O Racismo Escolar

A lei 10639 de 2003 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas públicas e particulares, alterada pela lei 11645 de 2008, torna o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, obrigatórios. A lei foi um marco da atuação dos movimentos negros no nosso país, e no desenvolvimento de políticas públicas, infelizmente, nem todas as escolas cumprem com o que é proposto. A lei existe, para que a escola mostre o outro lado da moeda, onde o negro e o indígena são considerados sujeitos de uma história, com inteligências e detentores do saber dos segredos da natureza.

De acordo com o censo escolar INEP 2020, o maior percentual de alunos negros e pardos comparados aos alunos brancos, é encontrado no Ensino de Jovens e Adultos (EJA), reafirmando, que a Lei do estudo noturno tem vestígios até os dias atuais. Além disso, a falta do cumprimento da lei 10639 deixa exemplos de jovens que completam o Ensino Médio acreditando em verdadeiras barbaridades a respeito da cultura africana, podemos notar os diversos casos de ataques a casas de candomblé e umbanda que são motivados pela desinformação que associa essas religiões “ao diabo”.

O racismo foi construído ao longo do tempo em nossa sociedade, e mesmo frente à inúmeras ações para desconstruir esse estigma, se mostra muito forte até hoje em diversos segmentos sociais (o processo de desumanização do outro, de não reconhecê-lo como humano, mas como “coisa”; a questão da diversidade como um incômodo contemporâneo da sociedade globalizada que busca homogeneizar seus indivíduos em detrimento das diferenças, num processo de aniquilamento de identidades).

Mesmo em meio a tantos problemas com o comprimento da lei, ela foi um marco no processo de evolução da sociedade. Legitimar a história e cultura dos nosso antepassados que tanto sofreram, é mostrar que a história e o crescimento do nosso país não estão esquecidos, e que além disso, damos importância a tudo que nos foi deixado por eles.