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O Modo De Produção Capitalista

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Por:   •  2/12/2014  •  5.946 Palavras (24 Páginas)  •  434 Visualizações

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O modo de produção capitalista

“O Capital” é a obra mestra de Marx. O Livro Primeiro de do “O Capital” foi publicado em 1867, na época da construção da I Internacional. Os dois outros, Livros II e III, foram editados por Engels após a morte de Marx que deixara o Livro III incompleto.

O objeto de “O Capital” é a análise científica do modo de produção capitalista. Entretanto, não se trata de uma obra acadêmica, mas do estudo fundamental da sociedade capitalista e de seus mecanismos. Estudo este que parte, principalmente, da Inglaterra, país capitalista mais avançado na época, e da luta de classes que transcorria naquele momento sobre o continente europeu.

O materialismo histórico permite compreender cientificamente o desenvolvimento da humanidade através da sucessão de modos de produção, esta própria sucessão comandada pelo movimento da luta de classes que se desenvolve sobre a base do progresso das forças produtivas.

Em “O Capital”, Marx concentra sua análise sobre o modo de produção da sociedade burguesa, ou seja, o modo de produção capitalista. E o objetivo final desta obra incomparável é de exprimir, através de leis científicas, não somente o funcionamento da exploração capitalista do trabalho assalariado, mas ainda o movimento que, através da luta do proletariado contra a burguesia, conduz a história contemporânea para o fim do capitalismo e em direção ao futuro socialista e comunista da humanidade.

A Lei do Valor

Nos modos de produção anteriores ao capitalismo coexistiam uma economia de subsistência ou de auto-consumo, que era em regra geral, quantitativamente a mais importante, e uma economia de mercado, onde os produtos eram fabricados para serem trocados por outros no mercado. O modo de produção capitalista elimina a antiga economia de subsistência e dá à economia de mercado sua forma acabada e sua extensão integral.

Por isso Marx começa “O Capital” pela análise da mercadoria. Ele diz:

“A riqueza das sociedades na qual reina o modo de produção capitalista se apresenta como uma imensa acumulação de mercadorias” .

No capitalismo, tudo o que é produzido pelo trabalho social é produzido para o mercado, ou seja, para ser vendido e comprado; tudo é então mercadoria, não somente os próprios produtos, mas também a própria força de trabalho proletária que produz as mercadorias.

Para que um produto do trabalho humano seja considerado uma mercadoria, é preciso que tenha um valor de uso e um valor de troca.

O valor de uso de um produto é sua capacidade de satisfazer uma necessidade humana. Assim, as roupas, os móveis, a comida, as bebidas, os meios de transporte, etc, tem um valor de uso por que eles permitem satisfazer as necessidades de vestir, morar, beber, de se deslocar, etc., dos seres humanos.

Quanto ao valor de troca, é a propriedade de um produto poder ser trocado, em proporções determinadas, por um outro produto. Assim, pode-se trocar certa quantidade de carne por outra determinada quantidade de sapatos, de tal modo que as necessidades serão satisfeitas por esta troca.

Na economia de subsistência os produtos do trabalho social tinham, essencialmente, um valor de uso; eles eram produzidos para satisfazer as necessidades dos indivíduos da comunidade e pronto.

Na economia de mercado um produto é efetivamente uma mercadoria se ele comporta um valor de uso permitindo satisfazer necessidades humanas e se ele comporta um valor de troca permitindo que seja trocado no mercado.

Transformando todos os produtos em mercadorias, o modo de produção capitalista faz aparecer o valor de uso como o aspecto subjetivo e o valor de troca como o aspecto objetivo do valor. De fato, o valor de troca se manifesta em um sistema de produção onde a troca existe e se desenvolve. É o capitalismo que empurra ao extremo e desenvolve ao máximo a troca de mercadorias, e através disso, dá toda sua amplitude à lei do valor.

O que caracteriza o modo de produção capitalista é, de um lado, a apropriação burguesa dos meios de produção e, de outro, uma classe que não possui a não ser sua própria força de trabalho para vender. Assim, o que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações de produção que implicam a venda da força de trabalho.

Para que as mercadorias possam ser trocadas entre elas, é preciso que entre elas haja um elemento comum. Este elemento comum é a quantidade de trabalho socialmente necessário para a sua produção. Não é o tempo de trabalho de um trabalhador para produzir uma mercadoria, mas o tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la. Ou seja, quanto tempo de trabalho para construir as máquinas que serão utilizadas, quanto tempo de trabalho para extrair as matérias primas, etc.

A grande descoberta de Marx é que as mercadorias não são outra coisa senão trabalho social cristalizado e que seu valor é sempre medido pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la. A Lei do Valor é a lei fundamental do funcionamento do modo de produção capitalista.

Ao mesmo tempo, o preço de uma mercadoria não deve ser confundido com seu valor. O preço é a expressão monetária do valor da mercadoria em um mercado determinado em um momento determinado. Que um objeto possa ser vendido num dia por 100 reais e no outro dia por 150 reais, não significa que seu valor aumentou. Porque o tempo de trabalho socialmente necessário para a sua produção continuou, neste caso, o mesmo. O que aumentou foi seu preço, sua expressão monetária.

A moeda, além de ser, ela própria uma mercadoria, ela apresenta alguns traços materiais que lhe permite jogar um papel de equivalente geral de todas as outras mercadorias.

A teoria da Mais-Valia do capital

O que é o capital? Aparentemente é uma certa quantidade de dinheiro que um indivíduo pode dispor não para satisfazer necessidades imediatas, mas para conseguir uma quantidade maior de dinheiro.

Mas, se fosse assim, o capital comportaria a qualidade misteriosa de frutificar por si mesmo, de carregar, expressar, qualquer coisa mais do que ele é, do tipo, ter filhos.

Contra esta ilusão, Marx ensina que o capital é uma relação social e não uma coisa misteriosa, fecunda por si própria.

Esta relação social é o que caracteriza o modo de produção capitalista, ou seja, a relação histórica existente entre a apropriação burguesa dos meios de produção e o proletariado, que só possui a sua própria força

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