Fichamento do capítulo 1 do plt serviço social e a organização da cultura
Por: DAIBABYS • 6/10/2015 • Resenha • 4.328 Palavras (18 Páginas) • 424 Visualizações
FACULDADE ANHANGUERA
SÃO BERNARDO
SERVIÇO SOCIAL
GIZELLE CAMPOS SILVA RA 8087980749
Fichamento do Capítulo I do PLT
Fundamentos Teóricos Histórico-Metodológicos III
Professora Stella Castilho de Oliveira
São Bernardo do Campo, 10 de Setembro de 2015.
Capítulo I
Processos de organização da cultura e a institucionalização do Serviço Social
Demarcações do princípio educativo da prática do assistente social
O conformismo mecanismo como princípio educativo no processo de institucionalização do Serviço Social
Nos marcos da organização do americanismo engendram-se as condições sócio-históricas em que se intensifica o processo de institucionalização do Serviço Social nos Estados Unidos, um dos pólos da irradiação mundial da referida profissão.
O Serviço Social como profissão consolida-se e expande-se, nas três primeiras décadas deste século. A prática profissional inscreve-se nesses processos a partir da mediação do sistema de controle social em que se situam as práticas assistenciais, considerando, sobretudo, o agravamento da questão social e as exigências postas pelo novo padrão produtivo e de trabalho.
Este processo de profissionalização é mediatizado pelas experiências assistenciais e estratégias nesta de formação de quadros especializados nesta área, desenvolvidas pelo Estado, Igreja e outros setores da sociedade civil no enfrentamento da questão social e referenciado teoricamente no processo técnico-fisiológico incorporado a estas práticas.
A questão da assistência social recoloca-se, pois, no âmbito das novas estratégias de controle social desenvolvidas pelo capital sobre o trabalho. Estas estratégicas tendem a subsumir as experiências assistenciais, filantrópicas e caritativas de origem laica e religiosa já existentes e consolidadas aos interesses capitalistas de integração da força de trabalho à sua “nova” ordem e da recomposição do trabalhador face aos imperativos do padrão de acumulação; incidem-no âmbito do Serviço Social impulsionando e direcionando o seu processo de institucionalização e legitimação pelo Estado, naquele momento histórico.
Entre as mediações mais importantes sobressaem-se as configuradas pela ação social, assistencial e filantrópica desenvolvida pelo Estado e por instituições laicas e religiosas – especialmente as Sociedades Organização da Caridade europeias e norte-americanas e a Igreja católica.
Nesse particular, refiro-me ao protagonismo dos movimentos revolucionários e dos movimentos operário e sindical, inscritos no conjunto dos processos de lutas na perspectiva de uma nova sociabilidade e as estratégias do capital para consolidação de sua hegemonia e controle sobre as classes subalternas.
A profissionalização do assistente social na Europa e nos Estados Unidos ocorre no mesmo período histórico, compreendido entre a fase final do século XIX e as três primeiras décadas do XX.
Embora seguindo percursos diferentes, o Serviço Social europeu e o norte-americano, aproximam-se na reacionária em relação aos movimentos revolucionários que marcaram o inicio do século XX, especialmente a vitoriosa Revolução Russa em 1917.
Fundamentadas no pensamento c prioriza a conservador, a vertente norte-americana prioriza a linha psicanalítica, em ênfase na ajuda psicossocial individualizada, enquanto a européia seque a orientação sociológica, com ênfase na ação social, mediante abordagens grupais, ambas sob forte influência do pensamento católico. O pensamento católico, consubstanciado na filosofia neotomista, como fundamento filosófico na racionalização da assistência, se faz protestante, como Inglaterra e Alemanha.
As funções pedagógicas – perspectiva e coercitiva – para as quais foram requisitados os assistentes sociais inserem esses profissionais nas formas de organização de consentimento e da adesão das classes subalternas à “nova” ordem do capital, ou seja, vinculam a intervenção profissional conjunto de mediações que concretizam a articulação a produção orgânica entre a produção material a reprodução física e subjetiva de força de trabalho.
O principio educativo, a rigor, significa uma adequação do processo ideológico formador de determinado modo de vista – cultura – às necessidades e imperativos de um tipo de racionalização produtiva. Portanto, é produto do movimento contraditório entre estrutura/superestrutura, em suas expressões particulares, em um momento histórico.
Assim, sob o ponto de vista das exigências da produção fordista/taylorista, esse conformismo supõe um equilíbrio psicofísico puramente mecânico. Trata-se como mencionado anteriormente, de um conformismo mecanicista, base da formação do trabalhador fordiano – o chamado “gorila amestrado”.
Para avançar nesta discussão sobre o conformismo mecanicista na organização da cultura e apreender suas repercussões na função pedagógica do assistente social na sociedade, constitui ponto de partida a análise gramsciana sobre o “americanismo e o fordismo”, considerando fundamentalmente dois pontos.
O primeiro refere-se às preocupações de Gramsci com a constituição do americanismo a partir do padrão fordista/taylorismo, visando compreender a recomposição “da unidade entre as relações sociais de produção, as novas exigências de acumulação capitalista – tão francamente comprometidas pela queda tendencial da taxa de lucro – e seus aparelhos de hegemonia” (Souza, 1992:4).
O segundo ponto corresponde tanto à influência da formação da cultura – o americanismo – no processo de institucionalização do Serviço Social e a cultura, tendo o societário instaurado pelo Welfare State como principal mediação, quanto o desenvolvimento teórico-metodológico da profissão a partir, principalmente, da introdução dos aportes da psicanálise freudiana e da sociologia funcionalista norte-americana e da articulação desses fundamentos à base filosófica neotomista e aos princípios tayloristas da organização da produção e do trabalho na sustentação teórica do projeto profissional.
O americanismo “transforma-se”, pois no conteúdo de socialização da fase imperialista do desenvolvimento capitalista, isto é, a tradução de um projeto de hegemonia – mais afinado com o objetivo progressista, para as classes dominantes tradicionais.
Assim, a produção fordista/taylorista, significou tanto a introdução de uma nova tecnologia, como de novas formas de organização do processo de produção e de controle social. Equivale dizer que constituiu uma nova politica de controle e gerência do trabalho no interior da fábrica, mais implicando, também, novas formas de reprodução e organização da força de trabalho, um novo padrão de consumo, “uma nova estética e uma nova psicologia, em suma, um novo tipo de sociedade democrática, racionalizada, modernista e populista” (Harvey, 1994: 121).
...