O Povo Brasileiro
Por: Jefinho Sales • 18/6/2016 • Trabalho acadêmico • 990 Palavras (4 Páginas) • 329 Visualizações
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Nota de Leitura - O Povo Brasileiro
O Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro se apresentou como uma ferramenta de grande importância para se entender como se constituiu a formação ético e cultural brasileira. O Brasil é conhecido por ser um dos países como maior miscigenação ético e cultural do mundo e isso se deu, devido a sua formação de identidade a partir da contribuição dos mais diversos povos, a exemplo dos índios, europeus e africanos.
A obra do antropólogo Darcy Ribeiro, se originou a partir de um questionamento do "por que o Brasil ainda não deu certo?", daí então ele se depara com a reflexão da formação do povo brasileiro e aponta ainda a miscigenação como fator dominante na formação da identidade característica do Brasil. A formação dessa diversidade cultural, teria surgindo ainda no início da colonização (quando os portugueses desembarcaram no Brasil e começaram a se relacionar com os nativos), se prorrogando por todo o período colonial.
O texto ainda aponta que uma região ou território, por si só, não consegue definir o povo brasileiro, mas que este, depende ainda de todo um conjunto de características responsável pela formação de identidade deste povo e que estas também seriam responsável pela diferenciação entre os grupos. Darcy ainda traz que as chamadas matrizes éticas, que seriam as formadoras da identidade brasileira. Ele as coloca como três, que seriam, o povo indígena, o homem branco e o povo negro. E usa o termo "Nova Roma" para caracterizar a formação desse povo, que se deu por meio da desconstrução dessas três matrizes citadas por ele.
Esse modo de formação da identidade brasileira, apresentado pelo autor é bastante curioso e interessante, valendo ressaltar que ao contrário da pacificidade da índole do povo brasileiro, infelizmente o processo de formação da nossa identidade, passou por um processo desgastante e violento ainda no período colonial, a exemplo dos africanos que foram arrancados de suas culturas e forçados a trabalhar como escravos e dos índios que tiveram suas culturas interferidas pelo processo de catequização dos colonizadores. Darcy acredita que a rica diversidade linguística e cultural dos povos africanos e a política de evitar concentrar escravos de uma mesma etnia nas mesmas propriedades dificultaram a formação de núcleos de preservação do patrimônio cultural africano. Sendo imposta assim uma cultura, com maior predominância europeia. Para o autor, as contribuições das culturas negra e indígena para a identidade brasileira estariam presentes principalmente na gastronomia, na força física, nas crenças religiosas, além da música.
Ao contrário do que muitos pensam, a formação do povo brasileiro, através da miscigenação dos europeus, indígenas e africanos, não foi algo muito simples. No caso do contato dos portugueses com a população indígena, o que ocorreu foi um verdadeiro genocídio em vários níveis, inicialmente como uma guerra bacteriológica entre as doenças que o branco trazia e eram fatais para a população indígena, depois pelas repetidas tentativas de escravizar os mesmos. O negro, que tinha o principal papel na mão de obra do sistema econômico colonial, primeiro nos engenhos de açúcar e depois nas minas, se encontram fracos e abandonados naquela nova vida, os outros escravos podiam até ser iguais na cor, porém eram diferentes na língua, modo de viver e normalmente eram vindos de tribos agressivas.
Ribeiro não encarava o fato se existir toda essa miscigenação cultural no Brasil, como um sinônimo de existência de “Democracia Racial”, pelo contrário, ele aponta que está só vai existir, quando existir democracia social. Ou seja, quando houver distribuição de renda, algo que não ocorreu de maneira concreta até os dias de hoje.
Os Brasilídios tiveram um papel fundamental, no desbravamento do Brasil, junto aos colonizadores, eles foram os principais responsáveis no auxílio à entrada dos portugueses Brasil a dentro. Estes que foram gerados por pais brancos, sobre mulheres índias, dilataram o domínio Português, ajudando na em Tordesilhas e fazendo tudo que se podia esperar. Os portugueses de São Paulo foram os principais gestadores dos brasilíndios ou mamelucos. Nessa região, onde a captura de índios para serem vendidos com escravos tinha uma grande importância econômica, surgiram essa miscigenação, um povo que não era índio e nem português, mas falava tupi e nheengatu e foram fundamentais, na concepção de Ribeiro, na formação étnica do brasileiro e na ocupação e expansão territorial do país.
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