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O CURRÍCULO COMO FETICHE. A POÉTICA E A POLÍTICA DO TEXTO CURRICULAR

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Por:   •  5/3/2014  •  1.079 Palavras (5 Páginas)  •  3.122 Visualizações

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SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como fetiche. A poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. In: PACHECO, José Augusto. Políticas Curriculares; Actas do IV Colóquio sobre Curriculares.

Tomaz Tadeu da Silva é doutor em educação pela Universidade de Stanford, Estados Unidos. Atualmente é professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É coordenador, juntamente com a Professora Sandra Corazza, de um grupo de estudo denominado DIF – Grupo de Currículo de Porto Alegre. Autor de vários livros na área de Currículo. Entre os mais recentes: Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais (Vozes); Pedagogia dos monstros; Documentos de Identidade; O currículo como fetiche (Autêntica).

O texto de Tomaz Tadeu da Silva apresenta uma síntese relevante das discussões sobre as três metáforas para o currículo: significação, representação, fetiche. No qual o autor utiliza-se da classificação das metáforas para conceituar o currículo com base nas criticas cultural contemporânea ao campo da teoria educacional e curricular. O estudo registra os diversos campos da vida social representados pela cultura, pela disputa vital através do conhecimento e desejo. Esta é uma obra que traz a discussão sobre a preocupação de novos rumos, na busca/construção de referências sólidas, como objeto de disputa e no contexto da pós-modernidade.

Segundo o autor o currículo como prática de significação é visto como uma forma prática e material como formas de compreender o mundo social e torná-lo inteligível. A cultura é feita nessa perspectiva porque diz respeito, sobretudo, à produção de sentido evidenciando o sentido e as práticas de sua produção como elementos essenciais do processo de produção e reprodução da vida social. Os diversos campos e aspectos da vida social são atividades tão diversas quanto à ciência, a economia, a política, as instituições, a saúde, a alimentação e, sem dúvida, a educação e o currículo, são todos culturais, na medida em que as práticas de significação são uma parte fundamental de sua existência e funcionamento.

Para Tomaz a cultura pode ser vista como resultado de algum processo de determinação ou de algum processo casual, onde o significado e o sentido não existem como idéia ou como pensamento puro, pois organizam-se em sistema, em estruturas e em relações que apresentam-se, organizam-se como marcas lingüísticas materiais. Do ponto de vista analítico o currículo pode ser vista como prática de significação, como um texto, ser analisado como um discurso e ser visto como uma prática discursiva.

Nos seus estudos, Tomaz afirma que o currículo como representação é uma área que contesta a representação em ultima analise, definindo o que conta como real e o que conta como conhecimento. É esse poder de definição que esta em jogo no currículo concebido como representação. Aonde a representação, é como uma pratica de linguagem na tentativa de domesticar o processo selvagem, rebelde da significação que esta sempre procurando fixar o jogo do poder, o currículo é, assim, objeto de uma disputa vital. Na perspectiva que vê o conhecimento e o currículo como representação, o signo está envolvido de forma ativa, cúmplice, na produção daquilo que conta como conhecimento e como currículo. O signo é, aqui, um campo de forças cujos vetores são relações de poder.

O autor conceber o currículo como representação significa destacar o trabalho de sua produção, expô-lo como artefato que é, onde se questiona os códigos, as convenções, a estilística, os artifícios através dos quais ele é produzido. Da perspectiva de uma poética do currículo, ele não é visto como a pura expressão ou registro de uma realidade ou de um significado pré-existente: eles são as criações lingüísticas, discursivas, de uma realidade própria. O texto que constitui o currículo não é simplesmente um texto: é um texto de poder onde se tem uma política do currículo. Seus efeitos de poder são inteiramente dependentes de seus efeitos estéticos. É na interseção da representação e identidade que o currículo adquire sua importância política tornando-se um terreno de luta em torno da representação. A representação, em conexão com o poder,

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