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O Cuidado Em Enfermagem

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Por:   •  24/3/2015  •  1.578 Palavras (7 Páginas)  •  236 Visualizações

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Resgate Histórico: Enfermagem e a Arte do Cuidar

Artigo por Colunista Portal - Educação - quarta-feira, 16 de abril de 2008

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RESGATE HISTÓRICO: ENFERMAGEM E A ARTE DO CUIDAR

Revisão

Enfª Fabiana Schunemann

Estudando-se o surgimento dos hospitais, têm-se vários fatos a serem analisados. Historicamente, antes do período da emergência da medicina científica, o hospital era basicamente um local que se destinava ao abrigo de pobres e doentes que não tinham condições de tratamento domiciliar, procurando as instituições para receber o devido cuidado ou o último sacramento e morrer. Mas a finalidade variava de instituição a instituição e de época para época. O atendimento era frequentemente prestado por religiosas e leigas, que buscavam sua própria salvação (MARTIN, 2003)1.

Segundo Martin (2003), os hospitais, até o século XVIII, esteve sob péssimas condições, devido à predominância de doenças infecto-contagiosa e pela falta de contingente qualificado para cuidar dos doentes. Os ricos eram tratados em suas próprias casas, enquanto que os de classe social mais humilde, além de não terem esta alternativa, tornavam-se objeto de experiência que resultaria em maior conhecimento sobre as doenças em benefício da classe abastada.

É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia. Florence é personagem marcante na elevação do significado da atividade de Enfermagem. Durante cerca de cinco décadas, Nightingale lutou pelo reconhecimento desta profissão, resultando em um trabalho de elevado prestígio para a atividade de Enfermagem (MARTIN, 2003).

Diz ainda que, por volta do século XIX, devido o avanço tecnológico e social a instituição hospitalar elaborou estratégias que visava o bem estar do cidadão, criou-se novos pensamentos e preocupações acerca do binômio, saúde-doença, ou seja, implemento de um ambiente de atenção em saúde com enfoque às resoluções de agravos e cura.

Reportando-nos a Martin (2003), ao passar do tempo, a visão do hospital mudou, contudo, o avanço da Medicina favoreceu a reorganização. Nessa nova concepção de pensar, o médico especialmente, se torna um profissional liberal e a enfermagem gradativamente se profissionaliza, instituindo distinções entre enfermeiras auxiliares e técnicas e as de curso universitário. Assim, como as mulheres foram adquirindo espaço no cuidado, os homens também foram inserindo-se na enfermagem, formando outra mentalidade e imagem das duas profissões.

Os enfermeiros profissionalizaram-se na melhor e mais ampla acepção do termo. Hoje buscam aperfeiçoamento permanente freqüentando cursos e especializações, mestrado e doutorado. O retraimento de outros tempos deu lugar a uma postura mais altiva e voluntariosa. A profissão ganhou espaços mais nobres e generosos, como reconhecimento por sua presença institucional e pela importância de seu trabalho na sociedade.

1 MARTIN, L. M. A ética e a humanização hospitalar. Mundo da Saúde. São Paulo, v. 27, n. 2, ano 27, abr./jun.2003.

O profissional acumula grandes responsabilidades, desde a realização da supervisão da equipe de enfermagem de uma unidade ou várias ao mesmo tempo, até a realização do processo administrativo. Nenhuma tecnologia pode substituir o trabalho do profissional, pois é responsável pelo cuidado, além de muitas atribuições. Ele fica responsável por inúmeras vidas diariamente, independente de estar prestando assistência direta ao paciente ou não.

O objetivo da atenção de enfermagem é cuidar, oferecer condições para que o paciente consiga enfrentar mudanças no seu cotidiano, além de contribuir para uma transição saudável, considerando-o como um ser integral com múltiplas necessidades e potencialidades.

Para Senna (2000, p. 545)2, “o cuidado abrange muito mais que uma técnica ou momento de atenção, de zelo. É uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”. Esta consciência é necessária para interagir com a pessoa hospitalizada, não deve ser considerado apenas um número ou uma patologia a ser tratada, mas sim, um ser humano, que necessita de cuidado. O acolhimento na visão de Campos (1994, p. 138)3 é “a relação humanizada, acolhedora, que os trabalhadores e os serviços, como um todo, têm que estabelecer com os diferentes tipos de usuários que a eles aportam”.

Podemos estar prestando assistência e não estar cuidando. Cuidar significa, além de tudo, estar preocupado com o paciente, mais que um momento de atenção. “Cuidar é um verbo que se refere à ação de assistir, ajudar ou facilitar ao outro indivíduo, com necessidades evidentes ou que podem ser antecipadas, que levam a melhorar ou aperfeiçoar uma condição humana ou modo de vida” (CROSSETTI, 2000, p. 46)4.

De acordo com Baggio (2006)5, o cuidado está vinculado ao cuidar também com ação de prevenção. A preocupação da equipe de enfermagem necessita abranger não apenas o biológico, mas a totalidade que permeia o cuidado holístico. Conforme Costenaro & Lacerda (2001)6, o profissional não pode limitar a sua atenção ao atendimento daquilo que é visível no corpo. Ampliar a sua visão para o todo é uma necessidade.

Ainda Baggio (2006) apud Silva & Gimenes (2000), enfatiza que, é preciso perceber o 'outro' como ele se apresenta, nos seus gestos e falas, na sua dor e limitação, pois, por trás de cada situação física de doença, há uma história de vida que pode ser percebida em muitos detalhes. Seguramente, o corpo físico revela muitas informações saudáveis e doentias armazenadas.

2 SENNA, R. R. de et al. O ser cuidador na internação domiciliar em Betim/M.G. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v.53, n.4, p.545, 2000.

3 CAMPOS, G. W. S. Inventando a mudança na saúde. São Paulo: Hucitec, 1994.

4 CROSSETTI, M. G. O. Ações de cuidar na enfermagem de natureza propedêutica e terapêutica e suas interfaces com os atos de outros profissionais. Revista

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