O SERVIÇO SOCIAL NO PERÍODO DE 1960 A 1980.

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO 04

2- HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO (1960 a 1980) 04

3- APOIO ÀS LUTAS DA PROFISSÃO E AOS SEUS QUESTIONAMENTOS 07

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS 10

REFERÊNCIAS 11

1- INTRODUÇÃO

Iamamoto (1982) afirma que existe certo consenso de que o Serviço Social, enquanto profissão emerge no Brasil, na década de 1930, como uma especialização do trabalho coletivo inserido na divisão sócio técnica do trabalho e de que, na sua intervenção, dá respostas tanto para as classes com as quais trabalha como para as classes que contratam seus serviços.

No entanto, percebe-se que alguns autores que abordam a compreensão da inserção do Serviço Social dentro das relações sociais afirmam que sempre foi assim, ou seja, que a compreensão da totalidade do Serviço Social de inserir nas relações sociais. Esta forma de abordar a profissão – que evidentemente se inscreve dentro de uma matriz de pensamento, aquela inaugurada com Karl Marx (1818/1883) – começa a ser hegemônica no Brasil a partir da década de 1980, fruto da renovação sob a perspectiva da intenção de ruptura, que se processava desde finais da década de 1960 (NETTO, 1996).

Assim sendo, para a realização deste trabalho foi necessário uma leitura do histórico do Serviço Social desde 1930 até 1990, a luz dos referenciais teóricos que abordam o tema, para só assim, poder ter a compreensão dos acontecimentos dessa realidade dos anos de 1960 a 1980.

Diante do exposto, no primeiro momento, apresento a relação que o Serviço Social estabeleceu na sua trajetória histórica, de 1960 a 1980, desvelando e analisando suas concepções e destacando sua influência histórica no Brasil, com ênfase para os desdobramentos das políticas sociais.

No segundo momento abordo a postura do Serviço Social, de seus profissionais, de suas lutas e questionamentos. Por fim, exponho as minhas considerações finais.

2- HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO (1960 a 1980)

Por iniciativa da igreja católica surgi no Brasil na década de 1930 a implantação das Leis Sociais, que na verdade se tratava das Leis trabalhistas do governo Getúlio Vargas.

A implantação do Serviço Social se dá no decorrer desse processo histórico. Não se baseará, no entanto, em medidas coercitivas emanadas do Estado. Surge da iniciativa particular de grupos e frações de classe, que se manifestam, principalmente, por intermédio da Igreja Católica (IAMAMOTO & CARVALHO, 2005, p.127)

Durante o governo de Juscelino Kubistchek, por volta de 1960 surgiram, alguns assistentes Sociais que discordavam desses trabalhos assistencialistas porque perceberam que não estava surgindo um resultado positivo no sentido de transformação de vida dessas pessoas. Então alguns deles juntaram-se para questionar os assistencialistas, pois sabiam que dessa forma haveria uma perspectiva de mudança de vida para aquelas pessoas.

Por outro lado, um reduzido setor da categoria profissional é influenciado pelo novo posicionamento dos cristãos de esquerda, que colocam a conscientização e a politização em função das mudanças estruturais. Essa nova postura permite que se registre, no período 1960-1964, uma prática desse reduzido grupo de assistentes sociais que parte de uma analise crítica da sociedade, percebendo as contradições e a necessidade de mudanças radicais (p. 104 apud SILVA, 1995, p. 28)

Foi nesse momento que começou movimento de romper com o Serviço social tradicional porem essa ação foi sufocada pela ditadura militar e resurgiu com o processo de renovação do Serviço Social no período de 1967 a 1984.

A parti daí houve dois encontros em a categoria de assistente Social: um 1967 realizado em Araxá/MG onde ficou elencada a necessidade da busca do desenvolvimento associado à promoção humana, através da conscientização da população, embasada na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e outro, em 1972 Teresópolis onde foi aprovada uma nova metodologia de ensino para formação de assistentes sociais, aferindo cientificamente ao curso com a introdução das disciplinas: Planejamento, administração, Estatística, Política Social, Economia e Sociologia.

Os documentos produzidos, em ambos os encontros, explicam e reformam a diretriz tradicional do Serviço Social em busca de integração social, assumindo a perspectiva de modernização colocada no contexto da sociedade brasileira como um todo (SILVA. 1995,p.35)

Devidos a essas mudanças o grupo fortaleceu as suas ideias e 1979 fizeram um movimento denominado Movimento Reconceituação do Serviço Social. Esse mesmo movimento como já falei anteriormente, possui as mesmas ideias que foram abafadas pela ditadura e que agora volta num ambiente democrático e com orientação teórica cientifica.

(...), o Movimento de Reconceituação procura se orientar por uma perspectiva dialética, com base na concepção de Estado ampliado, que permite perceber a instituição como espaço contraditório e de luta de classes. A partir daí, começa a se desenvolver um esforço no sentido de fortalecer a prática institucional, vista na sua articulação com os movimentos sociais populares organizados, passando a se configurar a possibilidade de uma dissociação entre os objetivos institucionais e os da prática profissional. Nessa perspectiva, o Serviço Social questiona a vinculação histórica da profissão com os interesses dos setores dominantes e aponta a necessidade de desvendar a dimensão política da prática profissional e a busca de novas bases de legitimação. (SILVA, 1995, p. 39-40)

Vale ressaltar que houve a influência meteorológica de ensino de Paulo Freire que culminou na criação do Partido dos Trabalhadores e no Movimento de campanha pelas “diretas já num ambiente de greves e sindicatos nos quais vários assistentes sociais já atuavam e ao mesmo tempo serviram de base para o movimento de reconceituação.

Todos esses acontecimentos contribuíram para uma reforma no Serviço Social, que foi desde a formação acadêmica, com introdução de novas disciplinas, até a recomposição das direções das associações representativas da categoria de Assistentes Sociais.

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