Centro de Ciências Humanas e Sociais - CCH Licenciatura em História - EAD
Por: Victor José Scker Romberg • 31/3/2016 • Abstract • 1.823 Palavras (8 Páginas) • 441 Visualizações
Universidade Federal Do Estado Do Rio De Janeiro[pic 1]
Centro de Ciências Humanas e Sociais - CCH Licenciatura em História - EAD
Unirio/Cederj
AD1 - Primeira Avaliação a Distância- 2015.2
Disciplina: História da América II
Coordenação: Prof. Vanderlei Vazelesk
Nome: VICTOR JOSÉ SCKER ROMBERG |
Matrícula: 13116090191 |
Pólo: DUQUE DE CAXIAS |
Caro (a) aluno (a):
Esta é a sua primeira avaliação a distância de História da América II. Encare este momento como uma oportunidade a mais de aprofundamento das suas leituras.
Para realizar esta avaliação, você deverá ler atentamente as aulas 1, 2 e 3. Após a leitura destas aulas, leia o fragmento abaixo e responda as questões propostas.
Texto:
“A noção de que todos os homens foram criados iguais contradizia os fatos da experiência diária para a maioria dos sulistas, fatos esses que eles próprios haviam criado, por bons e suficientes motivos. Sob a pressão da crítica do Norte e em face das tendências mundiais para acabar com a escravatura, os sulistas geraram uma série de defesas doutrinais do sistema. As concepções burguesas de liberdade, as das Revoluções Americana e Francesa, tornaram-se doutrinas perigosamente subversivas para o Sul, porque atingiam o nervo principal do sistema sulista, a propriedade de escravos. Compreender como se teria sentido um plantador sulista, exige esforço a um nortista do século XX. Facilitar-lhe-ia a tarefa imaginar como se sentiria um sólido homem de negócios americano na década de 1960, se a União Soviética se encontrasse no mapa onde se encontra o Canadá e se estivesse obviamente se desenvolvendo dia após dia. E pode também imaginar que o gigante comunista propagasse por todos os meios ‘a justeza’ das suas razões (embora o governo negasse que essas afirmações refletiam uma política verdadeira) e continuamente enviasse insultos e agentes através da fronteira. A irritação e a ansiedade sulistas não eram apenas as expressões de uma minoria em dificuldades. No seu apelo para um entendimento entre as partes, Henry Clay, o mais famoso dos sulistas moderados, fez esta afirmação reveladora e muito citada: ‘Vós, os nortistas, debruçai-vos sobre o problema, mas a salvo e em segurança, enquanto a conflagração que descrevi lavra com fúria nos estados possuidores de escravos. De um lado, medimos o sentimento, o sentimento apenas; de outro, a propriedade, a estrutura social, a vida e tudo o que torna a vida desejável e feliz’”.
Adaptado de: MOORE JUNIOR, Barrington. As origens sociais da ditadura e da democracia: senhores e camponeses na formação do mundo moderno. Lisboa: Edições 70, 2010.
Questões:
- Reflita sobre as disputas entre federalistas e antifederalistas no processo do imediato pós-independência das treze Colônias da América Inglesa, ressaltando o problema da representação política, bem como a tensão entre a Constituição e o Bill of Rights.
- Caracterize o desenvolvimento da sociedade estadunidense nas primeiras décadas do século XIX, sublinhando as diferenças entre Norte, Sul e Oeste e de que forma estas diferenças contribuíram para a eclosão da Guerra de Secessão (1861-1865).
- Avalie os fatores que levaram à vitória nortista na Guerra de Secessão, destacando o peso econômico e a participação dos negros no exército estadunidense.
Respostas:
1- Os Estados Unidos tornaram-se Estado antes de se tornar nação. A noção de nacionalidade e patriotismo ainda era muito ligada a regionalismos, pátrias locais. Isto em grande parte se deu porque a união de 13 colônias que passaram ao status de estados, tendo como elo a aversão à tirania da antiga metrópole e à anarquia, com interesses e conjunturas distintas dificultava a formação de uma unidade nacional e instituição de governo central. A escolha por uma república democrática e as diversas leituras feitas dos ideais iluministas, permitia uma série de interpretações das leis e direitos. Um conflito de ideias que gerou a formação de duas tendências políticas distintas: o federalismo (que defendia uma república um governo central forte) e o antifederalismo (que era contra a centralização e defendia democracia com forte autonomia dos estados). Os federalistas defendiam uma valorização da representação política, fugindo da desordem e tumultos das assembleias democráticas clássicas. A vontade do povo seria expressa por seus representantes eleitos. Já os antifederalistas defendiam maior poder local pois a distância facilitaria a corrupção.
Uma grave crise financeira decorrente dos gastos com a guerra de independência fez com que federalistas articulassem uma convenção, que no início serviria para reformar os Artigos da Confederação, mas ao final, secretamente, serviu para aprovar uma constituição que permitia um papel mais forte do Estado, que apesar de poder intervir em questões de defesa, por exemplo, não dispunha de recursos para mobilizar um exército, pois até a convenção de 1787, não poderia cobrar impostos nem intervir em questões econômicas, deixando a cargo de cada estado.
A convenção visava transformar a Confederação em Federação, dando maiores poderes ao Estado limitado por uma constituição. Era baseada em “freios e contrapesos”. Esta constituição previa ainda a tripartição do poder, sistema bicameral e diretrizes para representação política dos estados, mas precisava ser ratificada por pelo menos 9 estados para entrar em vigor. Os antifederalistas somente admitiam ratificar a constituição se houvesse uma Carta de Direitos, o que pressionou os federalistas à sua adoção. A Declaração de Direitos, uma série de emendas à Constituição, permitia a garantia de direitos fundamentais como liberdade e propriedade, o que possibilitaria a oposição e manutenção da escravidão. Além disso a décima emenda abria uma brecha para constituições estaduais.
...