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FICHAMENTO - CULTURA E NATUREZA

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Por:   •  14/7/2013  •  2.224 Palavras (9 Páginas)  •  1.565 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CURSO: FILOSOFIA

ALUNO: JOÃO DE SOUSA MARTINS Nº14

DATA: 01 de abril de 2013

FICHAMENTO – CULTURA E NATUREZA

É evidentemente possível amputar a própria mão sem sentir dor. Pessoas que tiveram uma das mãos presa em alguma maquina em certos casos amputaram-na sem sentir dor, pois estavam totalmente absortas na tentativa de se libertar [...].

(EAGLETON, Terry. cultura e natureza. In: EAGLETON, Terry a ideia de cultura. tradução de Sandra Castello Branco. revisão, Cezar Mostari. São Paulo. editora UNESP, 2005. p.127).

[...] a morte é o limite do discurso, não um produto dele. Ela é a parte da natureza, que, nas palavras de Kate Soper, designa "aquelas estruturas e processos materiais que são independentes da atividade humana" [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.128)

[...] uma persistência simples e tediosa caracterizou a narrativa humana em grau consideravelmente maior que uma recriação vertiginosa, não importa como as coisas pareçam da perspectiva da Universidade da Virginia. Uma repetição que entorpece o espirito foi no mínimo tão central para a historia quanto às reinvenções multiformes da indústria da moda nos estados unidos.

(EAGLETON, Terry, 2005. p.129)

A fixação americana pelo corpo é uma mistura curiosidade hedonismo e puritanismo - o que, sem duvida alguma, não é surpreendente, já que o hedonismo é a ideia que um puritano indignado tem de divertimento [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.129)

[...] uma desconfiança da forma como falsidade, herdada de uma fase anterior da sociedade burguesa, esta ainda disseminada em uma nação que é escrava do simulacro embora dê pouca consideração ao estilo [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.131)

[...] numa cultura desabituada à reticência ou à obliquidade, qualquer coisa que se sinta deve ser instantaneamente externalizada. E enquanto a retórica publica fica cada vez mais inflada, a fala privada se esfacela quase até o silêncio [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.132)

Se o determinismo europeu provém de uma sufocação pela historia, o voluntarismo americano vem da asfixia pela falta dela. Pode-se, assim, reinventar a si mesmo quando quiser uma fantasia agradável que Richard Rorty elevou à dignidade de uma filosofia [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.132)

Muito do "culturalismo" pós-moderno - a doutrina de que tudo nos assuntos humanos é uma questão de cultura- tornasse inteligível quando o fazemos retornar a esse contexto [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.133)

[...] para esse "antinaturalíssimo metafisico", a natureza, o sexo e o corpo são inteiramente produtos de convenção - caso em que é difícil saber como se supõe que alguém possa julgar, por exemplo, que certo conjunto de normas sexuais é mais emancipado que outro [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.134)

[...] alguns relativistas culturais são menos pragmatistas do que coerentistas, sustentando que uma crença é verdadeira se for coerente com o resto das nossas crenças [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.135)

Há uma bem entrincheirada doutrina pós-moderna de que o natural é não mais do que uma naturalização insidiosa da cultura [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.135)

[...] o uso pós-moderno pejorativo de "natural" esta interessantemente em desacordo com o reconhecimento ecológico pós-moderno da fragilidade doentia da natureza. Muitos fenômenos culturais se mostraram mais obstinadamente persistentes do que uma floresta tropical [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.136)

[...] o culturalismo, entretanto, não é apenas um credo suspeitamente egoísta para intelectuais que tem apreço pela cultura, mas sob certos aspectos um credo inconsistente, já que tende a depreciar o natural enquanto o reproduz. Se a cultura realmente se estende a tudo, então parece desempenar o mesmo papel que a natureza, e parece-nos tão natural quanto ela [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.137)

Afirmar que somos criaturas inteiramente culturais absolutiza a cultura por um lado e relativiza o mundo por outro. É como afirmar que o fluxo é o fundamento do universo. Se a cultura realmente é ubíqua, constitutiva da mina própria identidade, então é difícil para mim imaginar não ser o ser cultural que sou, mas isso é exatamente o que um conhecimento da relatividade da minha cultura me induz a fazer [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.137)

[...] qualquer entendimento de outra cultura será então apenas um movimento dentro da minha própria. Ou somos prisioneiros de nossa cultura, ou podemos transcendê-las apenas cultivando uma disposição mental irônica [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.138)

[...] o eu "essencial" não é um eu além da moldagem cultural, mas um eu que é culturalmente moldado de maneira especifica, auto reflexiva [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.138)

Como o terreno bruto da própria linguagem, as culturas "funcionam" exatamente porque são porosas, de margens imprecisas, indeterminadas, intrinsecamente inconsistentes, nunca inteiramente idênticas a si mesmas. Seus limites transformando-se continuamente em horizontes [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.139)

[...] toda cultura, portanto tem um ponto cego interno em que ela falha em apreender ou estar em harmonia consigo mesma, e perceber isso, na visão de Zizek, é compreender essa cultura mais completamente.

(EAGLETON, Terry, 2005. p.139)

[...] eu compreendo o outro quando me torno consciente de que o que nele me aflige sua natureza enigmática é um problema também para ele [...].

(EAGLETON, Terry, 2005. p.140)

[...] o universal é aquela brecha ou fissura em minha identidade que a abre a partir de dentro para o outro, impedindo-me de me identificar

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