens mais velhos e diz não gostar de namorar rapazes negros, o que foi observado foi à forma racista que o mesmo falava sobre o tema. Porém ele sentia na pele a discriminação por ser homossexual nas ruas, as pessoas mexiam com ele e com toda razão se sentia magoado.O local onde ele mora existe falta de ofertas e de iniciativas públicas e privadas,de maneira que o candomblé surge como uma oferta de sociabilidade e lazer.

O que foi notado na pesquisa é que grande parte dos entrevistados trabalhavam com ocupações que não exigiam alta escolaridade.

Outro jovem é Saulo, rapaz negro que abandonou os estudos e não sabe muito bem explicar o motivo. Mora no subúrbio e tem 24 anos. Às vezes ele frequenta algumas boates em Copacabana para se relacionar com alguns gringos e “fazer um trocado” Ele também procura não sente interesse por rapazes negros e que prefere homens mais velhos. Ele diz: ”parece que um negro não do outro. Acho que dentro deles deve existir algum preconceito, algum bloqueio, alguma coisa. [...] eu já até namorei um, entendeu? Mas outros são muito difíceis.” Já em relação à idade é porque segundo ele os homens mais novos são muito imaturos em comparação aos mais velhos que tem mais “coisa” para lhe passar.

Segundo Thaddeus Blanchette e Ana Paula Silva o mercado sexual (heterossexual) do Rio de Janeiro é considerado um “campo de diversões sexuais” para os estrangeiros por conta da desvalorização do real diante do euro e do dólar. Outro fator é a crença na sensualidade da mulher brasileira.

Na época que foi entrevistado Marcos tinha pouco mais que 20 anos. Dos três jovens entrevistados ele foi o único que foi mencionado que fazia algum tipo de curso. Ele fala que se relacionou com um gringo branco durante seis meses, com quem chegou até morar junto. Ele notou que existe uma preferência dos gringos pelos negros. Segundo Marcos os gringos acreditam que os homens negros são mais calorosos e tem algo de diferente.  Para ele os estrangeiros são legais por terem uma cultura diferente, porém ele não se sente atraído pelo físico deles é o “jeito de ser” que o chama atenção. O que ele aprecia mais com essa relação é a troca de informações entre ele e os gringos. O que é notável é a preferência dos entrevistados por homens brancos.

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