O Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Por: Eduarda Maciel • 22/2/2021 • Resenha • 685 Palavras (3 Páginas) • 194 Visualizações
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Disciplina: CIS311 – MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Semestre: PER
Professora responsável: Nádia Dutra
Nome: Eduarda Cristina Maciel Cal - 90696
Conflitos sociais e meio ambiente urbano
A autora trás que [...] as relações de poder entre os sujeitos sociais que conjugam determinados significados de meio ambiente, espaço e território, consolidam certos sentidos, noções e categorias que passam a vigorar como as mais legítimas e passíveis de sustentar as ações sociais e políticas [...] e com isso silenciam e excluem varias outras perspectivas.
A perspectiva que orienta esta reflexão se volta a a uma certa tradição presente na sociologia dos conflitos, e sobretudo os trabalhos de Pierre Bourdieu e as noções de campo e habitus (BOUDIEU, 1977; 2002). Em síntese, o campo é entendido como o locus do conflito entre sujeitos sociais que disputam a legitimidade de certas concepções e ações a partir do domínio de um capital específico; e o habitus se refere a um conjunto de disposições estruturadas e estruturantes do campo. Remete, assim, à trajetória de socialização dos sujeitos e o conjunto de valores, crenças, ética, entre outras, que orientam as escolhas e, portanto, as suas ações.
Se referindo apenas ao campo ambiental e salientando a fala de Bourdieu que diz que um campo específico guarda relações homólogas com os demais campos, os quais são plasmados ao movimento mais englobante da história. Portanto, não existe um campo isolado, mas campos que apresentam dinâmica própria e que se relacionam com as dinâmicas sociais mais amplas
Seguindo desse viés, após o paradigma da adequação ambiental mudar a imagem do sujeito ecológico para a imagem do ambientalista como especialista técnico, os conflitos ao redor da democratização dos direitos, são trataos com divergência entre os interesses. Portanto, é possível falar de uma mudança no debate da esfera da política, para a esfera da economia, em que há somente interesses, e todos são passíveis de negociação.
Logo, os anos 80 foram marcados pela busca emergencial de direitos e nos anos 90 se observou uma retração do estado por uma modernização. A cientista política Evelina Dagnino (2004) fala de uma confluência perversa entre projetos absolutamente distintos o projeto democratizador de um lado, e o projeto neoliberal de outro.
Além disso, [...] dá origem a uma verdadeira segregação socioespacial - e a desigualdade social manifesta também nas condições desproporcionais de exposição aos riscos urbanos (ACSELRAD, 2004, BRYANT e BAILEY, 1997).
A autora também cita que autores que trabalham com a perspectiva do conflito ambiental, tendo como referência a ideia de justiça ambiental (MARTINEZ-ALIER, 2003; BULLARD, 2004; GOULD, 2004, entre outros) mostram como os danos causados pelo desenvolvimento atingem de forma desenfreada, as camadas mais vulneráveis da sociedade.
Portanto, indo contra a ideia generalizada de uma consciência ambiental universal criada nas últimas décadas, do surgimento de um sujeito agente do “movimento ambientalista”, a abordagem desses conflitos aponta para a hierarquização dos significados que escolhe a biodiversidade como problema ambiental e não o saneamento básico das cidades de terceiro mundo. Como se “o problema ambiental” fosse algo solucionável por uma pedagogia iluminada, neutra e imparcial, enfim, científica.
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