O COMENTÁRIO CRÍTICO DOS CAPÍTULOS 5, 6 E 7 DO LIVRO SOCIOLOGIA APLICADA A ADMINISTRAÇÃO
Por: Hiago Honorato • 26/11/2019 • Trabalho acadêmico • 3.199 Palavras (13 Páginas) • 295 Visualizações
A pressão para que seja exibido determinado comportamento é chamada pela Sociologia de controle social. As formas de controle dependem dos tipos de interações de metas, podem ser elas:
- TROCAS – controle ou influência tendo por base recursos materiais e recompensas na forma de remuneração pelo recebimento de algum tipo de contribuição;
- PODER – controle ou influência sobre as ações dos outros no intuito de atingir as próprias metas, sem o consentimento desses outros, contra a vontade deles, ou sem seu conhecimento ou compreensão;
- AUTORIDADE – controle ou influência sobre o comportamento de outros para a promoção de metas coletivas, com base em alguma forma verificável de consentimento destes outros em razão de estarem informados da situação.
Nas organizações ocorrem os três tipos de controle, deles decorrem outras variáveis dependentes como o grau de consentimento do influenciado e também o grau de controle exercido pelo influenciador.
Os subtipos de poder e autoridade estão relacionados a três variáveis culturais.
- TECNOLOGIA: o controle pelas trocas admite duas situações opostas; a autoridade racional-legítima (nesta situação, as metas são convergentes, os participantes legitimam a posição do proprietário como autoridade, aceitando o seu controle na direção dos comportamentos por sentirem que assim fazendo todos se beneficiarão) e o poder racional-legal (os participantes podem achar que seus recebimentos estão aquém do valor de suas contribuições, o que os leva a reduzir os esforços, significando mudança de comportamentos para produzir, os ocupantes dos cargos administrativos passarão a exercer o poder sobre os desviantes utilizando o diferencial de trocas, tanto com a ameaça de suspender ou reduzir os benefícios concedidos, quanto com sua concretização, por exemplo, punindo pela suspensão por tempo determinado ou mesmo demissão).
- PRECEITOS: neste tipo de organização, duas situações podem ocorrer; a autoridade tradicional (caso o senhor possua metas congruentes com as dos “súditos”, estes, por essa razão, legitimam o “imperador”, o qual exerce autoridade, já que as metas são convergentes) e o poder tradicional (alguns súditos podem resolver tornar-se independentes do senhor porque suas metas passaram a ser paralelas ou mesmo divergentes, o “imperador” passa a exercer o poder com o fim de controlar os comportamentos dos desviantes que alteraram a ordem social). A autoridade e o poder são uma questão de grau, ou seja, do valor assumido pela variável da tradição, sendo que os casos descritos são os extremos de um contínuo. Dessa maneira, é factível identificar a tradição com a variável cultural de preceitos, pois ela refere-se aos usos, costumes, leis, crenças e valores interiorizados nas pessoas pela aprendizagem desde a infância, ou seja, no componente da cultura no intrapsíquico.
- SENTIMENTOS: o controle pelo carisma pode assumir duas formas distintas e opostas em seus efeitos; a autoridade carismática (quando o influenciador utiliza suas capacidades para que as metas convergentes, suas e de seus influenciados, sejam alcançadas) e o poder carismático (é o controle para alcançar metas próprias que divergem daquelas dos dominados).
A proposta de Blau especifica quatro condições obrigatórias e concomitantes para que o dominador possa exercer poder sobre o(s) dominado(s). PRIMEIRA CONDIÇÃO: Quem fornece a outrem benefícios com maior valor do que dele recebe tem possibilidade de dominar, pois a diferença nas trocas está a seu favor. SEGUNDA CONDIÇÃO: Os dominados não conseguem obter em outro lugar os suprimentos fornecidos pelo dominador, isto é, faltam-lhes fontes alternativas de abastecimentos. TERCEIRA CONDIÇÃO: Os dependentes não conseguem forçar o poderoso a fornecer o que dele necessitam. QUARTA CONDIÇÃO: Os dependentes não querem prescindir dos benefícios recebidos do poderoso.
É importante observar que as quatro condições descritas permitem a dominação, mas nem por isso conduzem obrigatoriamente ao exercício do poder, isto é, quem está em melhor posição no diferencial pode abrir mão de se aproveitar desse fato para controlar aqueles que estão em pior situação. Nesse sentido, para conseguir trabalho de seus subordinados, um chefe pode preferir utilizar a autoridade em lugar de exercer o poder em razão de ela ser mais eficaz.
Existem diferentes formas de influenciar as pessoas para o trabalho. Assim, chamaremos de condutor quem se baseia no poder, de chefe aquele que utiliza as trocas de pagamentos por trabalho e de líder quem influencia pela autoridade. Destaca-se o fato social de as comunicações provirem de um emissor que transfere informações para um ou mais receptores, tendo a finalidade de influenciá-los para que se comportem de forma que metas sejam atingidas, é necessário que compreenda os mecanismos da influência eficiente, tanto do processo quanto dos fatores que nele interferem.
Todos indivíduos têm necessidades a serem satisfeitas, para que uma necessidade seja satisfeita é necessário que metas sejam alcançadas, a fim de alcançar determinada meta é preciso que a pessoa aja de forma específica, ou seja, comporte-se de maneira conveniente para atingi-la. Uma necessidade permanece latente até ser despertada por algum estímulo interno ou externo à pessoa, ela costuma ficar satisfeita apenas por um certo tempo.
Para que haja comunicação na forma de estímulo externo é necessário que existam três condições. A primeira delas é haver uma pessoa A que se dirige a outra B com intençã de influenciá-la mudando seu comportamento. Uma segunda condição é a existência de um ente X externo a ambas, que pode ser concreto, como um automóvel que se deseja negociar, ou abstrato, como o emprego buscado em dada organização. A terceira condição é haver algum tipo de relação dessas duas pessoas com o objeto X externo. Quando na forma verbal ou escrita o estímulo geralmente consiste em transmitir uma informação.
O emissor A dirige-se ao receptor B porque tem a intenção de influenciá-lo para que este último se comporte de alguma forma em relação ao ente X. O impacto do estímulo sobre o receptor B é diretamente proporcional a sua percepção, por sua vez, o grau de percepção por parte de B do estímulo recebido de A depende do quanto sua personalidade tem aspetos comuns à do emissor, tanto cultural quanto individualmente. O grau de congruência de metas entre A e B determina a forma de influenciar e, portanto, do tipo de comunicação e conteúdo informativo. O grau de eficiência da maneira de influenciar depende do quanto o emissor consegue mudar o comportamento do receptor.
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