O Estigma Do Passivo Sexual
Por: Laíza Bastos • 1/8/2016 • Resenha • 3.516 Palavras (15 Páginas) • 496 Visualizações
Uff -Universidade Federal Fluminense [pic 1]
Departamento de Segurança Pública
Disciplina: Sociologia da violência
Docente: Vivian Paes
Discente: Laíza Bastos Vieira - 2º período
Rafael Oliveira
Wemerson Gonçalves
Seminário : MISSE, Michel . O Estigma Do Passivo Sexual. 3ªed. Rio de Janeiro:Booklink, 2005.
Niterói ,2016
O mito da feminilidade
Inicia abordando a movimentação feminina –feminista- exigindo direitos civis mais igualitários entre homens e mulheres e compara a posição feminista aos grupos estigmatizados como os homossexuais.
O autor questiona logo de início “mito da feminilidade” onde nem está tratando a esfera política ou econômica, mas sim do âmbito sexual, pois a mulher sempre foi tida como objeto de realização dos desejos do homem nas sociedades ocidentais e recore a Simone de Beauvoir para ratificar a afirmativa por este alegar que as mulheres pertencem ao “ segundo sexo” tendo que ocupar efetivamente lugares secundários pertinentes a sua “classificação” .
Misse faz referência ao Catolicismo ao apontar Maria que concebe ser mãe de forma diferente do usual, sem sexo, fecundada pelo Espírito Santo e mesmo tendo Maria um papel de suma importância nesta “lenda católica” (grifo meu) não é a protagonista da história , papel este que é ocupado por seu filho Jesus e Deus, ambos do sexo masculino. Para Weber esta lógica assexuada entra em embate direto com “a maior força irracional da vida: o amor sexual”. (Nas religiões africanas a sexualidade e o sexo passam longe de ser um tabu, pelo contrário, ela é latente em todos tendo até um orixá conhecido pelo seu falo de tamanho avantajado, Exú).
Apesar de já ter sido desvinculada a ideia de diferenças biológicas entre homens e mulheres com base em grandes estudos, o autor conta que para Freud insistiu que a ausência do falo diminuía a mulher e baseou assim sua teoria da sexualidade. (Gostaria de entender se um transexual seria considerado por ele uma mulher forte só por ter um pênis).
“No ato sexual, o homem está em brios para mostrar sua potência sexual, enquanto a mulher espera que ele se satisfaça. Esta diferença fundamental na função biológica é subjacente a uma tendência para a dominação e o êxito do homem e para a dependência na mulher”.
Neste trecho de Erich Fromm está explícita que a relação de dominação masculina vai além do sexo, ela levada a todas as esferas e é ratificada por frases do cotidiano como “ Atrás de um homem, sempre tem uma grande mulher” (autor desconhecido). Fromm também levanta a questão das características– homens ousados e corajosos e mulheres pacientes e encantadoras- que são transportadas para os consultórios de psicologia a com a finalidade de traçar os perfis dos pacientes.
Misse apresenta um quadro onde faz uma lista de atributos da Feminilidade x Virilidade sob, segundo o próprio, um olhar machista. São alguns:
Feminilidade Virilidade
Doce , suave Duro,rude
Sentimental Frio
Frágil Forte
Virgem Expert
Monogâmico Poligâmico
Fiel Infiel
E ao elencar a palavra “frágil” a relaciona a “passividade” feminina o que justificaria a, mesmo tratando de uma condição física, a inferioridade feminina.
Ele também conta uma experiência de campo muito interessante, e bastante comum, que é a busca de um emprego na área de construção civil onde ele, Maria das Graças e Darcy com currículos bem parecidos se colocam a disposição, porém somente ele e Darcy são convocados para entrevista presencial e Darcy tem sua entrevista findada com menos de cinco minutos com a justificativa de que “o tipo de trabalho não condizia com a presença feminina”. Sim, Darcy era uma mulher, que por ter um nome que não denota sexo, não teve seu currículo descartado como o de Maria. Atualmente há até ascensão a cargos tidos com masculinos, mas notória que ainda existe uma disparidade salarial.
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