O Evolucionismo

O Evolucionismo refere-se às Teorias Antropológicas de desenvolvimento social, segundo as quais, acredita-se que as sociedades têm início num estado primitivo e gradualmente tornam-se mais civilizadas com o passar do tempo. A teoria de Clastres vai na contra mão do evolucionismo quando discorda da idéia evolucionista etnocêntrica, que considera a sociedade ocidental mais evoluída do que as sociedades ditas primitivas, inclusive tinham a crença de ser o Estado, figura fundamental para um processo evolutivo organizado. Consideravam sociedades primitivas inferiores e desorganizadas, principalmente pelo fato de elas serem privadas do Estado, desconsiderando-os como sociedade, pois não se podia imaginar uma sociedade sem Estado. Clastres problematizou a estruturação em seus estudos de campo observando grupos indígenas sul-americanos, considerados primitivos e desorganizados segundo os Evolucionistas. Observou que nessas sociedades não havia a necessidade de um poder dominador e hierárquico ao qual estariam sujeitos todos os membros da sociedade, pelo contrário, o poder era difuso entre os membros da sociedade, eles eram contra a hierarquização do poder. Valorizavam o poder igualitário, quem detinha o poder era a própria sociedade. Aliás,a posição de chefia não era almejada pois acarretava uma série de responsabilidades em relação aos outros, não detinha poder algum, era quase um prisioneiro do grupo com poucos privilégios, não podia acumular bens e era obrigado a saber falar, embora sua fala fosse vazia. Sua função de chefe era exercida em situações de extrema necessidade social como guerras ou catástrofes naturais. Eles evidenciavam-se não só sem Estado, mas também contra o Estado. Enfim, ele conclui que o Estado não é a única forma de organização capaz de manter a ordem social, mas, sim que existem outras opções, o que não torna essas comunidades inferiores, apenas distintas.

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